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domingo, dezembro 22, 2024

ISO 26000 A TENDENCIA PARA UM FUTURO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL

ISO 26000 – A TENDÊNCIA PARA UM FUTURO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL
Pelotas
2009

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo principal estudar os principais aspectos e conceitos que envolvem a temática em torno da Responsabilidade Social e o Desenvolvimento sustentável. O intuito foi demonstrar a tendência que envolve a sociedade junto às organizações por um mundo ambientalmente responsável. Para tanto, o trabalho discorre sobre a ISO 26000, que se trata de um conjunto de normas que pretende padronizar as ações e orientar a implantação de projetos de Responsabilidade Social pelas empresas, indiferente de porte ou tipo. Além disso, o trabalho busca demonstrar a importância dada à políticas de Responsabilidade Social nas empresas por órgãos de financiamento como o BNDES. Desta forma, para a concretização deste estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de livros e artigos científicos relacionados aos conceitos e demais aspectos envolvidos pelo tema, bem como, informações disponíveis on-line.
Palavras-chaves: ISO 26000, Responsabilidade Social, Sustentabilidade.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O Objeto de Estudo
Referencial Teórico
2.1 Responsabilidade Social
2.1.1 Temas Centrais da Responsabilidade Social
2.1.2 A participação dos Stakeholders
2.2 A Globalização, a Revolução Tecnológica e suas influências na Responsabilidade Social
2.3 Temas Emergentes, os riscos de um planeta em evolução
2.3.1 Ecologia e Meio Ambiente
2.3.2 Saúde e Bem-Estar
2.3.3 Diversidade e Direitos Humanos
2.4 A Empresa Sustentável – Pensando globalmente, agindo localmente
2.5 A ISO e a importância de seu envolvimento com Responsabilidade Social
2.5.1 ABNT NBR 16001 A norma brasileira de Responsabilidade Social
2.6 ISO 26000, a tendência para um futuro socialmente responsável
2.6.1 O processo construtivo da ISO 26000
2.6.1.1 Linha Histórica do processo construtivo da ISO 26000
2.6.2 Países envolvidos com a ISO 26000
2.6.3 A estrutura da norma ISO 26000
2.6.4 Princípios para adequação à norma ISO 26000
2.7 A participação brasileira no desenvolvimento da ISO 26000
2.8 A Imagem Social nas organizações
2.8.1 A ISO 26000 e a busca de financiamentos além de imagem social
2.9 Órgãos de Financiamento
2.9.1 O BNDES
2.9.2 BNDES e Responsabilidade Social
Metodologia
Análise e Discussão dos Resultados
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

LISTA DE SIGLAS

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
ONG Organização não Governamental
ISO International Organization for Standardization
Organização Internacional para Padronização
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
ONU Organização das Nações Unidas
OIT Organização Interna do Trabalho
ETHOS Instituto de Empresas e Responsabilidade Social
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

INTRODUÇÃO

O Desenvolvimento sustentável e a Responsabilidade Social tem se tornado uma referência por parte das organizações e uma cobrança constante da sociedade em que se inserem. Por essa razão, considera-se oportuno abordar essa temática tão atual e instigante que já é uma tendência para a maioria das organizações em todo o mundo.
Segundo Carrol1 citado por Oliveira(2008, p.71) a definição de Responsabilidade Social engloba expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas que uma sociedade tem das organizações em algum momento.
Já de acordo com o Livro Verde da Comissão Européia (COM, 2001, p.4), a Responsabilidade Social é um conceito, aonde as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.
Porém, não existe uma definição considerada única para este termo, de modo que a Responsabilidade Social pode ser analisada por diversos pontos de vista, devendo então levar em consideração vários aspectos formadores de um conjunto de ações que beneficiam não só a organização, mas também os Stakeholders2.
Desta forma, uma organização responsável socialmente deve estabelecer uma relação de respeito com todos os envolvidos em sua área de atuação, bem como com a comunidade e o meio em que está inserida, auferindo preceitos básicos de consideração para com a sociedade e o meio ambiente.
Por isso a relevância de um tema que tem despertado a atenção e interesse das organizações que seguem essa tendência: a ISO 26000, que se trata de uma conjuntura de normas com todas as características para transformar-se em um dos principais guias para as organizações no que se refere a práticas de gestão social e ambientalmente responsável.
Entretanto, este trabalho tem por objetivo não apenas demonstrar a importância da imagem social para as organizações, mas também como podem beneficiar-se no que tange a busca de investimentos dos órgãos de financiamento, considerando dentre eles o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Este atualmente é considerado o principal agente financiador de longo prazo do Brasil que desempenha também o papel de disseminar e influenciar princípios e procedimentos éticos socialmente responsáveis, tanto no meio econômico quanto no setor público.
Assim sendo, este trabalho tem por finalidade desvendar o seguinte problema de pesquisa: Como as Empresas se beneficiam com as normas de Responsabilidade Social, no que tange a busca de investimentos dos organismos de financiamento, além de imagem social?

OBJETIVO GERAL

Identificar a importância de um conjunto de normas para nortear as organizações nas questões referentes à Responsabilidade Social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a relevância das normas da ISO 26000 para as organizações que buscam financiamentos de organismos de investimento, além da imagem social;
Determinar a tendência de um futuro social e ambientalmente responsável das organizações;
Sugerir um modelo que auxilie o futuro social e ambientalmente responsável para o sucesso das organizações.

CAPÍTULO 1

O Objeto de Estudo ISO 26000:
O GUIA DE ORIENTAÇÃO DAS EMPRESAS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS

Uma das questões mais importantes nos dias atuais trata da relevância de um assunto que já está inserido no cerne da Sociedade: A Responsabilidade Social. Este assunto provoca nas organizações o pensar, não apenas na busca por resultados e lucros, mas também pelo desenvolvimento humano de todos os envolvidos de alguma forma na vida da empresa.
Partindo desse pressuposto, este trabalho visa abordar a nova norma da ISO referente à Responsabilidade Social: a ISO 26000. E diante da importância deste assunto, além de identificar a tendência de um futuro social e ambientalmente responsável das organizações, pretende-se mostrar o diferencial que este guia pode trazer às empresas que buscam financiamentos de organismos de investimento, além da imagem social.

CAPÍTULO 2

Referencial Teórico

2.1 Responsabilidade Social

A Responsabilidade Social e por conseqüência, a Sustentabilidade são um dos temas mais importantes e discutidos nas ultimas décadas, por isso compreender a essência desta questão faz toda a diferença.
Há pouco tempo, quando o tema Qualidade entrava em questão, as empresas que se utilizavam em determinados produtos ou marcas eram entendidos como sendo uma exceção entre os demais. Logo se percebeu que este tema estava longe de ser um modismo, e sim uma real necessidade, tornando-se tendência e atualmente obrigação.
O tema Responsabilidade Social não se trata de modismo, assim como a Gestão da qualidade, que no início aparecia como um diferencial entre as empresas e hoje é essencial e auxilia na atitude sustentável.
Assim, a Gestão da Sustentabilidade que aparece como um diferencial, brevemente será fundamental e obrigatório, por isso as organizações que estão saindo na frente já desfrutam de certas vantagens competitivas.
Para Savitz (2007, p. 2 á 5) Sustentabilidade, na prática, pode ser encarada como a arte de fazer negócios num mundo interdependente, significando de uma forma geral operar a empresa sem causar danos aos seres vivos e sem destruir o meio ambiente, mas sim restaurando-o e enriquecendo-o.
Por isso, nesse contexto o autor prefere o termo Sustentabilidade, porque responsabilidade destaca os benefícios para os grupos sociais fora da empresa, ao passo que sustentabilidade atribui igual importância aos benefícios desfrutados pelas empresas em si. (SAVITZ, 2007, p.4)
Desta forma, a Responsabilidade Social pode ser compreendida como uma evolução natural dos processos que envolvem as relações entre empresas e sociedade, tendo como objetivo a gestão voltada para o ser humano.
Contudo, o termo Responsabilidade Social muitas vezes é confundido com Ação Social ou Filantropia, que vem a ser uma atitude que causa impacto apenas momentâneo, já a Responsabilidade Social é uma ação bem mais ampla e abrangente que envolve o futuro das gerações, por isso o termo Sustentabilidade, que envolve temas como educação, conscientização e treinamento.
De acordo com Aligleri e Kruglianskas (2009, p.9) o desempenho social inadequado e a falta de políticas bem elaboradas de cunho social e ambiental podem ter sérias implicações organizacionais, acarretando prejuízos materiais e morais de modo a aumentar os custos e perder oportunidades de mercado.
Ainda para os autores não há como ignorar o novo compromisso das empresas, pois a questão não é parte apenas de uma sensibilização ética, mas principalmente econômica e mercadológica.
Desta maneira, conforme Ashley (2006, p.3-6) há um reconhecimento de que ética, cultura e valores morais são inseparáveis de qualquer noção de responsabilidade empresarial.
Para a autora, parece lícito afirmar que hoje em dia as organizações precisam estar atentas não só à suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a responsabilidades éticas, morais e sociais, sendo as responsabilidades éticas correspondentes a valores morais específicos.
Segundo Ashley (2006, p.5) observa-se que:
Valores morais dizem respeito a crenças pessoais sobre comportamento eticamente correto ou incorreto, tanto do próprio indivíduo como em relação aos outros. É dessa maneira que valores morais e ética se complementam. A moral pode ser vista como um conjunto de valores e de regras de comportamento que as coletividades, sejam elas nações, grupos sociais ou organizações adotam por julgarem corretos e desejáveis.
Deste modo, são esses valores morais que definem a cultura da organização de forma a determinar os preceitos de ética absorvidos pelos membros da empresa.
Para Aligleri e Kruglianskas (2009, p. 10) a discussão conceitual sobre responsabilidade das empresas pode ser vista como um contínuo que parte de pouca ou nenhuma mudança em seu papel e operações, dirigindo-se para configurações mais radicais, voltadas para as políticas e relações organizacionais.

2.1.1 Temas Centrais da Responsabilidade Social

A Responsabilidade Social deve ser abordada sob um contexto geral pelas organizações, não devendo ser vista por meio de ações irregulares, isoladas ou ocasionais, pelo fato de ações filantrópicas não ser uma alternativa para a organização lidar com o impacto de suas decisões e atividades.
De acordo com o Instituto Fonte (2008) para identificar e abordar a natureza de suas responsabilidades em relação à sociedade e o meio ambiente, uma organização deveria considerar os seguintes temas centrais, que por consequência abrangem vários outros subitens:
Governança Organizacional: envolve estruturas e processos de tomada de decisão;
Direitos Humanos: tratam de direitos civis, políticos, sociais econômicos, culturais e fundamentais do trabalho, além da não discriminação e atenção a grupos vulneráveis, bem como cuidados para evitar cumplicidade;
Práticas de trabalho: abrangem emprego e relações empregatícias, condições de trabalho e proteção social, diálogo social, desenvolvimento humano, além de saúde e segurança no trabalho;
Meio Ambiente: inclui prevenção da poluição, uso sustentável de recursos, mitigação e adaptação das mudanças climáticas e proteção e restauração do ambiente natural;
Práticas justas de operação: Envolvem medidas contra a corrupção, envolvimento político responsável, competição justa, promoção da Responsabilidade Social na esfera de influência da organização e respeito pelos direitos de propriedade;
Questões de Consumidores: Tratam de práticas contratuais, informativas e de marketing justas; proteção à saúde e segurança dos consumidores; consumo sustentável; serviço de suporte e resolução de disputas; proteção dos dados e da privacidade dos consumidores além de educação e conscientização;
Desenvolvimento econômico e social da comunidade: Compreende geração de empregos, desenvolvimento tecnológico, renda e riqueza, investimento responsável, envolvimento com a comunidade, educação, cultura, saúde e capacitação.

2.1.2 A participação dos Stakeholders

Stakeholders é a denominação dos grupos de interesse com certa legitimidade que exercem influência junto às empresas, tornando-as responsáveis por os grupos sobre os quais o empreendimento interfere, cabendo responsabilidades que irão afetar o cotidiano e a sociedade destas pessoas.
Desta forma a Responsabilidade Social deve ser entendida como um conjunto de princípios que direciona as ações e relações da organização com as pessoas e o meio que está inserida, fazendo parte de uma estratégia de direção de negócios que torna a empresa parceira e também responsável pelo desenvolvimento social das partes interessadas, estes, os chamados Stakeholders.
Em uma visão mais habitual, a empresa enxerga o trabalho, a matéria-prima e os bens de capital como relações que estabelecem a forma de trabalhar e a maneira como se processará o produto final, sendo a empresa como um atravessador do produto de insumo para o cliente, porém, pela visão da gestão com stakeholders a empresa se torna o centro e o principal ator em meio a consumidores, clientes, funcionários, fornecedores, financiadores, acionistas, mídia, ONGs3, governo e comunidade.
Para Oliveira (2008, p.98) as empresas buscam a interação com os stakeholders como uma maneira de tentar sua legitimação perante eles e a sociedade. Sendo o stakeholder definitivo e mais importante aquele que tem legitimidade, poder e urgência.
E completa:
Dentro desse novo contexto, surge a importância das ferramentas de comunicação para ajudar a mediar as relações entre uma organização e os stakeholders novos, cada vez mais influentes, com interesse em suas ações sócio-ambientais. Assim, o gerenciamento de informações é crucial para a gestão com stakeholders. (OLIVEIRA, 2008, p.99)

2.2 A Globalização, a Revolução Tecnológica e suas influências na Responsabilidade Social

A Globalização pode ser entendida como o fenômeno decorrente da revolução tecnológica que tornou o mundo uma Aldeia global, completamente interligada e interdependente, proporcionando uma interação entre pessoas e mercados de forma que se possam interligar aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Gera-se assim, uma grande expansão onde se torna possível atingir mercados distantes e emergentes.
Esta expansão fez com que houvesse o aumento do uso de novas e revolucionárias tecnologias que tem proporcionado um desenvolvimento cada vez maior nos setores de comunicações e informação.
Contudo, os fatos acontecidos em lugares distantes, envolvendo também políticas e culturas diferentes, que antes não pareciam influenciar em outros povos, hoje praticamente podem definir estratégias políticas e econômicas além de influenciar milhões de pessoas em seu dia a dia, especialmente pela rede mundial de computadores.
Deste modo, a internet sendo a grande rede mundial de computadores, permite um fluxo de idéias e informações nunca antes visto pela humanidade, e faz com que uma pessoa tenha acesso a notícias de qualquer lugar do planeta, podendo inclusive tornar-se parte da imprensa, observando e direcionando tendências do mundo inteiro.
Segundo Grayson e Hodges (2003, p.14) a possibilidade de obter, transmitir e processar informações cresceu demais por causa do aumento da capacidade das telecomunicações, da velocidade dos computadores e do desenvolvimento da tecnologia da internet.
Ainda de acordo com os autores a tecnologia de transmissão de informações e especialmente o uso generalizado da televisão ajudou a levar os meios de comunicação ao mundo inteiro, tendo como reação dos consumidores a espera por noticias e informações assim que desejarem.
Assim, a globalização e as novas tecnologias tem desempenho fundamental nas questões de Responsabilidade Social, tendo em vista a relação entre os países e as atitudes que possam tomar em relação à estas questões.

2.3 Temas Emergentes, os riscos de um planeta em evolução

Um dos grandes desafios do mundo contemporâneo é conseguir tornar o planeta sustentável, como conseqüência de atos que perduram por vários anos, nossa geração parece estar colhendo os frutos de uma evolução totalmente sem precedentes.
Mudanças climáticas, doenças emergentes ou transmitidas por vetores, desigualdades sociais, desemprego, desmatamento e aumento da população são alguns dos tópicos que geram polêmicas e preocupações na maioria dos países.
Segundo Grayson e Hodges (2003, p.95) a definição dos temas emergentes apresenta várias facetas inter-relacionadas envolvendo as forças globais de mudança e envolvem questões referentes a Ecologia e Meio Ambiente, Saúde e Bem estar, diversidade e Direitos Humanos, além das próprias comunidades.
Para os autores em cada uma dessas questões há componentes diferentes que terão um efeito tanto próprio quanto cumulativo nas decisões de negócios e na responsabilidade das empresas.

2.3.1 Ecologia e Meio Ambiente

Cada vez mais as empresas têm buscado focar suas atitudes em adequações para a convivência com o Meio ambiente e tecnologias que tornem suas ações ecologicamente corretas. Para tanto os gestores devem estar atentos aos fatores ambientais uma vez que afetam drasticamente a tomada de decisões e as práticas do comércio.
De acordo com Grayson e Hodges (2003, p.96) o meio ambiente tem se tornado um tema emergente de administração para os gerentes, sendo preciso ampliar o alcance de questões que se encontram sob um tópico tradicional, daí a inclusão de ecologia.
A revolução na demografia e no desenvolvimento chamou a atenção para as populações ameaçadas pela degradação ambiental. E a revolução de valores fez com que grupos de pressão exigissem uma fiscalização e padrões ambientais mais rígidos, a fim de preservar o planeta. (GRAYSON; HODGES, 2003, p.96)
Os autores ainda acrescentam que as questões ecológicas e ambientais podem ter um impacto negativo ou positivo num amplo espectro de áreas de atuação, o que acarreta obrigatoriamente em um compromisso de todos nas empresas.
Além disso, o enorme consumo de energia pelas populações urbanas contribui ainda mais para uma crise energética, em função da exploração de reservas finitas como gás natural, petróleo e carvão. Podemos juntar a isso a exploração em regiões como a Amazônia, a escassez da água, além do desperdício gerado pela sociedade que acarreta em aterros e depósitos de lixo, o que contribui ainda mais para o aquecimento global e a sobrevivência de várias espécies de animais.
Embora os problemas sejam mais sérios na África e no Oeste da Ásia, a falta dágua já é um grande empecilho ao crescimento industrial e socioeconômico em muitas outras regiões, como China, Índia e Indonésia. Koffi Annan, secretário geral da ONU, Civilization, Outubro/Novembro de 2000(GRAYSON; HODGES, 2003, p.100)

2.3.2 Saúde e Bem-Estar

A Globalização, o aumento constante da velocidade nas comunicações e a eficiência de novas tecnologias acabaram por mudar a essência do trabalho e por conseqüência a relação Empresa e população, fazendo com que as pessoas passem a buscar continuamente a qualidade de vida, aliando trabalho, saúde e bem-estar.
Grayson e Hodges (2003, p.105) afirmam que o tema saúde e bem-estar compreende não só a saúde física e preocupações com proteção, mas também as influências externas, como pressão, assistência aos dependentes, aprendizado contínuo e equilíbrio entre trabalho e lazer.

2.3.3 Diversidade e Direitos Humanos

Segundo os autores as forças globais colocam em primeiro plano questões que já foram periféricas para o mundo dos negócios, mas hoje são importantes para uma administração avançada.
É o caso da relevância da questão da diversidade e dos direitos humanos, a qual, se não for encarada com sensibilidade, pode fazer com que a empresa se exponha muito a riscos, porém existe a oportunidade de agregar valor proporcionando vantagens competitivas. (GRAYSON; HODGES, 2003, p.105)

2.4 A Empresa Sustentável – Pensando globalmente, agindo localmente

Para Savitz (2007, p.2) empresa sustentável é aquela que gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém interações.
Assim, quando se fala em Sustentabilidade, devemos obrigatoriamente ligar este termo à gerações futuras. A empresa verdadeiramente sustentável é aquela que pensa além do próprio planejamento quanto à sua estrutura financeira ou comercial, mas sim, age legitimamente em razão de gerações que ainda virão.
Segundo Aligleri e Kruglianskas (2009, p.18) os administradores estão sendo pressionados a procurar novas filosofias de gestão que aliem os interesses da sociedade onde atuam aos interesses da própria empresa, no intuito de proporcionar legitimidade, crescimento e sustentabilidade da corporação.
Portanto, de acordo com Savitz (2007, p.3):
Sustentabilidade é a gestão do negócio de maneira a promover o crescimento e gerar lucro, reconhecendo e facilitando a realização das aspirações econômicas e não-econômicas das pessoas de quem a empresa depende, dentro e fora da organização.

2.5 A ISO e a importância de seu envolvimento com Responsabilidade Social

A organização internacional para padronização (International Organization for standardization ISO), com sede em Genebra, é uma instituição internacional criada em 1947, para desenvolver normas de padronização de procedimentos e de qualidade do produto final em diversos campos técnicos, exceto na eletricidade e eletrônica, cuja responsabilidade é da Comissão Internacional de Eletrotécnica (IEC), fundada em 1906.
Segundo Aligleri e Kruglianskas (2009, p.209) a ISO é caracterizada como uma confederação internacional de órgãos nacionais de normalização e está presente em mais de 150 países desenvolvidos ou em desenvolvimento em todas as regiões do mundo. No Brasil, sua representante é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
No entanto, a ISO é uma organização não governamental que faz uma ponte entre os setores públicos e privados, permitindo um consenso a ser alcançado através de soluções que atendam às demandas dos negócios e necessidades mais amplas da sociedade.
As normas da ISO contribuem para o mundo em que vivemos, pois suas finalidades são assegurar características como qualidade, ecologia, economia, segurança, confiabilidade, compatibilidade, interoperabilidade, eficiência e efetividade. Além disso, facilitam o comércio, difundem conhecimento e compartilham os avanços tecnológicos e as boas práticas de gestão. (ALIGLERI; KRUGLIANSKAS, 2009, p. 209)
Entre as normas mais importantes desenvolvidas pela ISO pode-se destacar a ISO 9000 referente à gestão da qualidade nas organizações e a ISO 14000 que trata da gestão ambiental.
Seguindo este contexto, este trabalho abordará a ISO 26000, que surge como um guia de orientação às organizações que pretendem tornarem-se socialmente responsáveis, atingindo a tendência da Sustentabilidade.

2.5.1 ABNT NBR 16001 – A norma brasileira de Responsabilidade Social

Com o inicio do processo de avaliação da viabilidade de preparação de uma norma referente à Responsabilidade Social pela ISO, a Associação Brasileira de Normas Técnicas decidiu a partir de 2002, compor uma comissão para elaborar uma norma nacional de Responsabilidade Social.
Segundo o INMETRO (2009) a ABNT NBR 16001 estabelece requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão de Responsabilidade Social, permitindo à organização formular e implementar uma política e objetivos que levem em conta as exigências legais, compromissos éticos, preocupação com a promoção da cidadania e o Desenvolvimento sustentável.
A norma brasileira tem em vista o modelo PDCA (plan, do, check, act planejar, fazer, avaliar e agir) que fora utilizado pelas normas ISO 9001(Gestão da Qualidade) e ISO 14001(Gestão Ambiental). Decidiu-se que a base do sistema dessa norma seria a mesma, facilitando a integração com os sistemas de gestão já existentes.
De acordo com o INMETRO (2009) a norma é estruturada em requisitos, permitindo portanto, que a organização busque a certificação de seu sistema de gestão da Responsabilidade Social junto a uma organização externa.

2.6 ISO 26000, a tendência para um futuro socialmente responsável

Para Aktouf (2004, p. 231) as organizações devem pensar como uma empresa cidadã, exercendo essa cidadania a princípio internamente e também expandindo para o lado externo, o que significa tornar a organização responsável não apenas perante seus acionistas e comitentes, mas também perante o conjunto de fatores que permitem que ela funcione.
O Autor considera anticidadãs as organizações que continuam a enxergar a sociedade como um conjunto de clientes ou de consumidores que servem apenas para serem levados a comprar mais, bem como, do mesmo modo, consideram a natureza como um grande estoque de materiais ilimitados à espera de serem explorados.
Segundo Oliveira (2008, p.73) a maneira como a empresa responde aos stakeholders tem um papel importante no direcionamento das ações de Responsabilidade social e cita a ISO 26000 como o conjunto de ações de uma organização para assumir as responsabilidades pelo impacto de suas atividades sobre a sociedade e o meio ambiente, em que essas atitudes sejam consistentes com os interesses da sociedade e com o Desenvolvimento sustentável.
Desta forma, a ISO 26000 pretende auxiliar as empresas nas questões referentes à Responsabilidade Social, e por ser exclusivamente voluntária, o objetivo gira em torno da conscientização das organizações de forma a inserir na sua própria cultura, bem como, na sua missão, atitudes em prol da Sustentabilidade.
O primeiro-passo para uma empresa começar a agir nas questões de Responsabilidade Social é conscientizar-se que as estratégias começam de dentro para fora, e que ações isoladas não trazem benefícios nem para a empresa, muito menos para a sociedade e servem apenas como atos esporádicos não surtindo efeito nenhum aos interesses da comunidade.
Por isso, para Aligleri e Kruglianskas (2009, p.208) o envolvimento da ISO com questões relacionadas à Sustentabilidade traz força e apoio ao tema devido a sua capacidade de influenciar o mercado.
Assim, de acordo com os autores a ISO 26000 dará um impulso às praticas de Responsabilidade Social e promoverá um acordo global quanto à nomenclatura e à conceituação, ajudando a integrar princípios e valores universais às operações das organizações, permitindo estabelecer um vínculo entre o global e o local.

2.6.1 O processo construtivo da ISO 26000

Em 2001, o conselho da ISO sugeriu ao Comitê de Política do Consumidor (COPOLCO) um estudo referente à viabilidade de instituir normas internacionais na área de Responsabilidade Social. Após as pesquisas, chegou-se a conclusão de que a ISO estava preparada para liderar o desenvolvimento destas normas.
A partir daí o conselho da ISO criou um grupo consultivo para melhor investigar a questão. Após discussões, relatórios e conferências, o Comitê Técnico de Gestão (TMB Technical Management Board), administrador de desenvolvimento das normas da ISO, idealizou o processo que pudesse ser abrangente a ponto de atender todos os interessados em Responsabilidade Social.
Desta forma, criou-se um Grupo de Trabalho (SRWG- Social Responsibility Working Group) encarregado de elaborar a norma. Liderados pela Swedish Standards Institute (SIS), da Suécia e a ABNT, sendo a primeira vez que um país desenvolvido e outro em desenvolvimento coordenam a elaboração de uma norma da ISO.
O processo de construção da ISO 26000 torna-se bastante desafiador primeiramente por tratar de um processo multistakeholder, que envolve diversas partes, como governos, empresas, comunidade, ONGs e outros.
Partindo deste pressuposto, esse processo possui características independentes que a diferencia inclusive da própria ISO, e um dos principais pontos é que a norma não será certificável, bem como não terá caráter de gestão, podendo ser aplicada em organizações de qualquer porte ou tipo.
Segundo Aligleri e Kruglianskas (2009, p.210) o Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO escolheu como método de trabalho a divisão em equipes, denominados de grupos-tarefa. A estrutura especial permite que diferentes stakeholders participem sem a predominância de um grupo.
Os grupos de trabalho são representados por especialistas com poder de opinião e observadores, que acompanham as discussões, porém sem se pronunciar.
A participação se dá por organismos membros da ISO ou pelas chamadas D-liaisons, relevantes organizações internacionais que desejam participar do trabalho. Além dos comitês-espelho nacionais que interagem levando em conta os interesses de cada país.
Em suma, o processo de trabalho da ISO 26000 integra visões nacionais, institucionais e a dos grupos-tarefa.

2.6.1.1 Linha Histórica do processo construtivo da ISO 26000

2001 – O conselho da ISO pede ao Comitê de política do consumidor (COPOLCO) um estudo referente à viabilidade de criação de normas internacionais de Responsabilidade Social. Um ano depois a resposta é positiva, sendo indicado um grupo consultivo estratégico para o desenvolvimento da questão.
2002 – Definem-se os encarregados de estudar em detalhes a viabilidade da norma, estruturando a natureza e seu escopo. Brasil, Estados Unidos e México integram o grupo inicial de oito membros do recém-criado SAG (Strategic Advisory Group).
2004 – A SAG apresenta um relatório apontando as questões a serem abordadas pela ISO 26000. Dois meses depois, em Junho, uma conferência realizada em Estocolmo com a participação de 66 países determina que a nova norma deva conter apenas diretrizes e dispensar certificação.
Definem-se Brasil e Suécia como líderes do Grupo de Trabalho de Responsabilidade social, encarregado de elaborar a norma.
2005 – É aprovada a proposta para o desenvolvimento da norma, definindo a participação de países em desenvolvimento, consumidores, trabalhadores, além de outros órgãos como a ONU (Organização das Nações Unidas) e OIT (Organização Internacional do Trabalho).
A ISO e a OIT assinam o MoU (Memorandum of Understanding), selando o propósito de cooperação.
A segunda reunião do Grupo de Trabalho ocorre em Bangcoc e define a estrutura de capítulos, instituindo grupos-tarefa permanentes para redigir a primeira minuta.
Neste mesmo ano, em Salvador, é criado o Chairman´s Advisory Group (CAG), grupo consultivo de apoio à liderança do processo, além de seis grupos-tarefa, sendo três estratégicos e três encarregados de questões de conteúdo.
2006 – Ocorre o terceiro encontro em Lisboa, no qual elabora-se uma lista de tópicos a serem abordados, redigindo um esboço dos primeiros capítulos.
A ISO assina um termo de entendimento (MoU) com o pacto global da ONU.
2007 – O Quarto encontro em Sidney propõe uma nova definição e uma lista de princípios para a responsabilidade social, além disso, é aprovada uma política para a participação da mídia no Grupo de trabalho.
Em Novembro, nove meses depois, acontece o Quinto encontro em Viena, que gera o consenso em torno de questões chave como as definições de Stakeholder e cadeia de valor, o que representou um grande avanço na elaboração da norma.
2008 – A Sexta reunião do grupo de trabalho acontece em Santiago, No Chile, passando por uma importante etapa, sendo elevado da categoria de projeto de trabalho para Projeto de Comissão.
Segundo o ecodesenvolvimento.org(2009) este foi um dos maiores encontros já realizados pelo grupo de trabalho contando com a presença de 386 especialistas de 76 países participantes.
2009 – A Sétima reunião sediada em Quebec aconteceu em maio de 2009 e debateu questões complexas como entraves ao comércio, direitos humanos e sociabilidade.
2010 – A próxima reunião do Grupo de trabalho, presidido pelo brasileiro Jorge Cajazeira, será realizada em Copenhague, na Dinamarca, na primeira metade de 2010.
A publicação da ISO 26000 tem previsão para Setembro de 2010.

2.6.2 Países envolvidos com a ISO 26000

Atualmente, segundo o Instituto ETHOS (FERRONI, 2008, p.8), 78 países estão envolvidos na constituição da norma, representados por 392 experts (especialistas com direito a opinar) e 132 observadores (que acompanham as discussões).
Desta forma, com base nos contatos e na disposição de posições ocorridas durante as reuniões internacionais, o processo de elaboração da ISO 26000 conforma um verdadeiro mutirão internacional, apurando visões nacionais e de cada grupo de stakeholder.

2.6.3 A estrutura da norma ISO 26000

Conforme Aligleri e Kruglianskas (2009, p. 216) a ISO 26000 estimula as organizações a irem além do cumprimento da lei e complementa outros instrumentos e iniciativas relacionadas à Responsabilidade Social.
De acordo com a própria ISO 26000 a Responsabilidade Social define-se pela responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento transparente e ético que contribua para o desenvolvimento sustentável, saúde e bem-estar, levando em conta as expectativas dos stakeholders, além de estar integrado na organização e ser praticado em seus relacionamentos.

2.6.4 Princípios para adequação à norma ISO 26000

Logicamente a Responsabilidade social nas organizações envolve um comportamento baseado em princípios, por isso a importância de todo um envolvimento das empresas como um todo nesse processo.
Abaixo, conforme Aligleri e Kruglianskas(2009, p.216) os sete princípios mais importantes a ser considerados no processo de desenvolvimento da norma:
Prestar contas e assumir a responsabilidade pelo seu impacto
Transparência nas decisões e atividades
Comportamento ético
Respeito pelo interesse dos stakeholders
Respeito às regras legais
Respeito às normas internacionais de relacionamento
Respeito aos direitos humanos
Esses princípios devem estar claros e fundamentados na cultura da organização, pois são essas premissas que definem as estratégias e as ações referentes à Responsabilidade Social.

2.7 A participação brasileira no desenvolvimento da ISO 26000

Especificamente 78 países e 41 organizações internacionais estão envolvidos no grupo de trabalho para a construção da ISO 26000, entre eles, segundo o MDS (2009), o Brasil tem uma participação decisiva sendo representado oficialmente pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a quem cabe constituir um comitê espelho nacional, incluindo os mesmos grupos de interesse da sociedade considerados na composição do Grupo de Trabalho internacional da ISO.
Este comitê reúne-se juntamente com a Comissão Especial de Estudos (CEET), criada na ABNT para acompanhamento e preparo da posição brasileira, tendo a seguinte composição: Furnas (representando o setor empresarial em substituição à Natura), Departamento intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DIEESE (trabalhadores), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor IDEC (consumidores), Instituto Akatu (ONGs), Ministério da Ciência e Tecnologia (Governo), ABNT (serviços, suporte, pesquisa e outros) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS (acompanhamento).
O Brasil possui um lugar de destaque entre os países comprometidos em criar a norma ISO 26000 e participa desde os processos iniciais em 2002 quando formou-se o primeiro núcleo para dar impulso a essa iniciativa.
Em 2004 o Brasil passou a assumir juntamente com a Suécia a liderança do Grupo de Trabalho de Responsabilidade social, através do conjunto da ABNT e o Swedish Standards Institute (SIS) que é o organismo normalizador sueco.
Este Grupo de Trabalho, formado para a elaboração da norma tem como presidente o brasileiro Jorge Emanuel Reis Cajazeira, da Suzano Papel e Celulose, enquanto Eduardo Campos de São Thiago, da ABNT, possui o cargo de co-secretário.
O Brasil também já sediou um dos encontros do Grupo. Em 2005 a cidade de Salvador, na Bahia foi escolhida para receber participantes de mais de quarenta países para estabelecer os pontos estratégicos do processo.
O instituto Ethos e o UniEthos participam oficialmente da elaboração da ISO 26000 como membros, respectivamente, da rede internacional Fórum Empresa e da Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial, as quais figuram na categoria D-liaison, que congrega entidades relevantes no cenário internacional. (Ferroni (Coord.) Contribuição do GT Ethos para a ISO 26000. 2007, p. 13)
Desde 2006, a ABNT juntamente com a Petrobrás, iniciaram um ciclo de Seminários de Normalização em responsabilidade social, com objetivo de divulgar a norma sobre Responsabilidade Social já existente no Brasil (ABNT NBR 16001) e o projeto da ISO 26000.

2.8 A Imagem Social nas organizações

Conforme Oliveira (2008, p.126) a marca como um diferencial competitivo envolve diversas questões e permeia toda a organização, visto que lida com valores, imagem e identidade, e estes são manifestos em todas as atividades da empresa. Isto significa adequar a estratégia e o posicionamento de Marketing aos anseios dos stakeholders, que precisam perceber a relação custo-benefício envolvido.
Segundo o autor, do ponto de vista do Marketing socioambiental, cabe as organizações atenderem as necessidades dos consumidores dentro de uma perspectiva de equilíbrio entre os lucros das organizações, os interesses dos consumidores e o bem estar da sociedade. (OLIVEIRA, 2008, p.128)
O Marketing social e ambiental segundo Oliveira (2008, p.128) tem por objetivos desenvolver produtos que equilibrem necessidade dos consumidores, tendo um preço viável, ser conveniente com compatibilidade socioambiental além de projetar uma imagem de alta qualidade com registro de trajetória de seu fabricante, no que se refere à Responsabilidade Social.

2.8.1 A ISO 26000 e a busca de financiamentos além de imagem social

O fato de as empresas socialmente responsáveis adquirirem certas vantagens competitivas traz como um dos fundamentos a possibilidade de conseguir investimentos de órgãos de financiamento que também sugerem a preocupação com a Sustentabilidade, caso do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que veremos a seguir.
Desta forma, a empresa que estiver ligada à ISO adquire automaticamente maior credibilidade e afirmação devida justamente a sua capacidade de influenciar o mercado.
Neste aspecto a Responsabilidade Social empresarial deixa de ser obrigatória e passa a ser estratégica, tornando-se uma vantagem competitiva e um diferencial no mercado.

2.9 Órgãos de Financiamento

Os financiamentos consistem basicamente em um investimento usando recursos de terceiros.
Assim, para que uma empresa busque financiamento no intuito de efetivar um determinado investimento faz-se necessário conhecer as fontes de recursos disponíveis para tais empreendimentos, que podem ser bancos comerciais, oficiais, de fomentos ou privados, caixas econômicas, outras instituições financeiras e a possibilidade de captação de recursos no mercado financeiro de outros países que ajudam no desenvolvimento nacional.

2.9.1 O BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um órgão do Governo Federal, considerado principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as extensões social, regional e ambiental.
Fundado em 1952, o BNDES destaca-se no apoio à agricultura, indústria, infra-estrutura e comércio e serviços, proporcionando condições especiais para micro, pequenas e médias empresas.
Segundo o BNDES(2008) o apoio se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, o Banco age no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.
A Lei nº 1.628, de 20 de junho de 1952, criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). O objetivo da nova autarquia federal era ser o órgão formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.
Numa primeira fase, o BNDE investiu muito em infra-estrutura, mas a criação de estatais aos poucos liberou o Banco para investir mais na iniciativa privada e na indústria. Durante os anos 60, o setor agropecuário e as pequenas e médias empresas puderam contar com linhas de financiamento do Banco.
Uma importante transformação no BNDE se deu em 1971, quando ele virou uma empresa pública. A mudança possibilitou maior flexibilidade na contratação de pessoal, maior liberdade nas operações de captação e aplicação de recursos e menor interferência política.
O Banco, nos anos 70, foi uma peça fundamental na política de substituição de importações. Os setores de bens de capital e insumos básicos passaram a receber mais investimentos, o que levou à formação do mais completo parque industrial da América Latina. Começaram os investimentos em áreas ainda incipientes, como a informática e a microeletrônica.
O início dos anos 80 foi marcado pela integração das apreensões sociais à política de desenvolvimento. A mudança se refletiu na denominação do Banco, que, em 1982, passou a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nos anos 90, o BNDES teve papel importante na privatização das grandes estatais nacionais. O Banco foi o órgão responsável pelo apoio administrativo, financeiro e técnico do Programa Nacional de Desestatização, iniciado em 1991.

2.9.2 BNDES e Responsabilidade Social

Como este trabalho tem por objetivo não apenas demonstrar a importância da imagem social para as organizações, mas também como podem beneficiar-se no que tange a busca de investimentos dos organismos de financiamento, apreciaremos prioritariamente o BNDES, considerado o principal agente financiador de longo prazo do Brasil que desempenha também o papel de disseminar e influenciar princípios e procedimentos éticos socialmente responsáveis, tanto no meio econômico quanto no setor público.
Segundo o IDIS (2006) o BNDES oferece, desde maio de 2006, uma linha de financiamento para projetos sociais. Este incentivo tem o propósito de estimular o desenvolvimento de iniciativas voltadas à agregação da variável social pelo setor corporativo, e é induzido muitas vezes pelo próprio BNDES, sendo estimulado principalmente como forma de corrigir eventuais impactos negativos que possam ser decorrentes da implantação dos empreendimentos.
Conforme o BNDES(2008) o século 21 começou com a consolidação da vertente social na missão do Banco, que é promover a competitividade da economia brasileira, de forma agregada à sustentabilidade, à geração de emprego e renda e à redução das desigualdades sociais e regionais.
De acordo com o Instituto Fonte(2008) a Linha de Investimentos Sociais de Empresas é uma evolução do antigo Programa de Apoio ao Investimento Social (PAIS). Desde a criação da linha, R$ 265 milhões foram investidos em 122 operações de cunho social. Os recursos foram aplicados em projetos e programas de qualificação social voltados tanto para o âmbito interno da empresa (ações cujos públicos são funcionários, seus dependentes ou familiares; empregados de fornecedores e clientes) quanto para a comunidade (coligados a políticas públicas de diferentes níveis federativos).
Conforme o Instituto, as duas espécies de públicos-alvo condicionam duas vertentes da linha de financiamento, com condições distintas, embora ambos estabeleçam prazos de até 96 meses para pagamento, compreendendo carência de 24 meses.
Em média, os empréstimos giram em torno de R$ 1 milhão a R$ 2,5 milhões. Mas não há alcance pré-estabelecido. O teto depende do próprio investidor, que apresenta o projeto e aguarda a avaliação dos técnicos.
Os dois maiores projetos sociais já financiados pelo BNDES foram um da Veracel Celulose, com investimento social de R$ 22,6 milhões (sendo R$ 19,7 financiados pelo banco), e outro da Cia. Brasileira de Distribuição, com financiamento total de R$ 15,5 milhões.(Instituto Fonte, 2008)
Ainda segundo o Instituto Fonte(2008) a criação de linhas de financiamento bancário exclusivas para investimento social acompanha o desenvolvimento da responsabilidade social no meio corporativo. Tanto a International Finance Corporation (IFC) do Banco Mundial, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento estão utilizando instrumentos similares ao do BNDES.
Desta forma reitera-se a importância de um conjunto de normas que possam orientar as organizações nas questões referentes à Responsabilidade social, tanto pela tendência mundial como pela necessidade daquelas que buscam investimentos junto à órgãos de financiamento, tamanha importância do termo Desenvolvimento sustentável nos dias atuais.

CAPÍTULO 3

Metodologia
A metodologia envolve a pesquisa e análise por diversos meios pelos quais se permita adquirir conhecimento científico, de forma a obter um conjunto de princípios e procedimentos aplicados para que se possa construir, de modo ordenado e seguro, os conhecimentos adquiridos.
Segundo Traldi e Dias (2009, p.5) os trabalhos monográficos necessitam de um certo rigor metodológico, pois não podem ser submetidos a pura espontaneidade criativa de quem os elabora.
Portanto, com o propósito de atingir os objetivos traçados para este trabalho e buscar conhecimentos significativos que permitissem conhecer os principais aspectos relacionados ao tema de estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, sendo utilizados livros e artigos científicos relacionados aos conceitos e demais aspectos envolvidos pelo tema, bem como, informações disponíveis on-line.

CAPÍTULO 4

Análise e Discussão dos Resultados
Inicialmente percebeu-se que existe verdadeiramente uma grande preocupação por parte de toda a sociedade com as questões inerentes à Responsabilidade Social. Estas questões têm provocado debates envolvendo países de enorme influência na economia mundial, o que dá ainda mais força e credibilidade ao assunto.
Neste contexto, segundo Savitz (2007, p.2) a Sustentabilidade se originou da conscientização crescente, durante a década de 1980, de que os países precisavam descobrir maneiras de promover o crescimento econômico sem destruir o meio ambiente e prejudicar futuras gerações.
Contudo as atividades organizacionais promovem a interseção entre os interesses de negócios e os interesses do meio ambiente e da sociedade, assim as empresas sustentáveis tem oportunidade de alcançar maior sucesso no futuro, podendo continuar prósperas ao longo de décadas e gerações.(Savitz, 2007, p.2)
Ao passo que prossegue a evolução da Sustentabilidade, a imagem de que o lucro é o único propósito das empresas começa a ser questionada, validando a idéia das empresas possuírem outros objetivos igualmente importantes.
Desta forma, é nítida a preocupação das organizações em refletir sobre os impactos de seus atos e incluir a sociedade como um todo nas suas tomadas de decisões. Esta preocupação faz com que se retomem assuntos antes sem a devida relevância, como o contexto de Responsabilidade social e Ambiental.
De acordo com Ashley(2006,p.56) o conceito de Responsabilidade Social corporativa não pode ser reduzido a uma dimensão social da empresa, mas interpretado por meio de uma visão integrada de dimensões econômicas, ambientais e sociais que se relacionam.
Por isso a importância de se diferenciar a abordagem tradicional de gestão, que busca a maximização pura e simples dos lucros, da abordagem ecocêntrica que leva em conta as relações recíprocas entre ser humano e natureza.

Desta maneira, para Aktouf (2004, p.253) existem soluções para todos os problemas de cidadania das empresas, bem como equilíbrio entre fatores de produção, melhoria da natureza e do cidadão além de uma melhor partilha das riquezas produzidas.
Segundo o autor o que falta é a aceitação, pelos dirigentes políticos e econômicos envolvendo as mudanças radicais que as soluções implicam nos níveis de análise da prática econômica, em nível mundial, macroeconômico, mesoeconômico e microeconômico.
O nível mundial envolve principalmente a categoria das multinacionais e sua influência no mercado mundial, enquanto a macroeconomia analisa as variáveis globais tais como produção, desemprego, taxas de juro, de câmbio e níveis gerais de preço. Já a Microeconomia estuda o comportamento das unidades individuais em relação à empresas e consumidores, considerando-as tanto isoladamente como nas relações mútuas. Por conseguinte mesoeconomia compreende o nível intermediário entre o macro e o microeconômico e envolve setores como da saúde, educação, transporte, cultura, comunicações, que tem por finalidade garantir a dignidade do cidadão.
Já de acordo com Ashley (2006, p.8) só é possível entender como as organizações põem em prática suas responsabilidades perante os stakeholders se levar-se em conta que toda organização faz parte de um contexto sociocultural mais amplo, o qual determina de modo importante tanto suas atividades quanto a relação com o ambiente sociocultural.
Para a autora há sempre um contexto que influencia as organizações, tornando a administração culturalmente condicionada e sujeita aos valores, princípios e tradições da sociedade em que se insere.
Quando dizemos que a responsabilidade social das empresas tem sua interpretação condicionada pela cultura empresarial e nacional, estamos falando de cultura tal como é entendida pelos antropólogos, ou seja, um sistema específico de valores e visões de mundo em cujo contexto se dão as ações e práticas de determinada sociedade.(ASHLEY, 2006, p.9)
Desta forma é estritamente necessário que as empresas possam engajar os conceitos de Responsabilidade Social na sua cultura organizacional.
Não há indivíduos, empresas ou países sem cultura. Toda sociedade funciona de acordo com princípios, valores e tradições culturais específicas que determinam os pensamentos e comportamento de indivíduos, grupos e instituições, entre as quais se incluem, necessariamente as organizações e o mundo dos negócios em geral.(ASHLEY(2006,P.10)
E completa:
Além de princípios éticos e valores morais, temos também princípios e valores culturais influenciando os modos de ação e práticas administrativas e, portanto, o modo como a responsabilidade social corporativa é concebida e implementada em determinada sociedade. (ASHLEY, 2006, p.10)
Entretanto é notório certo despreparo das organizações em lidar com este tema, fato este que fez com que a ISO decidisse se envolver com a questão. Sendo assim, com o enorme poder de influência que esta instituição possui, a Responsabilidade social pode estar definitivamente sendo absorvida por uma grande parte das organizações em várias partes do mundo.
Deste modo a ISO 26000 vem a ser um guia completo que possa orientar as organizações que buscam a Responsabilidade Social.
De acordo com o Instituto ETHOS (Ferroni, 2008, p.8) o processo de elaboração da ISO 26000 configura um autêntico mutirão internacional, ao qual se afinam as visões nacionais (ou institucionais) e as visões de cada grupo de stakeholder.
Segundo o Instituto apesar do aumento constante no número de participantes, ainda há desafios a enfrentar para obter uma presença ampla e efetiva da comunidade internacional. Entre os obstáculos destacam-se a barreira de idiomas, que se procura transpor com força-tarefa de tradução, bem como o desnível de experiências no trato de assuntos referentes à Responsabilidade Social, além do custo das viagens internacionais, em média duas por ano.
Porém, a partir do momento que as organizações e os países passam a investir em temas como este, desfrutam rapidamente de uma grande vantagem competitiva no mercado, devido à grande preocupação da própria sociedade com temas como o aquecimento global, ecologia, meio ambiente, os direitos humanos e a relação trabalho e bem estar.
Contudo, é necessário que as organizações possam planejar essas ações proporcionalmente conforme seus recursos e o impacto que gera na comunidade, porém as empresas procuram usufruir de algumas vantagens que não só a imagem social, mas também a busca por novos investidores e o auxílio de órgãos de financiamento.
Portanto as organizações que buscam realmente o titulo de socialmente responsáveis devem promover ações e atitudes devidamente projetadas de acordo com um planejamento específico. Assim, conseguirão atingir não só os seus objetivos, mas também os anseios de todos os envolvidos na sua cadeia de relacionamentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A busca por um planeta sustentável tem sido uma grande preocupação da sociedade nas últimas décadas. Esta temática tornou-se tão importante a ponto de conseguir unir vários países em prol de um objetivo: fazer das organizações as grandes protagonistas desta luta, tornando-as parte de um contexto de um mundo mais justo e humanizado.
Os conceitos de Sustentabilidade e Responsabilidade Social defendidos por vários autores e discorridos exaustivamente neste trabalho provam que este tema vem se destacando consideravelmente no meio empresarial. Desta forma tornou-se praticamente uma unanimidade a importância desse paradigma para a sobrevivência de uma organização num mercado altamente globalizado e competitivo.
Tanto que o envolvimento da ISO com este tema demonstra a importância com que as nações têm tratado o assunto, visto a participação cada vez maior dos países na elaboração da ISO 26000.
Essa afirmação corrobora com um dos objetivos deste trabalho, que foi justamente mostrar a importância de um conjunto de normas que possa orientar as organizações nas demandas referentes à Responsabilidade Social, bem como determinar a tendência de um futuro social e ambientalmente responsável nas empresas de todo o mundo.
Logicamente as organizações tendem a buscar naturalmente um retorno perante as ações de Responsabilidade Socioambiental, visto que a maximização dos lucros ainda é uma das grandes metas das empresas, por isso pretendeu-se analisar a relevância das normas da ISO 26000 para as organizações que buscam financiamentos de organismos de investimento, além da imagem social.
Vimos que as empresas podem adquirir enormes vantagens competitivas perante o mercado, e não somente pelo Marketing positivo que essas ações trazem à sua imagem, mas também nos anseios financeiros que as organizações possam ter na busca de financiamentos, chegando a ser ponto decisivo para órgãos como o BNDES.
Portanto as empresas estão sendo exigidas pela própria sociedade a incorporarem em suas estratégias objetivos que sejam compatíveis com seu crescimento econômico e bem-estar da comunidade, cuidando do planeta para que tenhamos gerações futuras saudáveis e mais humanizadas.
Sugestões e Limitações
Limitações: Durante o desenvolvimento deste trabalho encontrou-se alguns obstáculos pelo fato da ISO 26000 tratar-se de um assunto novo e em desenvolvimento.
Sugestão de um modelo para a prática de Responsabilidade Social nas Pequenas e Médias Empresas
Um dos objetivos deste trabalho é sugerir um modelo que auxilie o futuro social e ambientalmente responsável para o sucesso das organizações. Desta forma pretende-se mostrar a importância das pequenas e médias empresas nas questões de Desenvolvimento sustentável.
Segundo Grayson e Hodges (2003, p.193) os temas emergentes de gestão têm repercussão não só nas grandes multinacionais visto que há uma explosão de pequenas empresas, alimentadas pelas mesmas forças de mudança.
Para os autores as pequenas empresas precisam agir diante dos temas emergentes de gestão e das expectativas dos acionistas do mesmo modo que as empresas maiores, mesmo tendo necessidades financeiras e gerenciais diferentes.
Contudo, é indispensável que exista primeiramente a vontade dos gestores em inserir o tema na organização, sendo que é necessário percorrer um bom caminho até que os conceitos de Responsabilidade social estejam engajados na própria cultura da empresa, fortalecendo a idéia de que o desenvolvimento sustentável começa de ações internas para posteriormente torná-las externas.
A seguir, nos quadros 3 e 4, um modelo para auxiliar na organização de idéias que se possa começar a planejar e projetar a Responsabilidade Socioambiental na Empresa, incluindo-a na missão e na cultura organizacional.

ABSTRACT

The present work had as objective main to study the main aspects and concepts that involve thematic around the Social Responsibility and the sustainable Development. Intention was to demonstrate the trend that involves the society next to the organizations for an ambiently responsible world. For in such a way, the work it discourses on ISO 26000, that one is about a set of norms that it intends to standardize the actions and to guide the implantation of projects of social responsibility for the companies, indifferent of transport or type. Moreover, the work searches to demonstrate the importance given to the politics of Social Responsibility in the companies for financing agencies as the BNDES. In such a way, for the concretion of this study a bibliographical research was become fulfilled, through books and scientific articles related to the concepts and too much involved aspects for the subject, as well as, available information on-line.
Word-keys: ISO 26000, Social Responsibility, Sustainability.

REFERÊNCIAS

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AKTOUF, Omar Pós-Globalização, administração e racionalidade econômica: A síndrome do Avestruz. São Paulo: Atlas, 2004.
ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2006
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Ecodesenvolvimento.org, 2009, ISO 26000. Disponível em: Acesso em: 20 out. 2009.
GRAYSON, David. Compromisso social e Gestão empresarial. São Paulo: Publifolha, 2003
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INMETRO Norma nacional ABNT NBR 16001, 2006. Disponível em: Acesso em: 20 out. 2009.
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Livro verde – Promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas COM(2001) 366, Julho de 2001. Disponível em: MDS (Ministério do desenvolvimento social e combate à fome) (2009) ISO 26000. Disponível em: OLIVEIRA, José Antônio Puppin de. Empresas na sociedade: sustentabilidade e responsabilidade social. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008
SAVITZ, Andrew W. A empresa sustentável: O verdadeiro sucesso é lucro com responsabilidade social e ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007
TRALDI, Maria Cristina; DIAS, Reinaldo. Trabalho de Conclusão de Curso. Campinas: Alínea, 2009.

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