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terça-feira, novembro 19, 2024

O QUE VEM A SER UM CLONE? (CLONAGEM)

Autor: Grasiela Rocha Ajala

Quando ouvimos falar em clonagem, a primeira coisa que nos vem à mente é a ovelha Dolly, o primeiro animal clonado de células de um indivíduo adulto.

A clonagem, entretanto, não se refere apenas ao método aplicado no caso de Dolly. Podemos clonar ou gerar cópias de genes, células, tecidos, órgãos e plantas. A palavra clone deriva do grego Klón, o broto da planta que, quando quebrada, pode se desenvolver como a planta-mãe. Para os microbiólogos, por exemplo, o termo clone se aplica a uma população de microorganismos geneticamente idênticos. Nos animais, inclusive no homem, ocorre um processo de clonagem natural que leva à formação de gêmeos idênticos. Isto se dá quando o embrião, nos estágios iniciais de seu desenvolvimento, sofre uma divisão natural, originando dois ou mais indivíduos geneticamente iguais.
Sabemos que a maioria dos organismos, com excessão dos assexuados, se desenvolvem da união de um indivíduo do sexo masculino, com outro do sexo feminino. Um espermatozóide que contém n cromossomos, irá fecundar um óvulo também com n cromossomos, formando um indivíduo com 2n cromossomos. Entretanto, na clonagem artificial (o caso de Dolly), não ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozóide para formar um novo indivíduo. Nesse procedimento, o novo indivíduo será criado da célula somática (2n cromossomos) do indivíduo original, portanto, com os mesmos genes deste, daí ser considerado a sua cópia.

Devemos lembrar também que existe uma idéia muito difundida, porém errada, de que o clone é uma cópia idêntica de seu original. Sabemos que todo indivíduo é resultado das interações entre o seu genótipo e o seu ambiente. O clone de qualquer indivíduo, apesar de conter o mesmo material genético do original, não será idêntico a este último, pois vai sofrer influências ambientais diversas, que poderão acarretar diferenças fenotípicas entre os dois. Isso é válido tanto no caso de Dolly, em que o original desenvolveu-se num período de tempo anterior ao clone, quanto no caso de gêmeos idênticos (clones naturais). Um bom exemplo relacionado a esse fenômeno é o caso de Cedric, Cecil, Cyril e Tuppence, quatro carneirinhos da raça dorset que foram clonados pela equipe de Ian Wilmut e Keith Campbell, a mesma que clonou Dolly e Polly. Esses quatro carneiros são geneticamente idênticos, porém diferem em tamanho e temperamento, o que pode significar que os genes sozinhos não determinam todos os caracteres físicos e comportamentais de um organismo, eles estão em diálogo constante com o ambiente, interagindo com o mesmo.

As Técnicas

Os famosos casos das ovelhas Dolly, Megan e Morag estão relacionados a uma técnica de clonagem chamada de transplante nuclear, desenvolvida pela equipe de Ian Wilmut e Keith Campbell no Instituto Roslin em Edimburgo, Escócia. Esse procedimento envolve duas células: a célula recipiente e a célula doadora. A recipiente, normalmente, é um ovo não fertilizado, retirado da ovelha logo após a ovulação. A doadora, com todo o seu material genético diplóide, é aquela que será copiada (clonada). Esta célula pode ser retirada de um embrião, ou de um animal adulto.

O primeiro passo é esvaziar a célula recipiente de seu material genético, ou seja, retira-se, com uma micropipeta, os cromossomos do núcleo desta célula. Em seguida, será realizada a fusão da célula doadora com a célula recipiente esvaziada. Essa fusão é feita com o auxílio de descargas elétricas definidas e seqüenciadas. O embrião formado será, então, colocado num meio de cultura durante, mais ou menos, uma semana. Dando-se o desenvolvimento do embrião, este será implantado no útero de uma terceira ovelha, onde continuará a se desenvolver até ser parido por sua mãe de aluguel. A diferença entre o caso de Megan e Morag e o de Dolly é que, no primeiro caso, a célula doadora foi retirada de um embrião com a idade de nove dias, e, no de Dolly, a célula doadora foi retirada de um animal adulto, porém, em ambos, essas células já apresentavam o grau considerável de diferenciação. Este fato poderia ser um empecilho para o sucesso das clonagens se não fosse uma inovação introduzida em Roslin, como veremos mais adiante.

A técnica da transferência nuclear, ou transplante nuclear, já vinha sendo desenvolvida desde a década de 1980, tanto na Europa como na América do Norte. O primeiro cientista a clonar com sucesso ovelhas usando essa técnica foi o dinamarquês Steen Willadsen. A nova técnica desenvolvida em Roslin graças aos conhecimentos de Keith Campbell sobre o ciclo celular apresentava, entretanto, uma novidade que foi revolucionária em relação às técnicas anteriores. Agora já se sabia que o núcleo doador, se fosse transferido na fase G0 (quiescente) da sua mitose, estaria mais apto a ser reprogramado e assim recuperar a sua totipotência, permitindo ao novo zigoto se diferenciar nos mais diversos tecidos e órgãos, ao longo do seu desenvolvimento embrionário. Esse era o empecilho maior que tornava a clonagem pela transferência nuclear uma tarefa muito difícil, ou seja, na técnica antiga os pesquisadores estavam mais preocupados em obter um núcleo doador que ainda não tivesse se diferenciado o bastante, a ponto de perder a sua totipotência. Na maioria das vezes, isso era impossível, o que malograva as tentativas de clonagem por esse método, apesar dos poucos sucessos.

Outra técnica desenvolvida por Wilmut e sua equipe mistura o transplante nuclear com a transgênese. Nela o gene de interesse é adicionado ao genoma de uma célula, que será a célula doadora no processo de clonagem. O primeiro animal produzido com essa técnica foi a ovelha Polly, clonada de uma célula doadora que recebeu o gene para o fator IX humano, uma proteína do sangue usada no tratamento da hemofilia B. As glândulas mamárias dessa ovelha secretam proteínas humanas com o seu leite. A conjunção dessas duas técnicas permitiria a produção de múltiplos indivíduos transgênicos, ou seja, clones que carregam a mesma alteração genética.

Segundo o próprio Ian Wilmut, entretanto, a técnica da transferência nuclear tem suas limitações e, ainda, não é totalmente eficiente. É importante saber que no experimento de Dolly, esta foi a única sobrevivente viável, dentre duzentos e setenta e sete possíveis clones de ovelhas. Todos os experimentos com clonagem descritos até agora mostram um padrão consistente de mortalidade durante o desenvolvimento fetal e embrionário, na ordem de um a dois por cento de embriões que conseguem sobreviver e se desenvolver. Infelizmente, mesmo alguns dos clones que sobreviveram até o nascimento morreram logo depois. As causas dessas mortes permanecem desconhecidas, mas isto pode refletir a complexidade de uma reprogramação genética necessária para que uma prole saudável seja produzida. Mesmo se um gene se expressa de maneira inapropriada ou falha para expressar uma proteína importante, o resultado pode ser fatal. Uma reprogramação pode envolver a regulação de milhares de genes num processo que pode incorporar fatores aleatórios. Conclui Wilmut. A despeito da importância da quiescência para o sucesso do desenvolvimento do clone, estudos mais recentes têm demonstrado que o fato da célula estar nessa fase do seu ciclo, talvez não seja o único fator importante para o sucesso do desenvolvimento do clone.

A Clonagem no Brasil

No dia 21 de março o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, anunciou, em Brasília, o nascimento do primeiro animal clonado brasileiro, a bezerra Vitória da raça simental, nascida na Fazenda Sucupira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As pesquisas em reprodução animal na Embrapa começaram em 1984 e são o resultado da tecnologia de transferência nuclear; a bezerra Vitória é resultado de núcleos transferidos de um embrião de cinco dias coletado de uma vaca simental pela técnica de transferência de embriões clássica. Essa técnica é semelhante àquela usada na clonagem de Megan e Morag, na qual uma célula é enucleada (célula recipiente) e depois fusionada com a célula doadora retirada de um embrião. De acordo com a Embrapa …este é o primeiro passo para que o Brasil domine completamente essa tecnologia e constitua a base da aplicação prática da transferência nuclear nos programas de conservação e melhoramento animal. Estudos de simulação demonstram que a combinação da clonagem com as demais técnicas de multiplicação animal permitirá obter, em um ano, o ganho genético equivalente a 12 anos de seleção e multiplicação pelos métodos tradicionais. Para o diretor-presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal, o domínio da tecnologia de clonagem animal pelo Brasil possibilitará a reprodução acelerada de animais geneticamente superiores, a evolução de pesquisas de transgenia animal e também a reprodução de raças de animais ameaçadas de extinção no território nacional.

A artrite de Dolly

No dia 4 de janeiro, uma notícia se espalhou pelo mundo, causando tristeza para os eufóricos cientistas defensores da clonagem humana, e alívio para os prudentes. A equipe que cuida da ovelha Dolly (o primeiro mamífero clonado da História) detectou que ela está com artrite no quadril e no joelho esquerdo. Isso vem comprovar o que muitos já vinham dizendo: o animal clonado pode ter problemas de envelhecimento precoce. Em 1999, quando Dolly tinha três anos, foi submetida a uma exame, constatando que as características de seus cromossomos já eram de uma ovelha de nove anos.

A artrite de Dolly deixou claro que o sucesso da clonagem humana ainda vai demorar muito para acontecer com pleno êxito, se isso realmente ocorrer. A clonagem pode trazer benefícios no combate às enfermidades físicas, mas, sob o aspecto ético, é condenável quando destrói embriões humanos para atingir essa finalidade, e insuficiente para debelar as causas dos sofrimentos (inclusive físicos) de origens morais.

A clonagem humana (terapêutica ou reprodutiva), traz em discussão os efeitos práticos das possibilidades técnicas de intervenção que visam a geração de forma artificial de um organismo vivo idêntico ao que lhe originou. As finalidades dos experimentos buscam viabilizar a regeneração de células e tecidos danifica dos, como esforço de combater enfermidades crônicas, de origem genética; como também obter condições de (via laboratório) reproduzir o organismo humano em condições inteiramente não naturais. Já não há mais o encontro do espermatozóide com o óvulo, mas a provocação de estímulos externos (uma descarga elétrica, por exemplo), para forçar o desenvolvimento de um embrião. Através desta técnica inusitada, os cientistas avançam em suas experiências, com uma tal avidez, que mais causa apreensão do que admiração.

A técnica em si é simples, apesar de cara, falha, e ainda estar muito longe de alcançar seus objetivos. A grande motivação dos pesquisadores e investidores das experiências em curso, é lucrarem com a eficácia dos resultados. Vencer as doenças, para estes megapatrocinadores, ou ainda conseguir reproduzir um organismo humano por técnicas inteiramente artificiais, representa uma perspectiva de lucro abundante e poder ilimitado. Porém, tanto o erro de premissa (de que um mal pode servir de etapa à obtenção de um bem), como a confiança de que a ciência pode responder todos os mistérios da vida, fazem empresários e cientistas não levarem em conta de que tais projetos poderão não ser plenamente realizáveis, porque outros componentes importantes no processo não estão sendo devidamente considerados.

Segundo a fé católica, a dimensão trinitária da pessoa humana, formada de corpo, alma e espírito, coloca um obstáculo difícil de transpor, para alcançar o sucesso da clonagem humana. É que a pessoa não é somente o corpo, mas tem como parte constitutiva da sua composição, também a alma e o espírito; unidos entre si formando uma mesma realidade. Ao investigar as causas das enfermidades físicas, muitos cientistas deixam de lado o que a Igreja anuncia como verdade de fé, e passa a analisar o “material biológico” como se fosse a única evidência da vida, não percebendo o “algo mais” que o torna um ser vivente. Por isso, a ciência não chegará à verdade da pessoa humana, sem dialogar com a religião, sem unir fé e razão “as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Encíclica Fides et Ratio, 1).

A religião também se torna ciência, quando aquilo que ela indica como verdade de fé é resultado de ampla e profunda observação sobre os fenômenos da vida, e se utiliza de outros critérios para conferir seus dados; e chegar àquilo que muitas vezes a ciência não irá contradizer, mas confirmar. Quando a ciência e a religião reconhecerem que ambas precisam estar juntas nesse processo, dialogando, aprendendo e reconsiderando os equívocos de interpretação, então teremos as chances concretas do encontro com a verdade, que tanto a ciência como a religião estão a caminho da plena revelação, “porque o mesmo Deus que revela os mistérios e comunica a fé, foi quem colocou também, no espírito humano, a luz da razão”. (Fides et Ratio, 53).

DÚVIDAS MAIS FREQUENTES SOBRE CLONAGEM

Existem clones naturais?

Sim. Bactérias e amebas se reproduzem. As plantas que nascem por brotamento podem ser consideradas clones do organismo que as originam. As fêmeas de algumas espécies de peixe produzem embriões sem necessidade de fertilização dos óvulos pelo esperma de um macho.

É possível clonar humanos?

Teoricamente, sim. Mas o sucesso da clonagem em uma espécie não significa que ela funcionará com outras. É possível que a clonagem de humanos exija procedimentos ainda não desenvolvidos. Até o momento, não foi anunciada nenhuma tentativa de fazê-lo.

Por que clonar humanos?

A clonagem reprodutiva de humanos poderá ser uma alternativa para contornar a esterilidade, tanto masculina quanto feminina.

Há pesquisadores que propõem a combinação da clonagem reprodutiva de humanos com técnicas de engenharia genética para gerar indivíduos com características pré-selecionadas, como inteligência, menor propensão a contrair certas doenças e outras. Outra opção é a “clonagem parcial”, na qual as técnicas podem ser usadas para reprodução de órgãos (e não de indivíduos), com a finalidade de usá-los em transplantes.

Por que não clonar humanos?

Muitos grupos, como a Igreja Católica, não consideram aceitável o grande número de embriões que seriam perdidos no processo de clonagem. No caso de Dolly, dos 276 embriões manipulados, apenas 29 sobreviveram e foram implantados em ovelhas e só um chegou ao final da gestação.

Outra crítica é que a clonagem, associada à engenharia genética, poderia ser usada para o desenvolvimento de uma “raça” de indivíduos com características consideradas superiores.

A clonagem também é atacada por aqueles que vêem na perda de diversidade genética a ameaça à sobrevivência da espécie humana.

É possível uma pessoa ser clonada sem saber?

Teoricamente, sim. O DNA de uma única célula seria suficiente para gerar um clone.

Mesmo supondo um controle rígido sobre os exames de sangue e demais amostras de tecido habitualmente retiradas das pessoas, existem muitas outras fontes.

Células podem ser obtidas em saliva, que ficam em copos e talheres, ou mesmo de fios de cabelos, arrrancados com seus bulbos.

Será possível clonar mortos?

Sim, desde que as células colhidas para obter material genético ainda estejam vivas, o que só é possível após algumas horas depois da morte do “doador”.

Os clones já nascem com a idade do doador do DNA?

Esse é um assunto controverso. O material genéticos das células tem um marcador do tempo de vida, o telômero. Ele fica na ponta dos cromossomos. Cada vez que a célula se divide, o telômero fica mais curto. As células se dividem para se multiplicar; assim elas constróem e recompõem o organismo.

Quanto mais elas se dividem, mais telômero encurta e as células ficam velhas, até o ponto em que elas não se dividem mais e morrem. Pode ser que os clones nasçam com células que vão parar de se reproduzir mais cedo. Como os clones gerados a partir de células adultas são recentes, ainda não se sabe se esse processo ocorre.

Outro problema de usar células de animais adultos é que elas têm cromossomos deteriorados pelo tempo. Uma célula de intestino pode ter falhas na porção de seus cromossomos que codificam genes responsáveis pelo desenvolvimento dos rins, e esse defeito não afeta o desenvolvimento da célula. Porém, caso ela seja usada como fonte de material para um clone, é possível que o feto formado apresente deformidades renais.

Os clones são exatamente iguais?

Do ponto de vista genético, sim. Mas o ambiente tem um grande poder de moldar um indivíduo. Gêmeos univitelinos possuem o mesmo genoma, mas apresentam diferenças físicas e psíquicas adquiridas em processos distintos de desenvolvimento individual.

Existem clones de clones?

Sim. Cientistas da Universidade do Havaí (EUA) divulgaram, no mês passado, o desenvolvimento de três gerações de ratos clonados em seus laboratórios.

O cientista escocês Ian Wilmut, “pai” da ovelha Dolly, disse nesta terça-feira em Washington que a clonagem humana comporta grandes riscos e que poderá produzir crianças com malformações.

WASHINGTON – O cientista escocês Ian Wilmut, “pai” da ovelha Dolly, disse nesta terça-feira em Washington que a clonagem humana comporta grandes riscos e que poderá produzir crianças com malformações.

“A clonagem dos animais vem se mostrando ineficaz em todas as espécies. A falsa gravidez, os nascimentos prematuros e a presença de deformações nos clones que sobrevivem são bastante comuns e poderíamos esperar ver os mesmos fracassos na clonagem de seres humanos”, disse Wilmut, do Roslin Institut of Scotland, durante um pronunciamento na Academia Nacional de Ciências americana.

Para ele, a clonagem é resposta “ineficaz” para a esterilidade.

Wilmut estimou, além disso, que era responsabilidade da sociedade determinar até onde pode ir a tecnologia. “Se a sociedade decidir que não quer uma coisa em particular, pode detê-la”, estimou.

Ian Wilmut é pai da ovelha Dolly, o primeiro animal clonado com êxito em 1997 depois de 276 tentativas infrutíferas.

Atualmente, Dolly é obesa e apresenta sintomas de envelhecimento precoce.Os cientistas não sabem o porquê.

Nos animais, os índices de sucesso da clonagem são estimados em apenas 3% e 5%. As experiências realizadas até agora mostram um forte aumento da taxa de gravidezes falsas, deformidades e malformações de órgãos vitais, como o coração e os pulmões.

Porca rara é clonada na primeira tentativa

Princesa, a última porca de uma espécie ameaçada de extinção nos Estados Unidos, foi clonada com sucesso por cientistas da companhia americana Infigen.

Como Princesa foi clonada na primeira tentativa, os cientistas acreditam que a experiência é um marco para a clonagem.

A ovelha Dolly (o primeiro animal clonado do mundo, em 1997), por exemplo, foi clonada após mais de 200 tentativas.

Os cientistas apostam que a clonagem de porcos possa ajudar no tratamento de doenças humanas.

Manipulação genética

Os animais poderiam ser manipulados geneticamente para que seus órgãos fossem aproveitados em seres humanos, diminuindo, assim, a necessidade de transplantes.

Princesa, uma porca de seis anos, era a última fêmea de uma linhagem rara de porcos, a Gloucestershire Old Spots da América do Norte.

“Nós também contribuímos para que a espécie não fosse extinta”, comemorou Michael Bishop, presidente da Infigen.

Com apenas uma implantação dos embriões clonados a partir de uma célula de Princesa no útero de uma mãe de aluguel, foram geradas duas porcas gêmeas, iguais a Princesa.

A técnica de clonagem de Princesa é semelhante à que clonou a ovelha Dolly: o material genético de uma célula da porca foi fundido ao óvulo de uma doadora.

Mas, em vez de usar essas células da mesma maneira em que elas foram extraídas, os cientistas conseguiram reprogramar a célula para um estágio embrionário.

Isso, segundo eles, aumentou as chances de sucesso da clonagem.

Animais clonados morrem mais cedo, afirma estudo

Depois que os responsáveis pela clonagem da ovelha Dolly anunciaram que ela sofria de artrite (inflamação nas articulações) precoce, um novo estudo, publicado esta semana na Grã-Bretanha, ressalta ainda mais os perigos da técnica.

De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica “Nature Genetics”, os animais clonados morrem mais cedo do que os concebidos naturalmente.

Cientistas do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas de Tóquio, no Japão, clonaram 12 ratos, observando o seu ciclo de vida. Dez deles morreram precocemente, de acordo com os cientistas.

Os roedores clonados também sofreram mais de pneumonia severa, falência do fígado e tumores. Trata-se da primeira pesquisa que associa a clonagem à morte precoce.

Anomalias

Outros estudos já haviam mostrado que animais clonados sofriam mais de obesidade, problemas no sistema imunológico e anomalias genéticas.

De acordo com os pesquisadores, a morte precoce dos ratos pode ser atribuída à fraqueza no sistema de defesa do organismo.

Este problema pode estar associado a defeitos genéticos adquiridos pelos animais durante o processo de clonagem ou a defeitos da própria célula adulta, a partir da qual foram copiados.

O cientista Atsuo Ogura, responsável pela pesquisa, lembra que o estudo ressalta as controvérsias da técnica de clonagem.

Ogura afirma que a técnica ainda não é dominada pela ciência e não poderia ser aplicada em seres humanos.

“Os possíveis efeitos a longo prazo da clonagem, assim como a alta incidência de abortos e nascimentos de animais clonados defeituosos, só aumentam nossos receios em relação à clonagem humana para fins reprodutivos” explicou Ogura.

Experiência polêmica

O bioeticista Donald Bruce, do Projeto de Tecnologia e Religião da Church of Scotland’s Society, disse à BBC que o estudo japonês é um ótimo exemplo de como a clonagem pode ser perigosa, caso aplicada em seres humanos.

Em outubro do ano passado, os cientistas Severino Antinori (italiano) e Panos Zavos (cipriota) anunciaram que até o fim de 2002 clonariam o primeiro ser humano.

A experiência é duramente combatida por cientistas de todo o mundo.

De acordo com Zavos e Antinori, a clonagem de seres humanos teria como finalidade a concepção de filhos de casais estéreis. Duzentos casais, segundo eles, já estariam inscritos no projeto.

Alguns animais já clonados

Ovelhas

Em fevereiro de 1997, o escocês Ian Wilmut, um brilhante embriologista de 52 anos, anunciou a primeira clonagem de um animal adulto, uma ovelha.Desde 1978, vários tipos de animais são copiados e, se não fosse proibido, já teriam sido anunciados os clones de gente.

Macacos

O primeiro primata geneticamente modificado do mundo, criado por cientistas nos Estados Unidos, teve um gene do animal marinho inserido em seu DNA. O gene codifica uma proteína verde fluorescente, sem aplicação para pesquisas clínicas.

Bovinos

Clonagem de bezerra brasileira foi semelhante à da ovelha Dolly Vitória, uma bezerra da raça simental, é o primeiro animal clonado no Brasil.

.Gado clonado promete revolucionar mercado de alimentos SYDNEY (Reuters) – O futuro chegou. Leite e bifes de vacas clonadas e de animais nascidos de vacas clonadas encontram-se a apenas um passo de distância. Um rebanho de animais clonados dos EUA acaba de dar início à produção de leite. A China dará à luz seu primeiro animal clonado em janeiro.

Porcos

Depois das ovelhas, os porquinhos agora é que foram clonados na Inglaterra. Uma porca com mais de 100 quilos acaba de dar a luz a cinco porquinhas idênticas. A conquista da medicina é de suma importância para aqueles que vivem na fila dos transplantes esperando por um orgão, uma vez que os porcos poderão ser forncedores genéticamente potenciais. Coração, fígado e outros orgãos dos porquinhos poderão ser usados por seres humanos. Mas, fiquem calmos, isto não transformará ninguém em espírito de porco.

As cinco cópias de uma mesma fêmea nasceram no dia 5 de março, num laboratório da empresa em Blacksburg, no estado americano da Virgínia.. Os nomes não foram escolhidos ao acaso. Millie é uma referência ao novo milênio; Chirsta, ao cirurgião Christian Barnard, autor do primeiro transplante de coração; Alexis e Carrel são uma homenagem ao ganhador do prêmio Nobel de Medicina de1912, Alexis Carrel, cujas pesquisas formaram a base da ciência dos transplantes; e Dotcom (em português, Pontocom) alude à Internet. Porcos são animais rejeitados por ser contornado pela clonagem, para que isso acabe é preciso alterar geneticamente os porcos. Ainda não pode-se mudar todo um animal adulto, só pode alterar células, isso bastaria para criar um clone transgênico.

Ratos

Cientistas da Universidade do Havaí clonam mamífero adulto do sexo masculino. É o rato Fibro clonagem deixou de ser uma técnica aplicável exclusivamente às fêmeas. Cientistas da Universidade do Havaí clonaram o primeiro mamífero adulto do sexo masculino. Trata-se de um camundongo batizado de Fibro, uma brincadeira com a palavra fibroblasto, tipo de célula usada na criação do animal.

criam também camundongos verdes para aperfeiçoar transplante de órgãos mais uma invenção para a galeria das experiências genéticas aparentemente bizarras. Cientistas da Universidade do Havaí, em Honolulu, criaram camundongos que exibem um brilho esverdeado quando colocados sob luz ultravioleta.

Cabras

Empresa do Canadá anuncia a clonagem de três cabras MONTREAL – Uma empresa de Montreal (Canadá), Nexia Biotechnologies, anunciou ter conseguido, mediante clonagem, o nascimento de três cabras idênticas. A técnica utilizada foi a mesma que propiciou o nascimento da ovelha Dolly, em fevereiro de 1997, na Escócia. As trigêmeas, Danny, Clint e Arnold, que, segundo a empresa, são as primeiras cabras clonadas do mundo, nasceram há um mês. Vários núcleos de células de uma cabra adulta foram transferidos para óvulos maduros não-fecundados dos quais antes se tirou o núcleo. Os óvulos foram então implantados nas mães portadoras – dois em uma e um terceiro na outra. Como foram usadas as mesmas células-base, as três cabras têm o mesmo mapa genético. A técnica permitirá que a Nexia produza em grande escala seda sintética chamada Biosteel, um material extremamente resistente extraído do leite de cabra, cujos genes se modificarão para se obtê-la. Este produto pode ser usado no setor aeroespacial, na engenharia, medicina e cirurgia. A Nexia anunciou em agosto de 98 a obtenção de uma cabra modificada geneticamente capaz de produzir proteínas humanas.

Sapos

1952

Realizada a primeira experiência do gênero, a clonagem de girinos a partir de núcleos de células somáticas. Porém. Todos morreram antes de amadurecerem e se transformarem em rãs. Dez anos depois John Gurdon tenta o mesmo procedimento no Reino Unido e consegue obter clones a partir de células de um sapo adulto. Novamente, girinos nascem, mas morrem antes de atingir a fase adulta.

1966 / Junho

Gurdon e Uehlinger relatam que rãs adultas foram desenvolvidas a partir de transferência nuclear de células intestinais de girino em ovos Xenopus enucleados.

1975 / Agosto

Gurdon et al. relatam que a transferência nuclear de células de pele de rãs adultas para ovos Xenopus enucleados permite o desenvolvimento de girinos até o estágio de batimentos cardíacos, mas não até o estágio adulto.

Bibliografia

http://www.sciam.com/explorations/030397clone/030397beards.html

http://www.ri.bbsrc.ac.uk/library/research/cloning/dolly.html

http://www.sciam.com/1998/1298issue/1298wilmut.html.

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