Autoria: Mario Bombi Junior
MÚSICA E CINEMA
Na dissertação de mestrado do professor Claudiney Rodrigues Carrasco, ele afirma que o diretor de cinema, tem que saber o básico de todas as áreas, mas na parte musical ele já se declara a ser um leigo. A linguagem musical carrega uma certa aura “é que são poucos entendedores de música” Alem de compreender essa problemática, ele tem também que adaptar toda o seu conhecimento e o modo pelo qual esta acostumada a se referir à música.
Existe um certo desconforto ao falar de música.Quando se diz músico é fácil, de obter a seguinte frase “ah, eu adoro a música mais não sei nada sobre ela”. Não é possível falar de música sem nos remetermos a própria linguagem musical, é possível descrever uma obra musical de 2 modos.
O 1º modo e aquele que usa o próprio termo musical. Pode dizer que ela é atonal ou tonal pelo modo harmônico ou rítmico.
A 2º modo e aquele em que o ouvinte tenta expressar em palavras a sua experiência pessoal escutando a música.
Existe no mercado trabalho especializado na área de música para o cinema.
Uma tendência e de ver a música do cinema não como um dos fatores integrantes da linguagem cinematográfica, mas como um relato do filme.O filme é um todo articulado. Trilhas musicais de filmes, que estão integralmente inseridas em seu conteúdo dramático, muitas vezes são despercebidas, não porque sejam ruins, mais porque foram pensadas e construídas para este fim.
No inicio do cinema o som era ausente, o que obrigou os realizadores de filmes a desenvolver uma serie de recursos técnicos e estéticos de linguagem que viabilizassem o cinema enquanto arte narrativa.
O uso de legendas, a explicação mise scene dos atores, a desenvolvimento das técnicas de montagem, que viriam a se tornar uma das grandes linguagens do cinema.
Existia também pelos teóricos de cinema o fato dos filmes mudos terem sido sempre acompanhado por música, desde as primeiras exibições comerciais, com o objetivo de abafar o ruído bastante proeminente e desagradável do projetor.
Ainda diziam que a sala de projeção era um ambiente bastante sem graça para o publico. Uma sala escura onde as pessoas se sentavam para assistir a fantasmas agindo. Isso, ocorrendo em absoluto silencio, se constituiria em uma verdadeira tortura psicológica. A musica teria servido, então como uma espécie de antídoto para esse mal estar causado pelo ambiente.
A tradição do melodrama faz parte do uso da musica junto com o filme, que era muito usado no final do século passado, onde a musica era usado em quantidade muito grande.
A incorporação da musica nas exibições de filme seria o fato do acompanhamento musical intensificar a impressão de realidade do filme.
Com base nestes argumentos, a musica serviu para acabar com os problemas.
Preencher o vazio do filme, dar um ar mais realista a ainda abafar o som do projetor.
Com isto a musica serviu para evocar o sentido comunitário, a sensação de coletividade que torna o publica uma comunidade de ouvintes participantes.
O mais importante em tudo isto foi perceber que a musica no período do cinema mudo teve um papel importante, a linguagem narrativa do cinema passa pela via musical.
Supõe-se que o filme não tenha nada a ver com o material selecionado, pois o filme ainda era uma mera curiosidade e o objetivo era testar seu potencial comercial do que artístico.
Não se refere a o cinema mudo trilha musical e sim acompanhamento musical.
A evolução no cinema mudo da uma maior interação entre o imaginário e o musical, é dividida em 3 fases.
1º Fase. Não tem uma preocupação entre o filme e a musica. A música era ouvida integralmente, sem o cuidado de fazer uma correspondência com o filme, pois a maiorias das fazes os filme era de curta duração e era apresentados vários deles. Nesta fase o cinema mudo é a total ausência da uniformidade.
2º Fase. Á um interesse pelo acompanhamento musical de um filme, começa a surgir um novo mercado comercial, onde editores musicais passam a editar em larga escala partituras musicais exclusivamente voltados para o cinema. Usavam um método de classificação conhecido como musica descritiva. Assim podia encontrar musica para qualquer tipo de situação: musica de catástrofe, misteriosa, navio afundando.
As coletâneas musicais foram decisivas no que diz respeito à interação entre a industria, produtora de filmes, e os exibidores, ou músicos, responsáveis pela elaboração do acompanhamento musical.
3º Fase. No cinema mudo é aquela em que o filme já vem com a planilha de indicação e acompanhamento musical, o cinema vai fazer com que, gradualmente, as partituras, originais, musicas especialmente composta para um determinado filme, comece a tomar o lugar das planilhas de indicação.
Em muitos casos a partitura distribuída com o filme não se tratava de uma musica original e sim de arranjos específicos de musicas já existente.
Uma coisa que todos os autores de trabalho especializados são unânimes em afirmar que uma das maiores tragédias da historia da musica de cinema foi o extravio da partitura original de O ENCORAÇADO POTEMKIN.