A prática do empreendedorismo vem se consolidando no mercado a partir da abertura da economia para os mercados externos. Com a entrada dos produtos importados, o Brasil nem sempre conseguia competir com os mesmos porque na maioria das vezes, não conseguia atingir a mesma tecnologia empregada nos produtos estrangeiros, o que gerou a necessidade das empresas se modernizarem para se tornarem mais competitivas no mercado.
As principais características do empreendedorismo são a inovação, mudança, criatividade e risco, ou seja, um empreendedor deve ter uma visão geral do seu negócio a fim de saber agir de forma eficaz diante de diversos cenários e tendências internacionais e mudanças em prol do sucesso do seu negócio e adaptação de forma ética e cidadã ao novo mercado, criando empregos e evitando armadilhas no mercado em que se incide.
Agir de forma competente na criação e realização de novos métodos produtivos, novos mercados e formatos da organização, são práticas mais do que necessárias para um empreendedor de sucesso que sabe o que faz no mundo capitalista.
No artigo “Comportamento do Empreendedor”, Robert Menezes diz que “ser empreendedor é preparar-se emocionalmente para o cultivo de atitudes positivas no planejamento da vida. É buscar o equilíbrio nas realizações considerando as possibilidades de erros como um processo de aprendizado e melhoramento. Ser empreendedor é criar ambientes mentais criativos, transformando sonhos em riqueza.”
Segundo o GEM, uma pesquisa realizada pela London Business School e Babson College dos Estados Unidos, o Brasil apresenta uma das maiores taxas de empreendedores iniciais e está na 7ª posição no ranking dos participantes. Vale ressaltar que participam desta pesquisa tanto os países considerados de renda per capita alta quanto os de média e ambos estão criando novos negócios.
O Brasil apresenta essa colocação no ranking não porque aqui se apresentam muitas oportunidades para se empreender, mas porque a necessidade de se atualizar e modernizar, sem falar na grande dificuldade encontrada no país para se conseguir trabalho, o que leva às pessoas a buscarem novas alternativas em função do medo que possuem de ficarem desempregadas.
Atividades diretamente relacionadas ao consumidor final são mais encontradas nos países de renda média, enquanto nos países de renda mais alta os negócios estão mais voltados para clientes que se apresentam como empresas. O segmento de alimentação como o de maior interesse dos empreendedores brasileiros. Ressalta-se também o crescimento, aqui no Brasil, da atividade de artesanato e da venda por catálogos.
A partir de 2005, no Brasil, apontou para o empreendedorismo feminino uma quase igualdade com o gênero masculino, principalmente no estágio de negócio considerado inicial, em que para cada homem existe uma mulher. Este fato coloca o Brasil na 2ª posição, o que é diferente do cenário encontrado no país 4 anos antes dessa pesquisa, quando as atividades empreendedoras que se encontravam no país eram predominantemente praticadas por homens.
Os brasileiros em geral atuam em segmentos já consolidados e de alta concorrência e a baixa permanência dos negócios e as dificuldades em se prosperar são explicadas pelo baixo nível de inovação e até mesmo pelo sistema econômico-financeiro, que apresenta juros muito altos e muita burocracia. O Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo em relação à rigidez da legislação trabalhista, à dificuldade para abertura e fechamento de negócios e alto custo na demissão de funcionários.