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sábado, dezembro 21, 2024

MADEIRA MAÇICA E COMPENSADO

MADEIRA MAÇICA E COMPENSADO

– TIPOS DE MADEIRA E COMPENSADO

Nem toda a madeira é igual. Cada variedade apresenta propriedades específicas. O aspecto recria em alguns pormenores como a cor e o desenho das fibras. Há madeiras muito duras e resistentes e outras mais brandas e menos resistentes. Se pegar num pouco de madeira, posso verificar que a sua estrutura é fibrosa formada por fibras. As fibras estão orientadas seguem uma direção determinada, a que faz com que a madeira não tenha as mesmas propriedades em qualquer direção, isto porque é mais fácil separar as fibras umas das outras no sentido dos meios do que no sentido perpendicular a eles. Esta particularidade que a madeira nos oferece exige que tenha atenção ao desenhar e ao trabalhar com ela.

Tipos de madeira, habitualmente utilizadas na fabricação de móveis.

• aguano
• amburama
• amendoim
• andiroba
• angelim
• angelim-vermelho
• angico-preto
• bálsamo
• cabriúva-parda
• cabriúva-vermelha
• caixeta
• cambará
• canafístula
• candeia
• canela
• canjerana
• caroba
• cedro
• cerejeira
• cumaru
• freijó
• garapa
• imbuia
• ipê-roxo
• itaúba-preta
• jatobá ou jataí
• mogno
• pau-marfim
• peroba-rosa
• sucupira-parda
• sucupira-preta
• tatajuba
• tauari
• urundeúva

FREIJÓ:

PROCEDÊNCIA

O material lenhoso para os estudos tecnológicos foi obtido na região de Belém, Estado do Pará.

DURABILIDADE NATURAL

A madeira de FREIJÓ, em condições adversas, é considerada de resistência moderada ao ataque de organismos xilófagos, segundo observações práticas a respeito de sua utilização.

CARACTERES GERAIS

Madeira moderadamente pesada; cerne pardo-claro-amarelado ou, também, pardo-claro-acastanhado, eventualmente com reflexos róseos, uniforme; textura média; grã direita; superfície lustrosa, acentuadamente nas faces radiais, moderadamente ásperas ao tato; cheiro peculiar, mas pouco acentuado; gosto imperceptível.

TRATAMENTO PRESERVANTE

A madeira de FREIJÓ, por apresentar seus poros parcialmente obstruídos por óleo-resina e tilos, deve ser de baixa permeabilidade às soluções preservantes em tratamentos sob pressão.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES

A madeira de FREIJÓ, por ter cor pardacenta, agradável, com retratibilidade baixa e propriedades mecânicas médias, é particularmente indicada para móveis finos, folhas faqueadas decorativas, lambris, painéis; em construção civil, como caixilhos, persianas, venezianas, ripas, acabamento interno, molduras, guarnições, sarrafos; em construção da estrutura de hélices de pequenos aviões, de barcos de recreio, laterais de escada etc.

IMBUIA:

PROCEDÊNCIA

O material lenhoso para os estudos tecnológicos foi obtido no norte do Estado do Paraná.

DURABILIDADE NATURAL

A madeira de IMBUIA, segunda observações práticas a respeito de sua utilização é considerada resistente ao ataque de organismos xilófagos.

CARACTERES GERAIS

Madeira moderadamente pesada e dura ao corte, cerme extremamente variável, do pardo-amarelado ao pardo-acastanhado e do pardo-escura-acastanhado ao pardo-havana-claro, grã direita à revessa, textura média, cheiro característico, superfície irregular lustrosa, geralmente apresenta veios ou estrias paralelas, gosto um tanto amargo e adstringente.

TRATAMENTO PRESERVANTE

A madeira de IMBUIA, em ensaios de laboratório, quando submetida a tratamento sob pressão, demonstrou ser impermeável às soluções preservantes.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES

A madeira de IMBUIA por ser moderadamente pesada, de cor agradável e propriedades mecânicas médias, pode ser usada para móveis de luxo, folhas faqueadas decorativas, acabamentos internos, tábuas e tacos para assoalhos, marcos de portas venezianas, vigas caibros, ripas, entalhe, coronhas de armas de fogo, esquadrias peças torneadas e instrumentos musicais.

CEREJEIRA:

PROCEDÊNCIA

O material lenhosa para estudo tecnológico foi obtido na região de governador Valadares, Vale do Rio Doce Estado de Minas Gerais.

DURABILIDADE NATURAL

A madeira de AMBURAMA OU CEREJEIRA, em condições favoráveis ao apodrecimento, é considerada de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos, segundo observações práticas a respeito da sua utilização.

CARACTERES GERAIS

Madeira moderadamente pesada, cerne bege-amarelado ou bege-rosado, uniforme, excepcionalmente apresenta alguns veios mais escuros, alburno muito pouco diferenciado do cerne, grã direita a irregular, superfície irregularmente lustrosa e medialmente lisa ao tato, cheiro acentuado, peculiar, agradável, lembrando o de baunilha, gosto levemente adocicado.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES

A madeira de AMBURAMA OU CEREJEIRA, por apresentar aspecto agradável e por ter retrabilidade baixa e média é indicada para confecção de móveis de luxo, folhas faqueadas decorativas, esculturas, tornearia, acabamento interno, lambris, etc.

COMPENSADO:

A História de como surgiu o compensado

Laminação: da madeira dos sarcófagos à moderna indústria.

Atualmente, as lâminas de madeira são amplamente utilizadas, principalmente na produção de compensados e revestimentos. Este produto, entretanto, não surgiu nos atuais tempos modernos, e sim em tempos remotos da civilização. Com base nos recentes conhecimentos históricos, é possível afirmar que a primeira lâmina de madeira foi produzida no Antigo Egito, aproximadamente em 3000 a.C. Eram pequenas peças, obtidas de valiosas e selecionadas madeiras, que se destinavam a confecção de luxuosas peças de mobiliário pertencentes aos reis e príncipes.

As recentes descobertas arqueológicas revelam a existência de peças em madeira que são verdadeiras obras de arte, tais como: o trono encontrado na tumba de Tutancâmon, que reinou de 1361 a 1352 a.Cconfeccionado em cedro revestido com finas lâminas de marfim e ébano; uma cama feita em laburno, que apresenta que apresenta algumas características essenciais do moderno painel de compensado em sua cabeceira. Os estudos dessas valiosas peças de madeira, relacionados às técnicas de produção das lâminas e aos tipos de adesivos empregados, ainda provocam especulações. Acredita-se que as lâminas eram obtidas a partir de serras manuais, e o alisamento da superfície destas através de material abrasivo, provavelmente a pedra-pome. Quanto aos adesivos empregados, é aceita a hipótese de que fossem à base de albumina. As civilizações Assírias, Babilônicas e Romanas, posteriores à Egípcia, também promoveram avanços no uso de laminados e, certamente, com grande influência desta última.

Período Obscuro.

A base do surgimento da indústria de compensados foi o grande progresso na manufatura de lâminas de madeira, principalmente com o surgimento do torno desfolhador, que possibilitou uma produção econômica em massa de lâminas de madeira. A primeira máquina a produzir lâminas contínuas, por faqueamento de toras em torno desfolhador, surgiu em 1818; entretanto, nos EUA existe uma patente de torno laminador de 1840 concedida a Dresser e, na França, outra, concedida a Garand, em 1844, neste processo, as toras possuíam, normalmente, 2m de comprimento e a velocidade de laminação situava-se na faixa de 4 a 5 m/min. Essas máquinas possuíam um ajuste vertical da lâmina de corte, e a barra de pressão e a barra de pressão já se encontrava em uso.

Pioneirismo.

As primeiras indústrias a produzirem lâminas de madeira surgiram na Alemanha em meados do século XIX e, um rápido desenvolvimento e aperfeiçoamento nos tornos laminadores contribuíram para a evolução da indústria de compensados. O emprego das lâminas de madeira torna-se mais significativo a partir dos séculos XVIII e XIX. Quando importantes peças de mobiliário foram confeccionadas, tais como o “Bureau de Campagne” de Napoleão, folheada com jacarandá-da-Bahia, e a introdução do compensado na feitura de pianos de cauda, realizada por Steinway, um renomado fabricante americano de pianos, em 1860.

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, além do surgimento de novos adesivos, houve uma acentuada evolução na produção de lâminas e compensados, devido à utilização destes produtos na área militar.

A construção dos primeiros aviões também utilizou compensado e lâminas de madeira, e alguns deles foram bem famosos como o Fokker D. VII, um biplano de combate da Primeira Guerra Mundial.

Com o fim da guerra, após 1918, os maiores consumidores de compensados foram a indústria moveleira e os estaleiros, estes últimos voltados para a reconstrução da frota mercante, o que ocasionou um grande crescimento na indústria de laminação.

O derradeiro impulso se deu com o advento da Segunda Grande Guerra Mundial, com o desenvolvimento e automação dos sistemas de produção contínua, proporcionando uma gama crescente de produtos de qualidade superior e menores custos.

Durante o Conflito da Segunda Guerra, a indústria aeronáutica desenvolveu importantes projetos, sendo um dos mais destacados o de Havilland 98 Mosquito, aeronave de ataque inglesa, que possuía a característica de ter sua estrutura inteiramente confeccionada em madeira, e seu forro formado por um sistema semelhante a um compensado, com núcleo de madeira maciça, que proporcionava um conjunto muito estável, dispensando reforços adicionais. Estas características tornavam a aeronave menos vulnerável aos danos de combate, sendo seus painéis facilmente substituíveis quando necessário. De 1941 a 1945 foram produzidas 6.711 unidades, sendo que uma versão atingia velocidade máxima de 670 km/h.

Diversificação.

A presente utilização dos produtos de laminação se encontra bem diversificada, por exemplo, nas peças componentes de uma moderna casa de madeira (pisos, forros, paredes internas e externas, telhados…), na confecção de embarcações, na produção de embalagens especiais resistentes a exposição ao tempo, na fabricação de instrumentos musicais e esportivos, assim como na construção civil, que muito emprega o compensado, além de outras possíveis e prováveis aplicações.

Na atualidade, ocorre a tendência da globalização da economia mundial, ocasionando uma nova revolução industrial, compreendendo reestruturações e rápidas modernizações nas indústrias, a fim que estas se tornem aptas a produzir produtos com qualidade superior, menores custos e competitividade no mercado internacional ISO9000 e, logo será intensificada pela Norma ISO 14000.

A indústria de laminação acompanha esta tendência modernizando seus equipamentos e suas técnicas, introduzindo modernas máquinas desenroladoras, capaz de processar toras de até 2 metros de diâmetros com velocidade de 600 giros por minuto, controle computadorizado, carregamento automático e centradores eletrônicos de toras, além do desenvolvimento de sistemas de medição ótica de toras, assim como modernas guilhotinas e de secadores entre outras tantas inovações.

Fonte: Revista da Madeira, ano 5 – nº 29 por Carlos Eduardo Camargo de Albuquerque, Engenheiro. Florestal.

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