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terça-feira, novembro 19, 2024

O QUE É FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA?

Autor: Everaldo J Da Silva

Se você pensava que Fonoaudiologia cuidava apenas de crianças que trocam letras ou gaguejam, prepare-se para uma surpresa: saiba o que a ela pode fazer por seu filho antes mesmo dele aprender a falar.

Certamente você já ouviu falar em medicina preventiva, odontologia preventiva e outras tantas prevenções. A Fonoaudiologia também tem uma importante atuação preventiva: a de combater os Distúrbios da Comunicação, isto é, evitar que as crianças venham a apresentar trocas de sons na fala, falem com a língua para fora, respirem pela boca, desenvolvam gagueiras e disfonias, etc.

A Fonoaudiologia Preventiva trabalha no sentido de fazer com que o meio ambiente da criança seja o mais saudável possível, auxiliando os pais a promoverem um crescimento sadio e completo. Existem as características de cada criança, que são fatores herdados ou congênitos como as síndromes, as possíveis alterações ortodônticas, etc. Todos os casos merecem atenção especial da Fonoaudiologia Preventiva para que os aspectos ambientais atuem de maneira a minimizar ou até mesmo eliminar fatores que não colaborem com um bom desenvolvimento.
Dentre os fatores que devem ser observados e orientados pela Fonoaudiologia Preventiva estão:

amamentação, pois esta propicia o crescimento facial e a maturação muscular que a mamadeira não é capaz de substituir (entre tantos outros fatores…);

chupetas e bicos de mamadeira, se houver necessidade de utilizá-los devem ser devidamente orientados para a idade e o tipo de furo para cada criança;

copo com furinhos para a gradativa substituição da mamadeira em torno dos seis meses de vida;

o fim dos hábitos bucais: assim como se orienta a correta introdução dos bicos e chupetas, a Fonoaudiologia Preventiva preocupa-se com a correta retirada dos mesmos: até por volta dos dois anos de idade já não deve mais haver hábitos;

refeições: por volta de 12 a 14 meses a criança deve estar participando das refeições normais da casa, para isto faz-se necessária a correta modificação das texturas das papinhas desde a peneirada até aquela que já não precisa mais ser amassada;

fala: estando com toda a parte muscular bem orientada, é esperado que as primeiras palavras, em forma de sílabas, apareçam por volta dos 12 a 15 meses (se não houver comprometimentos orgânicos e/ou emocionais);

o desenvolvimento auditivo deve ser muito bem acompanhado para que se possa detectar qualquer desvio precocemente e se fazer a devida intervenção.

A atuação fonoaudiológica , em sua história, tem recebido fortes influências de ciências da área da saúde e, portanto, direcionado o seu “fazer clínico” para uma prática a serviço da “doença”, caracterizando-se no sentido da avaliação e terapia fonoaudiológica que buscam a normalização das alterações da comunicação oral e escrita. Tal fato é compreensível, pois a fonoaudiologia “surgiu em resposta a uma necessidade de atendimento a pessoas que apresentam uma série de problemas ligados à comunicação humana” (Zorzi, 1999). Porém, a fonoaudiologia clínica, vem se interligando com a fonoaudiologia educacional, através de pesquisas e atuações que enfocam os aspectos preventivos da comunicação.

A atuação fonoaudiológica na área educacional objetiva não somente detectar as alterações da linguagem oral e escrita, mas sim, de dar possibilidades para a otimização do desenvolvimento , ou seja, “criar condições favoráveis e eficazes para que as capacidades de cada um possam ser exploradas ao máximo, não no sentido de eliminar problemas, mas sim baseado na crença de que determinadas situações e experiências podem facilitar e incrementar o desenvolvimento e a aprendizagem” (Zorzi, 1999). Fonoaudiológico em escolas, não limita-se somente na realização de triagens, mas em propiciar situações favorecedoras para o desenvolvimento da comunicação oral e escrita. Assim, a atuação com os alunos consiste preferencialmente no desenvolvimento de programas para a otimização do desenvolvimento.

Faz parte do trabalho preventivo fonoaudiológico, do estágio supervisionado em Fonoaudiologia Preventiva e Escolar do Curso de Fonoaudiologia da Universidade de Ribeirão Preto, os grupos de promoção da linguagem oral e escrita, que são compostos por 5 crianças e 2 estagiarias e assim se caracterizam:

Grupo de fala: crianças com dificuldades na apropriação dos aspectos fonético-fonológico, porém sem caracterizar uma alteração articulatória; que apresentam hábitos de sucção não-nutritiva; respiração bucal;
Grupo de linguagem: crianças com história familiar, ambiental e emocional que não favoressem o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral;
Grupo de leitura e escrita: composto por crianças que apresentam dificuldades na apropriação da língua escrita; Conclusão O trabalho em grupo tem por objetivo favorecer o processo interacional entre criança-criança e criança-adulto e proporcionar situações que otimizam o desenvolvimento da linguagem oral e o processo de aprendizagem da escrita. Os grupos podem acontecer no espaço físico da escola, desde que haja disponibilidade, e no período de permanência dos alunos nas mesmas.
Desta forma, o fonoaudiólogo neste trabalho preventivo proposto atua no sentido de desenvolver potencialidades, não enfatizando somente os aspectos patológicos.

Terapia Fonoaudiológica

Na década de 60, surgiu o Setor de Terapia Fonoaudiológica para reabilitação dos pacientes portadores de distúrbios da comunicação. Inicialmente eram atendidos todos os casos que procuravam o serviço, independentemente da manifestação apresentada. A partir de 1993, com o intuito de melhor direcionar o trabalho realizado, passaram a ser atendidos somente os casos de disfonia relacionado ou não ao uso profissional da voz, alterações do sistema estomatognático relacionadas aos quadros de respiração oral e as sequelas de fissuras lábio-palatinas. Atualmente tem sido desenvolvido também um núcleo de atendimento e pesquisa aos pacientes portadores de disfagias neurogênicas, inclusive durante o período de internação hospitalar.

Atividades:

Avaliação, orientação e encaminhamento fonoaudiológico.
Alterações de linguagem em crianças e adultos;
Distúrbio articulatório;
Disfluência;
Distúrbio de leitura e escrita;
Alteração do sistema sensório motor oral;
Disfagia em bebês e crianças.
Avaliação e terapia fonoaudiológica.
Disodia;
Alteração do sistema sensório motor oral;
Apraxia e disartria em adultos;
Disfagia neurogênica em adultos;
Incompetência e insuficiência velofaríngea.

HABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

1- Considerações iniciais

A atuação fonoaudiológica na Saúde Pública refere-se a inserção da Fonoaudiologia na população em postos, em centros, em unidades de saúde, em creches, em escolas, em berçários, bem como na coletividade.

A proposta de trabalho abrange não só o atendimento das alterações da saúde de maior ocorrência na população, mas atua também principalmente na promoção e na prevenção.

O fonoaudiólogo tem com objetivos elaborar ações de programas de orientação quanto ao desenvolvimento da linguagem e audição, sendo importante a maturação adequada das funções neurovegetativas na produção dos sons da fala, no uso adequado da voz e na manutenção auditiva intervindo na prevenção, na terapia e na reabilitação das possíveis patologias ligadas à Fonoaudiologia.

2- O trabalho do Fonoaudiólogo na comunidade

Para que o Fonoaudiólogo possa atuar nas unidades básicas de saúde, torna-se necessário definir o papel do mesmo, assim como o trabalho a ser desenvolvido por ele que abrange certamente a prevenção primária, secundária e terciária em três níveis de atenção diferentes, também primária, secundária e terciária.

Na prevenção primária o fonoaudiólogo deverá atuar na educação e conscientização da população sobre os cuidados básicos para a manutenção da saúde auditiva, da linguagem e identificar e acompanhar as patologias de maior ocorrência na população, tendo como objetivo diminuir as possibilidades de evolução ou agravamento, prevenindo contra a necessidade de atendimento aos níveis secundários e terciários.

Já na prevenção secundária, seria focalizar a patologia de maior prevalência, atender a população para identificar mais cedo possível as ocorrências patológicas, estabelecer uma relação profissional multidisciplinar e promover condições para que portadores de alterações auditivas possam desenvolver as suas atividades sociais.
E na prevenção terciária, trabalha-se com a reabilitação das alterações já instaladas de um grupo na população.

3- Considerações finais

Esses atendimentos devem ser efetuados através de programas específicos desenvolvidos junto à instituições religiosas, educacionais, sociais e à órgãos não governamentais (OGNS) para que se tenha um melhor resultado na prevenção, na terapia, na reabilitação e na eliminação de fatores que interferem na aquisição e desenvolvimento dos padrões da fala, linguagem e audição atendendo assim toda à demanda populacional necessitada.

Linha de pesquisa é o campo temático que delimita os projetos de pesquisa individuais e coletivos relacionados a um ou mais professores orientadores. O Programa tem, atualmente, cinco linhas de pesquisa:

1. Audição na criança O objetivo desta linha de pesquisa é estudar os aspectos voltados à prevenção, identificação e diagnóstico de perdas auditivas na criança e sua necessária re-habilitação auditiva, e o processo terapêutico do bebê e da criança portadora de deficiência auditiva. Procura-se desta forma aprofundar os conhecimentos no que se refere ao desenvolvimento histórico, político e tecnológico das perdas auditivas na criança.

Os seguintes temas de pesquisa podem ser desenvolvidos dentro desta linha:

O impacto da deficiência auditiva na família.
O impacto da deficiência auditiva no desenvolvimento psicossocial da criança.
A privação sensorial e as vantagens do diagnóstico precoce da deficiência auditiva.
O desenvolvimento histórico, político e tecnológico das perdas auditivas na criança.
Métodos e Técnicas de identificação e diagnóstico de perdas auditivas na criança.
Polêmicas da Triagem Auditiva Neonatal.
Epidemiologia das Deficiências Auditivas na Criança.
Re-Habilitação Auditiva na Criança.
Implante Coclear.
O Processo Terapêutico do Bebê e da Criança Portadora de Deficiência Auditiva.
Professores Orientadores: Beatriz Cavalcante A. Caiuby Novaes, Dóris Ruthi Lewis, Maria Cecília Bevilacqua, Orozimbo Alves da Costa Filho

2. Voz: Avaliação e Intervenção

A linha de pesquisa em Voz: avaliação e intervenção tem como objetivo estudar as relações entre as dimensões orgânica, psíquica e sócio-cultural da voz, em contexto de uso profissional, predominantemente.

Esta Linha de Pesquisa tem suas atividades centradas nos estudos e pesquisas sobre voz, considerando as atuações clínicas e de assessoria do fonoaudiólogo. Temos direcionado alguns estudos e pesquisas considerando, também, as relações cada vez mais freqüentes de alterações de motricidade oral e voz. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados nas pesquisas temos procurado avançar em busca de novas perspectivas teóricas que possibilitem estudar a Voz não apenas segundo a dimensão mais presente na maioria dos trabalhos da área, a orgânica, mas considerando também as dimensões psíquica e sócio-cultural. As atividades realizadas pela Linha são integradas às organizadas pelo Grupo de Trabalhos em Voz (GT-VOZ) desta Universidade, propiciando a todos os interessados da Graduação, DERDIC e do Curso de Especialização em Voz (PUC-SP/COGEAE). Dessa forma os bolsistas de Iniciação Científica, os Trabalhos de Conclusão de Curso e as Monografias são discutidas entre as instâncias, procurando dar a área de Voz da PUC-SP uma direção própria.

Professores Orientadores: Léslie Piccolotto Ferreira, Marta Assumpção de Andrada e Silva

3. Linguagem e Subjetividade

Investiga a clínica fonoaudiológica considerando a semiologia, a diagnóstica, a etiologia e a terapêutica; os estudos sobre saberes científicos e saberes do cotidiano e suas relações com os problemas de linguagem; o estudo das interações familiares e suas implicações na formação do sintoma de linguagem.

Esta linha de pesquisa estuda o universo das perturbações de linguagem, priorizando a clínica e tomando a linguagem como objeto simbólico indissociável da subjetividade, cujos sintomas são vistos como manifestações que implicam o sujeito e o outro. A linguagem é considerada como funcionamento lingüístico discursivo que obedece suas próprias leis, dando primazia à autonomia do significante e aos processos metafóricos e metonímicos como os eixos que materializam esse funcionamento. A subjetividade é entendida a partir de um dimensionamento simbólico e de sua relação com a exterioridade, pressupondo, então, que a emergência do sujeito se dá a partir dessa dupla inserção. Alicerçando-se nesses princípios, esta linha de pesquisa propõe-se a pensar a patologia como uma desarmonia no jogo de forças entre língua e fala que se dá a ver no discursivo, este entendido como constitutivo do sujeito em sua relação com a história. Nessa dimensão, desenvolve estudos em três vertentes: a) estudos sobre relações familiares e suas implicações com os problemas de linguagem; b) estudos sobre universos simbólicos – ideologias, saberes científicos e saberes do cotidiano – e suas relações com os problemas de linguagem; e c) estudos sobre o funcionamento da linguagem, a caracterização de problemas de linguagem e os fundamentos da clínica fonoaudiológica.

Professores Orientadores: Regina Maria Freire, Maria Consuelo Passos, Silvia Friedman

4. Linguagem, Corpo e Psiquismo O curso transita por noções de linguagem e de psiquismo (consciente e inconsciente), num diálogo da clínica fonoaudiológica com a psicanálise, com as neurociências e com a filosofia. Estes contextos permitem a análise dos transtornos de linguagem oral e/ou escrita não como malogros, mas como trilhamentos específicos de constituição subjetiva, marcados por acontecimentos que, de algum modo, foram capazes de desacelerar e/ou desorientar (leve ou severamente) a processualidade psíquica, gerando sofrimentos e demandas clínicas específicas. Trata também da constituição da função clínico terapêutica na Fonoaudiologia com todas as implicações teóricas e metodológicas decorrentes.
Professores Orientadores: Mauro Spinelli, Suzana Magalhães Maia, Maria Claudia Cunha, Luiz Augusto de Paula Souza

5. Procedimentos e Implicações Psicossociais nos Distúrbios da Audição

Visa conhecer os procedimentos usados no diagnóstico audiológico, os programas de conservação de saúde auditiva em ambientes de lazer, esporte, aprendizagem e trabalho. e estudar os procedimentos de intervenção fonoaudiológica nos portadores de distúrbios da audição no adulto ou na criança.

Nesta linha de pesquisa, são estudados procedimentos audiológicos, inventários e avaliações relacionadas ao diagnóstico, prevenção, intervenção, bem como as implicações psicossociais dos distúrbios da audição, seja no adulto ou na criança. As pesquisas empregam métodos quantitativos e qualitativos e se caracterizam pela ênfase atribuída à aplicação da contribuição de conhecimento na prática clínica do fonoaudiólogo.

“A profissional com graduação plena em Fonoaudiologia que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológica, nas áreas da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como no aperfeiçoamento dos problemas de fala e voz”.

Formação ético-científica-cultural do Fonoaudiólogo, capacitando-o a avaliar, prevenir, e intervir nos distúrbios da comunicação e atuar no aprimoramento de aspectos envolvidos na linguagem oral e escrita e no sistema sensório motor oral.

Objetivos Específicos

Promover o aperfeiçoamento do estudante tanto no plano pessoal quanto no social, pelo desenvolvimento do auto conhecimento, de uma visão crítica da realidade e pelo aprimoramento ético.

Habilitar o estudante de Fonoaudiologia para desenvolver um trabalho de prevenção no que se refere à área de comunicação oral e escrita, voz e audição, realizar terapia fonoaudiológica e o aperfeiçoamento dos padrões da voz, fala, linguagem e motricidade oral.

Propiciar o desenvolvimento de atitude científica para propor, participar e desenvolver pesquisas fonoaudiológicas.

Habilitar o futuro profissional a assessorar, no âmbito do conhecimento fonoaudiológico, a equipe profissional integrante de diferentes órgãos e estabelecimentos institucionais

REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

É a reabilitação das seqüelas da comunicação oral (fala e voz), mastigação, deglutição, respiração, mímica facial, linguagem e audição decorrentes de tumores da cabeça e pescoço, mama, abdômen, tórax e tumores cerebrais. O tratamento cirúrgico e clínico (radioterapia e quimioterapia) desses tumores podem acarretar também alterações funcionais. A preocupação constante é com a detecção precoce da doença, além do esclarecimento da população quanto a fatores de risco e prevenção.

Como funciona:

O trabalho fonoaudiológico deve ter um contexto amplo, não apenas o de reabilitar os comprometimentos estéticos e funcionais, mas também o de ajudar e incentivar os pacientes a se reintegrarem socialmente, tendo em vista que a vivência do câncer, a perda da comunicação e as modificações no processo alimentar envolvem uma reorganização de toda a visão do indivíduo sobre si mesmo, das relações interpessoais e do mundo.

No que pode ajudar:

A reabilitação fonoaudiológica através de exercícios e técnicas específicas, juntamente com um trabalho multiprofissional, visa fornecer maiores possibilidades para uma sobrevida com melhor qualidade.

O Serviço de Reabilitação dos Distúrbios na Comunicação atua nos músculos da face e com as funções por eles realizadas (sucção, mastigação, deglutição, respiração e fonação), podendo serem chamadas de funções neurovegetativas ou estomatognáticas. Além da comunicação oral e escrita, voz e audição, visto que a comunicação é o objeto de estudo da Fonoaudiologia.

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