Pode-se dizer que nas atividades lúdicas as crianças ultrapassam a realidade, transformando-a através da imaginação. Entender as transformações pelas quais passa a educação hoje, o papel do professor, do aluno na etapa de desenvolvimento é fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem possa ser melhorado de forma efetiva. Através das atividades lúdicas as crianças desenvolvem várias capacidades, explorando e refletindo sobre a realidade, a cultura na qual estão inseridas, incorporando e, ao mesmo tempo, questionando regras e papéis sociais. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os jovens. Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, ou seja, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido.
Mais importante do que o tipo de atividade é a forma como é orientada, como é experienciada e o porquê de estar sendo realizada. Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com o outro. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras, tornando-se operativa. As situações imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade.
Palavras-chave: Lúdico, Aprendizagem, Brinquedoteca
ABSTRACT
One can say that in recreational activities the children exceeded the reality, transforming it through the imagination. To understand the transformation in education today is the role of the teacher, the student’s stage of development is fundamental to the process of teaching and learning can be improved effectively. Through play activities children develop various skills by exploring and reflecting on the fact the culture in which they are embedded, and incorporating the same time, questioning rules and social roles. The addition of games, toys and games in teaching practice can develop different activities that contribute too many learning and the expansion of the construction of meaning both for children and young people. In the play activity, what matters is not just the product of the activity, is what results, but the action itself, the lived moment. More important than the type of activity is the way it is targeted, as experienced and why is being performed.
Through play the child is involved in the game and feels the need to share with another. Kidding and throwing the child will have the opportunity to develop skills essential to their future professional activities, such as attention, affection, the habit of staying focused and other perceptual psychomotor skills, becoming operative. The imaginary situations stimulate the intellect and develop their creativity.
Key words: Playful, Learning, Toys
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA LEITURA
1.1 O Cérebro e a Aprendizagem
1.1.1 Os hemisférios Cerebrais
1.1.2 O Brincar como Estímulo ao Desenvolvimento
1.1.3 Como o Lúdico Interfere no Desenvolvimento de uma Criança
1.2 Brincando com Palavras: Vivências de Atividades Lúdicas numa Perspectiva Pedagógica
1.3 Teorias de Aprendizagem: Diferentes Olhares Sobre o Brincar
2. O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
2.1 A Importância do Lúdico na Aprendizagem
2.2 O Lúdico como Forma de Ensinar a Leitura em Sala de Aula
2.3 O Professor Frente ao Lúdico
3. O LÚDICO NA SALA DE AULA
3.1 Piaget na Sala de Aula
3.2 Trazendo o Lúdico para a Sala de Aula
3.3 A Ludicidade como Instrumento Pedagógico
3.4 O Lúdico nas Interfaces das Relações Educativas
4. JOGANDO PARA APRENDER: FUNÇÕES SIGNIFICATIVAS
4.1 A Importância das Brincadeiras na Evolução dos Processos de Desenvolvimento Humano
4.2 Brinquedoteca: Um Espaço Lúdico
4.2.1 Brincando com Palavras, Corpo, Música, Sucata
4.2.2 Jogos e Atividades Lúdicas na Alfabetização
4.2.3 O Jogo e os Processos de Desenvolvimento: Aspectos Cognitivos e Afetivos
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, o jogo, a brincadeira e o brinquedo são a essência da infância, e utilizá-los permite um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
Portanto, o brincar implica uma relação cognitiva e representa a potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do conhecimento do aluno.
Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico na educação infantil, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade observou a importância da criança que brinca.
A escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem.
Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e outros conteúdos devendo, no entanto saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural colabora para uma boa saúde mental e prepara para um estado interior fértil, bem como facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento, o que é de suma importância para a formação do indivíduo.
As brinquedotecas surgem, nesse contexto, para resgatar a infância e proporcionar à criança o acesso ao mundo mágico do brincar, reconhecendo a importância desse direito e a valorização do brinquedo como fonte de desenvolvimento e equilíbrio.
Uma brinquedoteca é reconhecida como espaço preparado para estimular a criança a brincar, permitindo o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico.
Cabe ao educador criar um ambiente que reúna elementos motivacionais e que a criança sinta prazer na realização das atividades. Uma das formas mais expressivas de socialização e aprendizagem da criança no meio escolar são as atividades lúdicas.
Portanto, o presente trabalho vem apontar para a importância do lúdico no ensino da leitura, como facilitador na aprendizagem do aluno, apontando os benefícios das atividades lúdicas em sala de aula e por fim os jogos como elementos motivadores e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem.
1. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA LEITURA
1.1 O Cérebro e a Aprendizagem
O cérebro humano é um sistema que se relaciona com o meio externo estabelecendo relações funcionais importantes para o aprendizado, os principais processos da aprendizagem são mudanças e combinações que ocorrem nas estruturas cognitivas.
Para PIAGET (1969, p.38), a inteligência é adaptação na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento mental, em sua organização progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais precisa à realidade. É preciso ter sempre em mente que Piaget usa a palavra adaptação no sentido em que é usado pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indivíduo em decorrência de sua interação com o meio.
A aprendizagem é a aquisição de conhecimento ou especialização, uma mudança permanente de comportamento resultado do contato com o meio ambiente. Esse processo é evolutivo e constante e ocorre mais rapidamente nos primeiros anos de vida e seu desenvolvimento sadio tem ligação direta com a capacidade cognitiva.
“Aproveitar o potencial que o indivíduo traz e valorizar a curiosidade natural da criança são princípios que devem ser observados pelo educador” (BRUNER, 1991, p. 122).
A escola não deve perder de vista que a aprendizagem de um novo conceito envolve a interação com o já aprendido. Portanto, as experiências e vivências que o aluno traz conseguem favorecem novas aprendizagens.
A aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos o que é realizado através do processo ensino-aprendizagem. Adquirimos comportamentos que são úteis para a nossa sobrevivência ou que nos proporcionam prazer, porque sobrevivência e bem estar constituem o sentido de nossas vidas. É assim que, biologicamente, a evolução nos fez: nosso sistema nervoso, através de seu representante maior, o cérebro.
1.1.1 Os Hemisfericos Cerebrais
Nós temos somente um cérebro. Porém, este cérebro é dividido ao meio em dois hemisférios cerebrais. Cada hemisfério é encarregado para algumas tarefas específicas.
Os Hemisférios cerebrais chamam-se respectivamente Hemisfério Esquerdo e Hemisfério Direito. Cada hemisfério é especializado para algumas tarefas específicas.
Estes funcionam de forma conjunta e complementar porem existem diferenças no que se refere ao processamento dos varios tipos de estimulos sensoriaias. O hemisferio direito é sintetizador, enquandto o esquerdo é analisador. Sendo assim, o hemifesrio direito é responsavel pelo processamento de informações não verbais como faces, formas geometricas, figuras espaciais, musica, visualização mental, e o lado esquerdo é responsavel pelo processamento de informações linguisticas como letras, palavras, fonemas, numeros e logicas.
Alem das diferenças funcionais entre os hemisferios cerebrais há tambem uma diferença quanto a neurotransmissão e organização. No hemisferio esquerdo existe uma organização integrada, com areas especializadas (centros), no hemisferio direito existem redes, mas não centros. O hemisferio esquerdo media funções verbais tais como leitura, escrita, fala, ideação verbal, memoria verbal e sistema numerico. O hemisferio direito media funções não varbalezaveis, tais como finções visuo-perceptivas (percepção de formas, perspectiva, duas e tres dimensões). O hemisferio direito e tambem denominado de cerebro emocional, pelo fato de processar e atribuir significado a prosodia do discurso, as expressões faciais, o reconhecimento de estados afetivos, dentre outros.
1.1.2 O Brincar como Estímulo ao Desenvolvimento
Segundo MACHADO (2001, p.22) o brincar é a primeira forma de cultura dos indivíduos. A autora define cultura como algo pertencente a todos, sendo este o meio que viabiliza aos indivíduos a expressão de idéias e objetivos comuns. É uma atividade nata da criança que envolve espontaneidade e prazer.
Assim a cultura está enraizada na maneira com que as pessoas convivem se expressam o modo que as crianças brincam, como os adultos vivem, trabalham e fazem arte. Mesmo quando a criança não está brincando com o que denominamos “brinquedo”, ela vai estar em um processo de interação com a sua cultura.
O brincar ou a recreação faz parte de toda a vida do indivíduo, sendo que através do brincar a criança lida com a realidade interior e sua tradução livre da realidade exterior.
OLIVEIRA (2000, p.129) pontua que no comportamento diário das crianças o brincarem se destaca como essencial para o seu desenvolvimento e aprendizagem.
Sendo este o facilitador da integração, sobrevivência e a compreensão da cultura para flexibilidade de pensamento, adaptação, aprendizado, resolução de problemas, aquisição de idiomas, integração de informações do ambiente, desenvolvimento social, intelectual, emocional e de habilidades físicas (STAGNITTI, 2000, apud REZENDE, 2005, p.6).
Dessa forma, se quisermos conhecer bem as crianças, devemos conhecer seus brinquedos e brincadeiras (OLIVEIRA, 2000, p. 129).
Com o uso de brincadeiras na sala de aula, o professor se aproxima mais do seu aluno, podendo conhecê-lo melhor. Podendo assim, perceber e acompanhar de perto o processo de aprendizagem daquela criança, observando também as suas características sociais, culturais e psicológicas. A escola não deve ser uma instituição que objetiva somente educar a cognição dos indivíduos, mas, deve fornecer subsídios para que os sujeitos experimentem vivências significativas para que se eduquem socialmente.
1.1.3 Como o Lúdico Interfere no Desenvolvimento de uma Criança
O lúdico tem sua origem na palavra “ludus” que quer dizer jogo, a palavra evoluiu levando em consideração as pesquisas em psicomotricidade, de modo que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo funcional e satisfatório.
As atividades lúdicas estão presentes em todas as fases da vida, porém em cada fase apresenta uma finalidade diferente. Essas atividades são mediadoras de avanços e parte da dinâmica humana, caracterizadas por serem espontâneas funcionais e satisfatórias.
Machado (1998), em considerações do que venha a ser a ludicidade no ensino, afirma que “nem sempre jogo significa atividade lúdica”. O jogo, para ser lúdico precisa gerar uma tensão positiva suficiente para não prejudicar o aprendizado do aluno, tem de levar à ação e não à frustração.
Portanto o desenvolvimento da criança e seu conseqüente aprendizado ocorrem quando esta participa ativamente: seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha desafios em busca de uma solução e de uma participação coletiva. O papel do educador neste caso será de mediador e este não delimitará mais a função de cada e nem como se deve jogar.
Mudaram as formas de brincadeiras devido às mudanças tecnológicas. As crianças deixaram de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e passaram a jogar videogames e jogos de computador, ignorando o sol que brilha a convidar as brincadeiras na rua.
Tanta mudança gera confusão e expectativas sobre a importância do brincar, ou ainda, como o lúdico interfere no desenvolvimento de uma criança.
Este desenvolvimento, para Wallon (1979), se dá através de uma interação entre ambientes físicos e sociais, ajudam a proporcionar à criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando a criança a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psicossociais.
A brincadeira contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.
As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança e também é uma forma de auto-expressão. Talvez poucos pais saibam o quanto é importante o brincar para o desenvolvimento físico e psíquico do seu filho. A idéia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.
Para Antunes (2003), o jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real.
Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil (PIAGET 1976, p.160).
1.2 Brincando com as Palavras: Vivências de Atividades Lúdicas numa Perspectiva Pedagógica
Antes mesmo de freqüentar a escola, é costume a criança ouvir e contar histórias, pois é através de narrativa oral, que freqüentemente faz parte de sua vida familiar. Com isso, ela desencadeia sentimentos como medo, dor, angústia, tristeza e alegria. O contato com o livro aguça esse processo e possibilita o desvendamento do mundo real muitas vezes, cercado de fantasia.
A criança, ao entrar em contato com o livro, encontra um espaço repleto de possibilidades lúdicas. O livro infantil não é muito diferente do destinado ao adulto no que diz respeito à construção literária.
O desenvolvimento da leitura e escrita desperta atenção pela importância que desempenha em todo o processo educativo. A literatura nos mostra que a aprendizagem desses tópicos tem início muito antes da criança entrar no ensino fundamental: autores como Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, Ana Teberosky, entre outros, têm contribuído de forma marcante para o estudo destes processos.
Os jogos, os desenhos e brincadeiras de faz-de-conta, sem dúvida são meios facilitadores na descoberta da leitura e escrita.
Profissionais da área educacional, comprometidos com a qualidade da sua prática pedagógica ou psicopedagógica, reconhecem a importância dos jogos como veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos.
De acordo com Tezani (2004), ao desenvolver um trabalho com jogos está não só desenvolvendo os aspectos cognitivos da criança, mas passando também a enfatizar os aspectos afetivos que são resgatados durante estes momentos lúdicos
Segundo a educadora FRIEDMANN (2003, p.37):
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas – considerando-se atividades lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
(…) Uma criança não se comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer realizar seus desejos, permitindo que as características básicas da realidade passem através de sua experiência. A criança, ao querer, realiza seus desejos. Ao pensar, ela age. As ações internas e externas são inseparáveis: a imaginação, a interpretação, e a vontade são processos internos conduzido pela ação externa. (…) A ação numa situação imaginária ensina a criança a dirigir seu comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos ou pela situação que afeta de imediato, mas também pelo significado dessa citação. (…) é impossível para uma criança muito pequena separar o campo do significado do campo da percepção visual, uma vez que a uma fusão muito íntima entre o significado e o que é visto. (BRENELLI, 1986, p.84).
Atualmente, a luta pela sobrevivência e a falta de tempo ocasionada por atividades modernas têm afastado o ser humano do convívio alegre e divertido, levando-o para um mundo individual e cheio de compromissos.
Segundo NEGRINE (1998, p.2), “é necessário que o adulto re-aprenda a brincar independente da idade”.
Para tanto, propõem por meio da atividade lúdica (jogos, paródias, músicas entre outros) e da informática educativa, provocar aprendizagem significativa, estimulando a construção de um conhecimento que desperte o desenvolvimento de habilidades operatórias. Isso significa desenvolver determinadas aptidões ou capacidades cognitivas e apreciativas específicas que possibilitam a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajudem a construir diferentes tipos de conexões. (BELINE & SALVI, 2006).
Pretende-se mostrar a contribuição que a ludicidade e a informática educativa podem trazer para uma aprendizagem mais eficaz. Considerando que a ludicidade, quer seja na forma de jogo ou não, associa-se com algo alegre e prazeroso, que possibilita ao aprendiz desenvolver o autoconhecimento, o respeito por si mesmo e pelo outro, a flexibilidade, a vivência integrada entre colegas e professores, motivando-o a aprender.
A ludicidade pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem promovendo uma educação mais estimuladora, ganhando destaque como recurso pedagógico.
O ensino através do lúdico facilita a aprendizagem e por todo o exposto, a utilização do lúdico na escola é importante, revelando-se como aliado da prática pedagógica, visando o desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social do educando e a construção de uma aprendizagem prazerosa e significativa.
1.3 Teorias de Aprendizagem: Diferentes Olhares Sobre o Brincar
Segundo a argumentação de Konder (2006), a educação precisaria aproveitar melhor a potencialidade do lúdico como fonte de satisfação, divertimento, risos e mesmo de sátira, possibilitando ao aluno a aprendizagem da crítica, inclusive em relação a si próprio e ao professor. Para o autor, a maioria dos professores, no entanto, resistem, protegendo-se de tal exposição. Ao não proporcionar as oportunidades do ‘brincar em sala de aula’, o professor pode estar reagindo à dimensão crítica e lúdica do brincar, talvez tentando garantir a segurança de seu saber que, assim, se manteria inquestionável. Mais uma vez, evidencia-se a importância dos sentidos atribuídos a um dado objeto e sua implicação na orientação das condutas!
A criança pode e deve brincar, pois o seu desenvolvimento depende em grande parte do lúdico, ela precisa brincar para crescer, precisando do jogo como forma de equilíbrio com o mundo.
Através de sua maneira de assimilar, adaptar ao meio e as suas necessidades, deverá ser sempre através do jogo. Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando. Se alguma coisa não é possível de transformar-se em um jogo, certamente não será útil para a criança nesse momento.
Piaget (apud KAMII, DEVRIES, 1991 p.9) afirma que:
“o jogo é uma forma de atividade particularmente poderosa para estimular a vida social e a atividade construtiva da criança”. Isso permite entender que ao jogar, brincar, a criança relaciona-se com a realidade, constroem conhecimentos, expressa suas necessidades e resolve conflitos. É por meio de ações físicas e mentais que o pensamento se desenvolve.
Cientificamente se aceita o brinquedo, o jogo e o lúdico como indispensáveis ao desenvolvimento sadio e equilibrado da criança. Contando com a presença dessas atividades é sinônimo de saúde mental. A sua ausência é sinal de doença tanto física como mental.
Ao brincar a criança aventura-se ao mundo desconhecido ao domínio do ambiente no qual se encontra. Ao mesmo tempo em que ela domina essa situação e sente-se realizada, também vai aprendendo os limites. A atividade lúdica permite um elo com a inteligência, afetividade, motricidade e com a socialização da criança.
À medida que os profissionais de educação que atuam junto às crianças conseguem utilizar o lúdico como mediador do desenvolvimento potencial das crianças, estarão contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo.
Enquanto educadora damos ênfase às metodologias que se alicerçam no “brincar”, no facilitar as coisas do aprender através do jogo, da brincadeira, da fantasia, do encantamento. A arte-magia do ensinar-aprender (Rojas, 1998), permite que o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer.
O jogo e a brincadeira estão presentes em todos as fazes da vida dos seres humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando que a criatividade aflore.
O jogo enquanto ferramenta de aprendizagem vai se desenvolver de forma positiva, se o educador souber trabalhar adequadamente com ele. É sabido que muitos vêem este tipo de atividade como atividade de disputa, onde há perdedores e ganhadores Quando se trabalha o corpo, a ludicidade e o jogo, desenvolvemos diversas potencialidades como a criatividade, o prazer, a interação entre as pessoas, a cooperação, entre outras.
2. O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
2.1 A importância do Lúdico na Aprendizagem
O lúdico é uma categoria geral de todas as atividades que têm características de jogo, brinquedo e brincadeira. O jogo pressupõe uma regra, o brinquedo é o objeto manipulável e a brincadeira é o ato de brincar com o brinquedo e com o jogo. Assim, o jogo, o brinquedo e a brincadeira têm conceitos distintos, porém imbricados, ao passo que o lúdico os abarca.
Os cinco aspectos, além de favorecerem a vida acadêmica das crianças, tendem a contribuir firmemente para a elevação da auto-estima.
Segundo o autor, a criança, por meio da interação social, galga os patamares necessários à construção da sua personalidade. Donald Winnicott (em Miranda, 2003), reforça que “a brincadeira fornece uma organização para a iniciação de relações emocionais e assim propicia o desenvolvimento de contatos sociais” (p.25), influenciando a auto-estima da criança. Para produzir os efeitos objetivados, os jogos devem trazer consigo a característica do intercâmbio de ações. “É na troca, portanto, que a criança reconhecerá o seu lugar e o lugar dos outros no grupo” (MIRANDA, 2003, p.25)
A ludicidade, por ser importante, é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.
Ao usar a brincadeira na sala de aula, o professor aproxima-se mais do seu aluno, podendo conhecê-lo melhor. Assim, poderá perceber e acompanhar de perto o processo de aprendizagem daquela criança, observando também as suas características sociais, culturais e psicológicas. A escola não deve ser uma instituição que objetiva somente “educar” a cognição dos indivíduos, mas, deve fornecer subsídios para que os sujeitos experimentem vivências significativas para que se eduquem socialmente.
A brincadeira tem um enorme valor no desenvolvimento das crianças, a partir desse fato, torna-se imprescindível para os educadores proporcionarem aos alunos oportunidades variada para eles vivenciarem.
Através da brincadeira e dos jogos as crianças terão maior facilidade para compreenderem o mundo à sua volta e a sua realidade. Além disso, o ato de brincar dá a criança o suporte necessário para as suas futuras decisões. Indivíduos que recebem estímulos variados e que têm acesso a diversos tipos de brincadeiras (especialmente as de “faz de conta”) tornam-se adultos saudáveis.
Brincando, a criança aprende, elabora e assimila princípios morais e modelos sociais. A partir das brincadeiras ela irá reproduzir diversas possibilidades para viver e terá maior segurança para decidir sobre seu futuro.
2.2 O lúdico como Forma de ensinar a Leitura em Sala de Aula
O lúdico possui um caráter competitivo, mas ao contrário dos objetivos da competição ele visa rendimento, o lúdico nas brincadeiras propicia momentos de distração, descontração e fantasia e contribui para o aprendizado, sendo assim uma forma de aprender.
Segundo ALMEIDA (1998, p.123) “o bom êxito de toda atividade lúdico pedagógica depende exclusivamente do bom preparo e liderança do professor”.
De acordo com este contexto que se deve buscar uma nova proposta, e que esta aproveite de forma consciente o lúdico como instrumento metodológico durante as aulas, possibilitando um desenvolvimento que respeite a criança e o adolescente.
É de fundamental importância o aprender com alegria e com vontade. Comenta KISCHIMOTO (1993, p.36) que “Educar é ir à direção à alegria.” Assim o uso das técnicas lúdicas faz com que a criança aprenda com prazer, alegria e entretenimento, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão.
O lúdico deve ser considerado como parte integrante da vida do homem não só no aspecto de divertimento ou como forma de descarregar tensões, mas também como uma forma de penetrar no âmbito da realidade, inclusive na realidade social.
Sobre o aspecto lúdico e sociedade, KISCHIMOTO (1993, p. 110) escreve:
Brincando (…) as crianças aprendem (…) a cooperar com os companheiros (…), a obedecer às regras do jogo (…), a respeitar os direitos dos outros (…), a acatar a autoridade (…), a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas (…), a dar oportunidades aos demais (…), enfim, a viver em sociedade.
A descoberta e a importância das brincadeiras e dos jogos foram descoberta há muito tempo, onde “entre os egípcios, romanos e maias, o lúdico se destacava em importância, pois era através dos jogos que as gerações mais jovens aprendiam com os mais velhos os valores e conhecimento de sua cultura.” (SOUZA, 1996, p.343).
Nos dias atuais, com o corre corre da vida, não vemos mais isto acontecer, pois ninguém mais tem tempo para brincar com seus filhos, o que se vê é cada vez mais um número maior de escolinhas de esportes, escolas de línguas, de computação, de danças, entre outras e o tempo de brincar fica cada vez mais escasso.
Através da brincadeira e dos jogos as crianças tem maior facilidade para compreender o mundo à sua volta e a sua realidade. Além disso, o ato de brincar dá a criança o suporte necessário para as suas futuras decisões.
Portanto, para ensinar leitura é deixar que os alunos busquem conhecimentos não só em sala de aula, mais principalmente fora dela. Para que mais tarde seja desenvolvida a escrita.
É importante ressaltar que a produção textual inicia-se através das leituras mais diversificadas: artigos, livros, literatura infantil, lendas, mitos, reportagens etc. Inicialmente, nenhuma cobrança deve ser feita, com relação à avaliação, pois o que se busca é o gosto pela leitura.
A leitura é um processo aprendido de reconhecimento e compreensão de palavras e frases que se apóiam mutuamente, levando a criança a se interessar por materiais impressos, brincando, recreando-se e descobrindo significados, melhorando dessa forma sua linguagem e sua comunicação com outras pessoas.
Ao incluir a escrita junto com a leitura, aprender a ler é uma tarefa dificílima para uma criança de 7 anos. Neste momento, as habilidades psicomotoras incluem destreza manual e digital, coordenação mãos-olhos, resistência a fadiga e equilíbrio físico. Fica claro que a escrita é, enquanto conjunto de movimentos coordenados, um exemplo de complexidade para a criança.
Se, para criança, a escrita é uma atividade complexa, o jogo, ao contrário, é um comportamento ativo cuja estrutura ajuda na apropriação motora necessária para a escrita.
Ao lado das atividades de integração da criança à escola, deve-se promover a leitura e a escrita juntamente, utilizando-se para isto a dramatização, conversas, recreação, desenho, música, histórias lidas e contadas, gravuras, contos e versos.
Segundo Vygotsky (1987), a escrita é muito mais difícil do que parece, embora sua aprendizagem interaja com a da leitura.
As crianças mais lúdicas são mais engajadas em atividades físicas durante o brinquedo, mais alegres e bem humoradas, são flexíveis com o grupo, elas saem melhor em tarefas como: sugerir novas idéias sobre o uso do brinquedo, novos títulos para histórias, listas mais ricas de nome de animais, de coisas para comer, de brinquedos, etc.
Todas as matérias escolares permitem aproveitar a ludicidade para cada tipo de conhecimento. Sendo assim, para a criança fazer a transposição entre a língua oral e a escrita, é necessário trabalhar primeiramente o concreto, pois para ela a alfabetização torna-se mais fácil através da ludicidade.
Então, podemos dizer que o professor que não possui paixão pela leitura, jamais será capaz de despertar nos alunos o hábito da leitura, sendo que jamais conseguirá formar leitores.
Para ser professor formador de leitores, o individuo deve se constituir como leitor, criando hábitos freqüentes de leituras, para que mais adiante possa formar leitores a partir de suas experiências.
Incentivar os alunos nessa prática e dessa maneira possibilitar uma maior proximidade dos alunos e troca de experiência de leituras, através dos estímulos e incentivos, como, por exemplo, indicando aos seus alunos livros que lhes proporcionaram prazer em realizar a leitura.
Educar não é só ensinar a ler, a resolver um problema, a dar forma a um pensamento. É, principalmente, atender às necessidades do desenvolvimento da criança, a fim de prover a plena realização de sua personalidade. Para tal, é preciso que a escola satisfaça os interesses profundos através do brinquedo da aprendizagem e do trabalho.
2.3 O professor Frente ao Lúdico
O professor é um intermediário e deve antes de tudo ser um facilitador da aprendizagem, criando momentos e condições para que as crianças explorem seus movimentos, manipulem materiais, interagem com seus companheiros e resolvam situações-problemas.
Com o ato brincar, deseja-se que as relações entre as crianças possam contribuir nas atividades apresentadas pelos professores, para poder enriquecer à dinâmica das relações sociais na sala de aula.
A partir da leitura que faz do mundo, ou seja, de sua realidade, a criança aprende vivendo, experimentando, fazendo descobertas, agindo, construindo seu conhecimento, sendo cada dia na vida de uma criança cheio de atividades e de novas situações de aprendizagem.
Ao se introduz uma brincadeira, a criança passa por uma fase de adaptação e reconhecimento, sendo interessante que ela o faça livremente, explorando todas as suas possibilidades, pois o brincar implica ação.
A criança se empenha durante o brincar da mesma maneira que se esforça para aprender a andar, a falar, a se desinibir, a comer. Esse esforço é tão intenso que, às vezes, ela fica concentrada na atividade e em escuta quando alguém a chama. Essa mobilização presente nas condutas, lúdicas, por si só, deveria servi-lo como indicativo a respeito da importância que elas têm para as próprias crianças. (SEBER, 1995, p.53).
O professor interessado em promover mudanças, poderá encontrar na proposta do Lúdico uma importante metodologia, que contribuirá para diminuir os altos índices de fracasso escolar e evasão verificada nas escolas.
As brincadeiras precisam ser resgatadas pelos professores buscando as raízes, o que se tinha no passado, que foi ensinado até nos tempos dos avôs, pais e que deve estar presente hoje, pois fazer as crianças brincarem é tirar muitas vezes da frente da televisão, dos vídeos games e até de computadores.
Os professores precisam estar conscientes que o brincar é muitas vezes estimular àquela criança que não tem nada em casa, e que pode reviver a aprendizagem de uma maneira muito mais satisfatória.
A criança muitas vezes vai se desinibir, caso seja uma criança tímida com dificuldades de se interagir.
Portanto a situação ideal do ensino-aprendizagem é aquela em que as atividades são de tal maneira agradável e desafiadora que a criança a considere um brincar e não obrigação como se vê na aprendizagem formal.
O brincar não pode ser aleatório e desprovido de regras e conteúdos, pois o brincar pelo brincar não se mantém.
Para VASCONCELLOS, 1995, p. 74 diz:
O professor tem que partir da realidade dos alunos, ver suas necessidades, buscar alternativas de interação. Ocorre que, na fase de mudança, está tomada de consciência é importante, até que venha a se incorporar com um novo hábito.
O professor tem seus objetivos traçados. Sabendo o que se espera alcançar com determinadas brincadeiras. Assim ele o apresenta como a metodologia mais adequada para ajudar o desempenho de suas tarefas, pois é inútil organizar um conteúdo para 3 crianças, levando em consideração os padrões de assimilação, pois a criança pensa diferente do adulto.
Portanto o lúdico é uma ferramenta muito importante, que facilita o trabalho no processo de desenvolvimento do conhecimento.
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. SANTOS (1997, p. 12).
Ao trabalhar com o lúdico facilitará para o professor poder valorizar a criatividade do aluno, deixar que crie regras para um bom andamento dos trabalhos, para jogar-se um jogo, para tomar decisões e para que desenvolva a autonomia, ajudar o aluno a conhecer-se como pessoa integrante de uma sociedade, e que, como todos, têm seu papel nela.
As atividades dirigidas podem sugerir idéias, oferecer oportunidades aonde às crianças vai ampliando sua visão de mundo. As crianças podem, depois, transferir suas descobertas para suas brincadeiras. Reciprocamente, o professor pode observar o conteúdo cultural da brincadeira para desenvolver outras atividades que, desse modo, vão partir dos interesses demonstrados pelas próprias crianças.
ALMEIDA (1985, p. 34):
Quando nos referimos ao lúdico não estamos apenas considerando o jogo pelo jogo ou como brincadeira qualquer, mas falamos de atividades que assegurem à criança o direito de ser criança e ser feliz, o direito de ter um aprendizado significativo, prazeroso, extensão de seu próprio mundo, num desafio constante em busca do interminável.
Nessa visão de que o jogo atende a natureza de liberdade e que as escolas devem estimulá-los em seus espaços educativos Seber descreve:
Há também instituições que defendem as brincadeiras, achando que as crianças aprendem muito no decorrer dessas atividades. No entanto os professores são orientados no sentido de estabelecer os temas das brincadeiras, os papéis que os integrantes dos grupos devem assumir como brincar, o que dizer e assim por diante. (SEBER, 1995, p.52).
Os professores não podem deixar de utilizar brincadeiras pedagógicas e que estimulam a imaginação da criança.
Nos dias de hoje tem-se a informática que é essencial para facilitar o conhecimento e informação, mas esta relação entre usuário e a máquina distancia a relação entre as pessoas. É necessário motivar os professores a participarem com mais freqüência de brincadeiras que fazem parte do desenvolvimento intelectual e imaginário das crianças.
Como estratégia de ensino o brincar propicia a aprendizagem, o ensino de um conteúdo ou de uma habilidade, por isso ao escolher uma brincadeira o educador tem que ter em mente o cumprimento deste objetivo.
3. O LÚDICO NA SALA DE AULA
3.1 Piaget na Sala de Aula
Piaget na Sala de Aula é um grande estudo das descobertas e métodos psicológicos e sua aplicação à pedagogia, destacando o que Jean Piaget considera como objetivos da educação.
Onde ele esclarece as expectativas dos professores e especialistas da educação, quanto a capacidade de pensamento e de aprendizado da criança como passível de desenvolvimento.
Jean Piaget, cujo trabalho de toda uma vida estudando o comportamento da criança nos proporciona uma nova concepção a respeito do desenvolvimento do pensamento e da linguagem, onde nenhum outro educador deu melhores esclarecimentos para o assunto.
Apesar da teoria do conhecimento construída por Jean Piaget não ter intenção pedagógica, ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática. Estas informações ajudam o professor em sala de aula. Piaget deixa uma mensagem clara aos professores de que os conteúdos devem ser apresentados aos alunos de acordo com suas capacidades.
A escola é uma instituição responsável pela construção e divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem, onde para Libâneo (1994), a escola é a forma predominante de ensinar e aprender. Durante as aulas o professor deve criar oportunidades para que o aluno assimile o conhecimento, de forma prazerosa, desenvolvendo habilidades e atitudes que estimulem a criatividade e suas capacidades cognoscitivas. Um dos pressupostos pedagógicos da teoria de Piaget é que: Respeitar as características de cada etapa do desenvolvimento é considerar o interesse de cada fase, estimulando a atividade funcional, isto é, a atividade natural de cada indivíduo. (HAIDT, 2002, P.48).
Os estudos experimentais de Piaget permitem ao professor identificar o estagio em que uma criança esta atuando é ao mesmo tempo, lhe mostra o que esperar dos alunos nos diferentes estágios de desenvolvimento (HAIDT, 2002, P.48).
Dessa forma, percebe-se a relevância e importância acerca dos estudos de Piaget para os educadores, aprendendo que o desenvolvimento da inteligência é algo que necessita ser estimulado, sendo bem distinto da aquisição de novos hábitos de informação. Assim, o primeiro processo é chamado de desenvolvimento e o segundo de aprendizagem.
Em contrapartida, Piaget (1975) nos diz que os jogos em si não carregam a capacidade de desenvolvimento conceitual, porém considera que eles acabam suprindo certas necessidades e funções vitais ao desenvolvimento intelectual e conseqüentemente, da aprendizagem. De acordo com essa visão, o lúdico, a brincadeira, o jogo e tudo o mais envolvido com o ludismo, representa um acesso a mais no desenvolvimento cognitivo, ao abastecer, enriquecer e diversificar as possibilidades experimentais e táteis do sujeito.
Assim o ludismo permanece com o ser humano até na fase adulta, mudando-se logicamente os tipos de brinquedo e os tipos de brincadeira.
Ainda segundo Piaget (1975), esses comportamentos lúdicos do ato de brincar consigo mesmo, são assimilações funcionais dos primeiros anos de vida. Aqui, a brincadeira não recebe uma conceituação específica. Aparece como forma de expressão de conduta, dotada de características metafóricas como a espontaneidade, o fato de ser prazerosa. Ao colocar a brincadeira dentro do conteúdo do que chamamos inteligência e não da estrutura cognitiva.
Piaget distingue a construção de estruturas mentais da aquisição do conhecimento. A brincadeira, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da inteligência, como a aprendizagem.
Conforme Piaget (1998), “a primeira linguagem que a criança compreende é a linguagem do corpo, a linguagem da ação”. É através do corpo que a criança interage com o meio. Já Vygotsky (1978) define o brinquedo como “algo que preenche necessidades da criança, o que significa entendê-lo como algo que motiva para a ação”. Em toda fase do desenvolvimento, a criança tem desejos que não consegue realizar, deixando-a tensa. “Para resolver essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizáveis”.
Para Piaget (1986), muito mais que medidas, decretos, pesquisas estatísticas, e testes na tentativa de melhorar e provar a qualidade do ensino seria uma análise mais simples como um diálogo com os próprios educando, sobre suas expectativas com relação à escola, dificuldades, medos, juízos de valores que devotam aos professores, à escola, enfim, a educação, para se constatar quão pouco tem sido alcançado em termos de aprendizagem e desenvolvimento humano.
Infelizmente, a maioria dos nossos jovens ainda completa o ensino médio, incapaz de organizar sua própria idéia, raciocínio, porque vem de uma formação totalmente passiva, repetidora, opressora, e que inibe ao invés de estimular a autonomia intelectual do indivíduo.
Para Piaget (1986), é constante a insatisfação de muitos alunos em freqüentarem as escolas, em participarem ativamente das aulas, e em aceitar os professores como motivadores e orientadores. Vão à escola muito mais por obrigação do que por vontade. Fato que persiste não só nas primeiras etapas dos segmentos escolares como também em todas as demais, e cita a angústia de uma aluna de mestrado, que conseguiu chegar até o nível de pós-graduação sem saber, com autonomia de pensamento, escrever uma dissertação de conclusão de curso. E são, justamente, essas realidades que dão uma medida exata do que se vive, hoje, em termos de educação no Brasil.
De certa forma, Piaget cria uma nova Psicologia, cria um método que influencia na Educação. Já naquela época, ele considerava que para o conhecimento do indivíduo evoluir é necessário o estímulo, a participação, o respeito mútuo no lugar do professor como único detentor do conhecimento e responsável pela sua transmissão. “Essa linha de trabalho coloca Piaget no mesmo patamar de Freud no que diz respeito à importância de seu trabalho na Psicologia. Aquilo que Freud realizou no campo das emoções, Piaget fez no universo do conhecimento”, afirma o professor da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fernando Becker.
3.2 Trazendo o Lúdico para a Sala de Aula
A criança que não brinca desenvolve muito cedo a noção de peso da vida e acaba perdendo a possibilidade de se desenvolver de maneira sadia. Podendo tornar-se completamente neurótica e dificilmente conseguirá soltar-se, ser feliz com as pequenas coisas e sentir o prazer genuíno quando adulta.
Muito além do entretenimento, o jogo e o humor colocam o indivíduo em estado criativo, mas para que essa dinâmica possa se manifestar e se vincular aos objetivos educacionais é necessário proporcionar um ambiente acolhedor com liberdade e flexibilidades psicológicas para que haja prazer e auto-realização.
Assim os jogos educativos vêm ganhando cada vez mais espaço nas escolas, pois além de facilitarem o entendimento dos conceitos aplicados, são por natureza prazerosa, interessante e desafiante
Brincar incentiva a utilização de jogos e brincadeiras existe participação e engajamento, exercita potencialidades, provoca o funcionamento do pensamento, adquire conhecimentos, desenvolve a sociabilidade, cultiva a sensibilidade e estimula a criatividade.
As crianças brincam porque necessitam se exercitar, exprimir seu mundo interior, imitar aspectos da vida adulta para compreendê-la.
Trazer o lúdico para ambientes educativos, como escolas e bibliotecas, pode soar estranho para muitos, mas é um recurso já amplamente utilizado na educação infantil. O que não quer dizer que as professoras fiquem brincando com as crianças, todo um planejamento pedagógico e didático é feito para que as atividades realizadas sejam muito mais do que isso. O que ocorre é que a brincadeira tem o seu devido valor reconhecido no ambiente da educação infantil.
O psicólogo russo Vygotsky propõe que o brinquedo, o brincar, surge nas atividades das crianças em idade pré-escolar como uma forma de atender desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos. Por exemplo, a criança já viu um adulto dirigir um carro e gostaria de dirigir também, mas não pode. “Para resolver essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo”. (VYGOTSKY, 1984, p. 122) O que não quer dizer que todos os desejos não realizáveis dêem origem a brinquedos.
Para Leontiev, na brincadeira o foco está no próprio processo e não no resultado da ação. “Por isso, nos jogos adultos, quando a vitória, mais do que a simples participação, torna-se o motivo interior, o jogo deixa de ser brincadeira.” (LEONTIEV, 1994, p.123).
Vygotsky afirma que é um engano supor que nas situações imaginárias de brinquedo não há regras, elas sempre existem. Mesmo nos jogos de papéis, em que a criança brinca de mãe da boneca, existem regras comportamentais mesmo que estas não estejam formalmente estabelecidas a priori. A criança age como “imagina” que uma mãe agiria, ela segue as regras oriundas da própria situação imaginária. Vygotsky ressalta, porém, que mesmo os chamados jogos puros com regras contêm uma situação imaginária. “O mais simples jogo com regras transforma-se imediatamente numa situação imaginária, no sentido de que, assim que o jogo é regulamentado por certas regras, várias possibilidades de ação são eliminadas.” (VYGOTSKY, 1984, p. 125).
Leontiev afirma que os jogos com regras surgem a partir dos jogos de papéis em situações imaginárias. Numa brincadeira de “polícia e ladrão”, por exemplo, existem papéis e regras. Os “ladrões” fogem dos “policiais” e ficam “presos na cadeia” quando pegos.
A lei geral do desenvolvimento das formas de brinquedo do período pré-escolar se expressa na transição dos jogos com uma situação imaginária explícita e um papel explícito, mas com uma regra latente para um jogo, uma situação imaginária latente e um papel latente, mas uma regra explícita. (LEONTIEV, 1994, p. 135) A mudança se dá, assim, porque nos jogos com regras há a inclusão de um certo objetivo. A conscientização de um objetivo para a brincadeira leva a criação de regras definidas.
É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. As crianças muito pequenas são incapazes de separar o campo do significado do campo da percepção visual, uma vez que há uma fusão muito íntima entre o significado e o que é visto. Assim, uma criança nesta idade não conseguiria, por exemplo, afirmar que uma pessoa diante dela está sentada se esta estiver em pé. No brinquedo, a ação começa a ser determinada pelas idéias e não pelos objetos, constituindo “um estágio entre as restrições puramente situacionais da primeira infância e o pensamento adulto, que pode ser totalmente desvinculado de situações reais” (VYGOTSKY, 1984, p. 129). A capacidade de “fazer de conta”, de transformar um cabo de vassoura num cavalo, ainda que limitada, é um caminho que leva do raciocínio concreto para o abstrato e o uso de símbolos. Essa capacidade de simulação torna o brinquedo uma grande fonte de aprendizado para a criança.
O brincar gera na criança uma zona de desenvolvimento proximal que nada mais é, do que à distância entre o nível atual de desenvolvimento, resolução de problemas, independência, e o nível de desenvolvimento potencial, resolução de problemas com auxílio de um adulto.
Tudo o que fazemos precisa ser com amor, um educador que diz gostar de jogos e brincadeiras, mas que na sua prática, no seu fazer cotidiano de sala de aula, não brinca, não gosta de brincar com suas crianças, ele realmente não é um amante dos jogos. Precisamos que os educadores além de jogar, vivenciem e se apaixonem pela prática do jogo.
O termo “Educação” é visto a partir de diferenciadas concepções através do lúdico atuando de maneira efetiva no contexto escolar. O lúdico é uma atividade inerente ao ser humano, é através dele que se constrói uma aprendizagem significativa, pois a criança se interessa pelas atividades propostas. Ao trabalharmos coletivamente e cooperativamente estaremos também desenvolvendo nas crianças tanto o crescimento físico quanto o intelectual, o que leva a construção da autonomia do ser humano.
Os educadores estão tentando articular novas práticas para trabalhar os conteúdos programáticos com o auxílio da ludicidade desenvolvida nos jogos. O jogo presente no dia-a-dia da criança, como atividade de interação entre as crianças e o mundo, trazendo saberes, incentivando a construção do conhecimento. Eles têm além da função lúdica também a educativa, desenvolvendo aspectos físicos, afetivos, sociais e morais. As crianças precisam participar dos jogos de forma espontânea, pois ela é um ser em pleno processo de apropriação da cultura, desenvolvendo a criatividade, criticidade, curiosidade, confiança e participação na resolução de problemas.
3.3 A ludicidade como Instrumento Pedagógico
É papel da educação formar pessoas criticas e criativas, que criem, inventem, descubra, que sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa.
A função da educação infantil se considera em promover o desenvolvimento global da criança, considerando os conhecimentos que ela já possui proporcionar a criança vivenciar seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo.
Assim a educação infantil deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que está é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima de tudo crítica
Quando o aluno chega à escola traz consigo uma gama de conhecimento oriundo da própria atividade lúdica. A escola, porém, não aproveita esses conhecimentos, criando uma separação entre a realidade vivida por ela na escola e seus conhecimentos.
Agindo dessa forma a escola estará comprometendo a própria espontaneidade da criança, que não se sentirá tão à vontade em sala de aula a ponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e emoção.
A ação de brincar, segundo Almeida (1994) é algo natural na criança e por não ser uma atividade sistematizada e estruturada, acaba sendo a própria expressão de vida da criança. RIZZI e HAYDT (1987, p.14) convergem para a mesma perspectiva quando afirmam:
“O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma tendência lúdica”.
Quando o lúdico é aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas.
Cunha (1994) ressalta que a brincadeira oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrário perde-se a riqueza que o lúdico representa
O ato de criar permite uma Pedagogia do afeto na escola. Permite um ato de amor, de afetividade cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma relação educativa que pressupõem o conhecimento de sentimentos próprios e alheios que requerem do educador a disponibilidade corporal e o envolvimento afetivo, como também, cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criança.
A afetividade é estimulada por meio da vivência, a qual o educador estabelece um vínculo de afeto com o educando. A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de se chegar perto do sujeito e a ludicidade, em parceria, um caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma totalidade no processo do aprender.
Neste sentido é responsabilidade do educador, na educação infantil, ajudar a criança a ampliar de fato, as suas possibilidades de ação. Proporcionando à criança brincadeiras que possam contribuir para o seu desenvolvimento psicossocial e conseqüentemente para a sua educação.
O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta, pois como afirma Almeida (1994), o sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido, se o educador estiver preparado para realizá-lo.
Sendo que o papel do educador é intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidade, suas atividades visam sempre um resultado, e uma ação dirigida para a busca de finalidades pedagógicas.
A educadora Ferreiro (1989) já apontava para a importância de se oferecer a criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como integrante do meio em que está inserida.
Segundo SANTOS (2000, p.166):
Educadores e pais necessitam ter clareza quanto aos brinquedos, brincadeiras e/ou jogos que são necessários para as crianças, sabendo que eles trazem enormes contribuições ao desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. No jogo, ela está livre para explorar, brincar e/ou jogar com seus próprios ritmos, para autocontrolar suas atividades, muitas vezes é reforçada com respostas imediatas de sucesso ou encorajada tentar novamente, se da primeira alternativa não obteve o resultado esperado.
Uma fundamentação teórica consistente dá o suporte necessário ao professor para o entendimento dos porquês de seu trabalho. Trata-se de ir um pouco mais longe ou, talvez melhor dizendo, um pouco mais fundo. Trata-se de formar novas atitudes, daí a necessidade de que os professores estejam envolvidos com o processo de formação de seus educandos. Isso não é tão fácil, pois, implica romper com um modelo, com um padrão já instituído, já internalizado.
Percebemos em Machado (1966) o ressaltar do jogo como não sendo qualquer tipo de interação, mas sim, uma atividade que tem como traço fundamental os papéis sociais e as ações destes derivados em estreita ligação funcional com as motivações e o aspecto propriamente técnico-operativo da atividade. Dessa forma destaca o papel fundamental das relações humanas que envolvem os jogos infantis.
Nóvoa (1991) afirma que o sucesso ou insucesso de certas experiências marcam a nossa postura pedagógica, fazendo-nos sentir bem ou mal com esta ou aquela maneira de trabalhar na sala de aula.
Sala de aula é um lugar de brincar se o professor consegue conciliar o objetivo pedagógico com os desejos do aluno. Para isso é necessário encontrar equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas e contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser humano autônomo e criativo. Credita ao aluno, isto é, ‘a sua ação, à parte de responsabilidade no desenvolvimento. Mesmo procurando fazer sua parte, o professor e a escola dão, respeitam a possibilidade de que outra coisa aconteça.
Os educadores e pais devem estar cientes que brincar só faz bem para a criança, e que ela desenvolve, amadurece e aprende ao mesmo tempo, pois ao brincar se sente livre para criar e recriar o mundo ao seu modo.
Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são atividades fundamentais nas áreas de estimulação da educação infantil e nas séries iniciais, e é uma das formas mais natural e prazerosa no processo de aprendizagem.
Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento.
A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades.
3.4 O lúdico nas Interfaces das Relações Educativas
O professor é o produto de uma educação dominadora, muitas vezes acredita que está pronto, acabado, que domina muito bem os conteúdos necessários para dar suas aulas com sucesso, sem perceber que o foco não é o conteúdo, mas o aluno.
Mas não tem plena consciência que dá aos alunos respostas prontas, sem problematizar o conteúdo, sem criar situações que promovam a reflexão, sem permitir uma troca entre os colegas e o próprio professor. Não permite ao aluno interagir, colaborar, dirigir suas ações e sair da posição de espectador assumindo o papel de protagonista do seu processo de construção do conhecimento.
FREIRE (1983, p.68) faz uma crítica a essa educação dominadora que é contrária ao diálogo afirmando que nela:
O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.
Vemos então que a escola e a educação são burladas nesse contexto de dominação, pois a escola visa à formação cidadã do sujeito fazendo o capaz de criticar, reivindicar, comprometer-se, participar e a educação é um processo contínuo que envolve o desenvolvimento integral do ser humano.
Em meio a toda essa turbulência ainda tem que enfrentar o desinteresse e indisciplina dos alunos em sala de aula. Apesar de conhecer a importância da ludicidade como recurso metodológico insiste em ignorá-la como ferramenta pedagógica, mas é comprovado que o lúdico deve ser usado como forma de transformação e libertação, sugerindo aqui sua inclusão na formação de professores.
O lúdico promove um estado de inteireza, de plenitude naquilo que se faz com prazer e pode estar presente em diferentes situações da vida. Segundo FEIJÓ (1992, p. 61) “O lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”.
Para aperfeiçoar sua prática o professor precisa descobrir e trabalhar o lúdico na sua história, resgatando os momentos lúdicos vividos em sua trajetória de vida. É muito difícil trabalhar com o lúdico especialmente para os que foram formados por uma escola que não comportou esse modelo.
Por isso se ouve falar e se reconhece a importância do lúdico em sala de aula, mas pouco se faz, exatamente porque não é simples romper com experiências vividas ao longo de toda uma trajetória de vida e acadêmica.
Com uma formação lúdica o professor terá oportunidade de se conhecer, de saber quais são suas potencialidades, limitações, desenvolverá seu senso crítico, terá atitude de pesquisador. Por isso a necessidade de formar professores capazes de compreender os benefícios da ludicidade na sua formação pessoal e profissional considerando que não são uma atividade complementar as outras, mas sim uma atividade que auxilia na construção da identidade e da personalidade.
Com a ludicidade se aprende a lidar e equilibrar as emoções, a criar um ambiente prazeroso estimulando a aprendizagem. Segundo Santo Agostinho (apud NEVES 2007) “O lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o principio de toda descoberta e toda criação”.
O professor interessado em promover mudanças, poderá encontrar na proposta do lúdico uma importante metodologia, que contribuirá para diminuir os altos índices de fracasso escolar e evasão verificada nas escolas.
GADOTTI (1993, p. 80) comprova e discute a má qualidade do ensino no Brasil em relação a outros países:
“Há 30 anos venho acompanhando a situação da escola e a deteriorização que se deu de forma acentuada no nosso país e na América Latina. Contudo, na América Latina, o Chile, a Argentina, o México, ao lado de outros países como o Uruguai e a Costa Rica, conseguiram avançar muito mais do que o Brasil. O grau de escolaridade é muito maior nesses países. No Chile, o analfabetismo é de apenas 2%, na Argentina, 3% e no México 5%, não se comparando com os índices de 30% no Brasil”.
Diante desse quadro, a utilização de atividades lúdicas nas escolas, pode contribuir para uma melhoria nos resultados obtidos pelos alunos. Claro, que atividades de cunho lúdico não abarcariam toda a complexidade que envolve o processo educativo, mas poderiam auxiliar na busca de melhores resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças. Estas atividades seriam mediadoras de avanços e contribuiriam para tornar a sala de aula um ambiente alegre e favorável.
No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-lo e tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos da mesma.
Assim podemos perceber que o Lúdico apresenta uma concepção teórica profunda e uma concepção prática, atuante e concreta.
LIBÂNEO (1996, p. 39) nos diz:
“A função da pedagogia “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas á partir de condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares que tenham ressonância na vida dos alunos”.
A escola passou a difundir um ensino enciclopédico, imaginando quanto mais conteúdos passassem, mais os alunos se desenvolveriam, o que não é verdade. Para serem assimiladas, as informações devem fazer sentido. Isso se dá quando elas incidem no que VYGOTSKY (2001, p. 25) chamou de zona de desenvolvimento proximal, a distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento real) e o que é capaz de realizar com ajuda de alguém mais experiente (o desenvolvimento potencial). Assim, o bom ensino é o que incide na zona proximal.
No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-lo e tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos da mesma.
Assim podemos perceber que o Lúdico apresenta uma concepção teórica profunda e uma concepção prática, atuante e concreta.
4. JOGANDO PARA APRENDER: FUNÇÕES SIGNIFICATIVAS
4.1 A Importância das Brincadeiras na Evolução dos Processos de Desenvolvimento Humano
Nos dias atuais, com as moradias cada vez mais apertadas e os adultos envolvidos em seus afazeres, as crianças de classe média não têm um lugar para brincar e não devem atrapalhar o andamento do lar com seus brinquedos.
Não dá para isolar o comportamento lúdico da criança. Ela brinca quando é para brincar e quando os adultos entendem que ela não deveria brincar.
A ludicidade está sendo estudada como um processo de suma importância no desenvolvimento humano.
Na opinião de SANTOS (2000, p. 18), tanto PIAGET, como WALLON, VTGOTSKY e outros, atribuíram ao brincar da criança um papel decisivo na evolução dos processos de desenvolvimento humano, como maturação e aprendizagem, embora com enfoques diferentes. Dois aspectos sobressaem no estudo dos jogos: sua estrutura e o seu conteúdo.
1. Quanto à estrutura, nem toda atividade da criança pode ser considerada jogo, pois para que ela se configure como tal, deve pressupor uma representação simbólica. E essa representação pressupõe o estabelecimento de regras que a criança se impõe para representar os personagens que ela incorpora.
Outras atividades sem o componente simbólico são simples exercícios, próprios não só da criança, mas de toda pessoa no decorrer de sua existência.
A motivação característica dos exercícios é o simples prazer funcional. E suas finalidades, para a criança, são, entre outras:
• Servir como reforço às habilidades já adquiridas;
• Imitar aquilo que o outro realiza;
• Testar suas habilidades ou adquirir novas;
• Atrair os outros para a atividade que realiza.
As atividades da criança estão diretamente relacionadas com a afirmação do seu “eu” e, sendo assim, essa atividade é tão importante em seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
2. Quanto ao conteúdo podemos dizer que ele traduz os padrões dominantes no meio ao qual estamos inseridos, embora a essa altura do processo de telecomunicações, haja influências de outras culturas chegando com facilidade e rapidez até nós.
Entretanto, o conteúdo do jogo diz muito da motivação intrínseca da criança, seja para resolver conflitos, como pensam muitos psicanalistas, seja para construir um conhecimento que é absorvido pela ação de representar.
Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer.
CUNHA (2001, p. 14) constata que atualmente as crianças não têm um pátio para brincar.
Superfamiliarizadas com videogames, televisão e computador, não conhecem o prazer de criar brinquedos com caixinhas e latas, botões e madeirinhas. Nem mesmo jogos de montar.
Brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. É o que a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
FROEBEL (apud Bertoldo e Ruschel, 2003, p.81) afirma que:
“Brincar é a fase mais importante da infância, do desenvolvimento humano. (…) A brincadeira é a atividade mais pura da criança, nesse estágio, ao mesmo tempo típica da vida humana, enquanto um todo da vida natural interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo, e interno, paz com o mundo”.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc.
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
A ludicidade se processa tanto em torno do grupo como, das necessidades individuais, recrear é educar, pois permite criar a satisfazer o espírito estético do ser humano, oferece ricas possibilidades culturais. Orientar através do lúdico é suscitar prazer pôr atividades recreativas tais, que o ser humano possa desenvolver ao máximo o potencial que traz ao nascer. É lidar com crianças, adolescentes ou adultos, estimulando-os a um contínuo aperfeiçoamento. Com isto queremos a verdadeira finalidade da educação, que é de desenvolver e fortificar o corpo sob o ponto de vista estático e dinâmico, contribuir para o aperfeiçoamento total do indivíduo.
4.2 Brinquedoteca: um Espaço Lúdico
A atividade lúdica fornece às crianças um maior e melhor desenvolvimento, seja ele cognitivo, motor, social ou afetivo, pois a criança ao brincar interage com outras crianças, estimulando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a curiosidade, devido à situação de certos jogos e brincadeiras, o que garante uma maturação na aquisição de novos conhecimentos.
Construindo esse conhecimento através do lúdico a criança se desenvolve e aprende de maneira mais fácil e divertida, sendo a brincadeira e o jogo, algo próprio da infância, tornando a aprendizagem mais prazerosa. FRIEDMANN (apud RAUSCHKOLB e SCHEIFLER, 1997, p.150) afirma que “brincar é o ponto fundamental para o desenvolvimento de uma aprendizagem que valorize o desejo de aprender e tendo a criança como um ser integral”
A Brinquedoteca é um espaço que visa estimular crianças e jovens a brincarem livremente, pondo em prática sua própria criatividade e aprendendo a valorizar as atividades lúdicas.
De acordo com Rodari (1982), por meio das Brinquedotecas avaliamos nas crianças o seu desenvolvimento, através do acompanhamento, da observação diária, no que se refere à socialização, a iniciativa, a linguagem, ao desenvolvimento motriz e buscamos através das atividades lúdicas o desenvolvimento das suas potencialidades.
A presença da brinquedoteca na vida das crianças hoje tem um papel fundamental uma vez que vem proporcionar as crianças à aprendizagem, a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades de forma natural e agradável, onde se brinca e aprende fazendo.
Atualmente vivemos um momento onde as crianças não dispõem de espaços significativos para brincar e criar suas próprias brincadeiras, é vítimas de pequenos espaços tumultuados de brinquedos eletrônicos que pouco possibilita o acesso a criação, vivem em sua maioria em frente à televisão ou dependuradas nas janelas vendo a vida passar sem participar ativamente dela.
Essa realidade vem gerando um mal estar social e por que não dizer emocional tanto para as crianças como os seus familiares. A necessidade de um espaço seguro onde a criança possa se desenvolver vem crescendo a cada dia, e a brinquedoteca tem como função principal oferecer esse espaço e resgatar um direito que vem sendo negado às crianças, o de ser criança
A brinquedoteca é um ambiente preparado para desenvolver atividades lúdicas com o objetivo de estimular a criança ao brincar, pois lá ela tem contato com diferentes tipos de jogos e brincadeiras. É um espaço de diversão e aprendizado.
Entretanto, a ludicidade não é apenas divertimento, ou um brincar por brincar é algo que deve ser trabalhado pelo educador, o próprio PIAGET (apud ALMEIDA, 1974, p.25) afirma: “os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
Um espaço apropriado para a atividade lúdica como a Brinquedoteca com profissionais competentes, permitirá a criança um maior desenvolvimento afetivo, ao interagir com outras crianças através de brincadeiras.
Segundo BORJA (apud SANTOS, 1997, p.85) não se deve confundir Brinquedoteca com creche. Pensa que a missão da brinquedoteca é ter disponível muitos brinquedos e ensinar o manejo do jogo ou explicar as regras se for necessário, mas a criança deve freqüentá-la por vontade própria e pelo prazer de jogar, ou de encontrar amigos para jogar.
Santos (1997) relatam que uma Brinquedoteca não significa apenas uma sala com brinquedos, mais em primeiro lugar, uma mudança de postura frente à educação. É mudar nossos padrões de conduta em relação à criança; É abandonar métodos e técnicas tradicionais; é buscar o novo, não pelo modernismo, mas pela convicção do que este novo representa; é acreditar no lúdico como estratégia do desenvolvimento infantil.
A Brinquedoteca tem como proposta o brinquedo, o objeto, sua necessidade é de ampliar e preservar as possibilidades de vivência do lúdico.
É um espaço alegre, colorido, diferente, onde crianças e jovens soltam a sua imaginação, sem medo de serem punidas e cobradas.
Na Brinquedoteca são desenvolvidas atividades lúdicas através de jogos pedagógicos como: quebra-cabeça, dominó das operações matemáticas, jogo da memória, entre outros, brincadeiras populares de esconde-esconde etc., brinquedos diversos tais como carros, bonecas, etc., leitura de livro infanto-juvenil e didático, teatro de fantoches, e construção de jogos e brinquedos utilizando sucata.
As crianças constroem seus brinquedos a partir de um tema proposto pela equipe que compõem a Brinquedoteca, e com o material descartável (sucata) elas produzem carros, ônibus, helicóptero, prédios, semáforos, jogo do tira palito e do puxa palito, bem como porta-retratos, e cartões de natal de EVA. Assim além de estimular a criatividade das crianças, as conscientizamos sobre a reutilização de certos materiais para a reciclagem.
Quando uma criança entra na Brinquedoteca, deve ser tocada pela expressividade da decoração, pela alegria e a magia do espaço.
Sendo um ambiente para estimular a criatividade, deve ser preparado de forma criativa, com espaços que incentivem a brincadeira de “faz de conta”, a construção de brinquedos e a socialização.
Para KISHIMOTO (1998 p. 49-59)
A brinquedoteca é um espaço estruturado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Sendo um local propício para estimular a criatividade, é preparada de forma que seus espaços incentivem a brincadeira de ‘faz-de-conta’, a dramatização, a construção, a solução de problemas, a socialização e o desejo de inventar. Tem como objetivos, entre outros: a) valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas, dando-lhes a devida importância; b) possibilitar o acesso e empréstimo de brinquedos; c) dar orientações sobre adequação e utilização dos mesmos; d) ajudar a criança a desvincular o brinquedo de seu aspecto de posse e consumo; e, e) estimular o desenvolvimento de habilidades físicas, cognitivas, sociais e afetivas.
Para PORTO (1998, p. 171):
A brinquedoteca é capaz de propiciar uma grande variedade de brincadeiras entre as crianças, permitindo uma revalorização da dimensão lúdica e dando-lhe a devida importância. Através deste estudo, constatou-se que a brinquedoteca é capaz de propiciar brincadeiras que, em outros contextos, não estariam surgindo. A brincadeira de faz-de-conta mediada pelas fantasias, verificada nas brincadeiras de meninas, de meninos e também nos grupos mistos, seria um exemplo de um tipo de brincadeira que a brinquedoteca é capaz de propiciar em função da variedade de objetos e fantasias que ela possui em seu mobiliário e que estão relacionados com este tipo de brincadeira.
Nas Brinquedotecas existem brinquedos variados, novos, usados, brinquedos de madeira, plástico, metal, pano, aquele da propaganda, um que nossos pais brincavam, ou aquele tão desejado. Brinquedos que vão realizar sonhos, desmistificar fantasias ou simplesmente estimular a criança a brincar livremente.
4.2.1 Brincando com Palavras, Corpo, Música, Sucata
Brincar também serve como linguagem para a criança. A criança experimenta na vida muita coisa que ainda é incapaz de expressar verbalmente, e deste modo utiliza a brincadeira para formular e assimilar aquilo que vivencia.
Quando a criança brinca, pode-se observar o processo de sua forma de brincar, de se aproximar do material, do que escolhe e o que evita, seu estilo geral, as dificuldades de ultrapassar etapas, a organização, o padrão adotado, o modo como brinca e o que fala sobre a sua vida.
Brincar é divertido para a criança e ajuda a promover a afinidade necessária entre o professor e a criança. O medo e resistência iniciais por parte desta, muitas vezes, são drasticamente reduzidos, quando ela se defronta com uma sala cheia de brinquedos. Enquanto a criança utiliza o brinquedo como instrumento o educador consegue compreender seus sentimentos e preocupações. Brincando as crianças comunicam e mostram melhor, os seus sentimentos. Enquanto isso, o professor dirige a atenção para os motivos subjacentes do comportamento da criança, durante as atividades lúdicas.
Brincar pode ser um bom instrumento de diagnóstico. Brincando com a criança, podemos observar muita coisa a respeito da maturidade, Inteligência, imaginação e criatividade, organização cognitiva, orientação de realidade, estilo, campo de atenção, capacidade de resolução de problemas, habilidades de contato, entre outras nuanças (OAKLANDER, 1980, p.189).
A interação social nas diferentes atividades vivenciadas na Educação é uma das estratégias fundamentais para promoção de aprendizagens, possibilitando que as crianças sintam-se confiantes para conhecer a vida e os ambientes de aprendizagens que as escolas têm a oferecer.
É fundamental tornar a literatura parte integrante do dia a dia das crianças. Esse é um passo importante para iniciar-se o processo de formação de crianças leitoras que vêem o livro como fonte de prazer e divertimento, um espaço de fruição, criação e interação. Livros trazem poesias, imagens, histórias, informações que ampliam a leitura de mundo e a imaginação.
A criança, ao entrar em contato com o livro, encontra um espaço repleto de possibilidades lúdicas. O livro infantil não é muito diferente do destinado ao adulto no que diz respeito à construção literária. Como literatura, está carregada de elementos plurissignificativos: palavras, sons, imagens.
Desde pequenas as crianças podem e deve conhecer outros suportes de leitura, saber para que sirvam em que contextos são utilizados, como se estruturam, como produzi-los; tentar descobrir o que está escrito; interpretar o que ouvem; pensar e refletir sobre a linguagem escrita.
O professor tem como papel fundamental resgatar e perpetuar com as crianças a manifestação do amplo e riquíssimo repertório das brincadeiras e assumir a ação mediadora ao planejar, observar, ouvir e considerar o que as crianças têm a dizer, a mostrar, a viver e a ensinar quando estão brincando.
É fundamental que as crianças vivenciem diariamente atividades que envolvam corpo e movimento em espaço externo, desenvolvendo jogos nos quais as atividades físicas predominam. Brincar ao sol em horário adequado, pular corda, jogar bola, balançar, escorregar, brincar de roda, jogar pião, pegador (piques), brincar de coelho na toca, de amarelinha, balançar bambolê, enfim divertir-se.
Qualquer objeto colocado à disposição das crianças (brinquedos, jogos de construção, sucata, elementos da natureza, objetos do uso cotidiano do mundo adulto, tabuleiros, dados, etc.), permite que elas utilizem-no em uma ou mais dessas modalidades, ou seja, no jogo de exercício, simbólico ou regra, de acordo com suas capacidades, necessidades ou desejos. Cabe aos profissionais de educação garantir o espaço, o tempo e as condições para que as brincadeiras aconteçam na escola na sua essência e diversidade. A participação do educador deve orientar-se pela observação, registro e reflexão com objetivo de encontrar formas de intervenção que, mantendo a essência do brincar, tornem possível a construção de novas aprendizagens.
Sabe-se que ao movimentarem-se as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais.
É preciso acreditar e entender que o processo de ensino-aprendizagem é um processo de comunicação, e, sendo o brincar uma atividade que faz parte da vida do ser humano, deve-se usar o lúdico como ferramenta para a transmissão dos conteúdos, interligando o aprender e o brincar como momentos de alegria, participação e cumplicidade entre o educador e a criança.
4.2.2 Jogos e Atividades Lúdicas na Alfabetização
Ler e escrever não são simplesmente emaranhar palavras, e sim, expressar idéias, conceitos, tornar isso uma forma de linguagem, é fazer do individuo ser conhecedor do mundo, podendo este participar de sua construção, a fim de transformar o atual com olhos para o novo e promissor.
Alfabetização para muitos educadores ainda é um mistério, com medo de não conseguir atingir os objetivos colocando o desejo de ver algum resultado logo no início.
Brincando, a criança explora o mundo, constrói o seu saber, aprender a respeitar o outro, desenvolve o sentimento de grupo, ativa a imaginação e se auto-realiza.
Atualmente percebe-se certa precocidade no ensino da língua escrita. Da criança, espera-se que aprenda a ler e a escrever o quanto antes, pois segundo o que pensam professores e pais, quanto mais conteúdos a criança aprender melhor será seu desenvolvimento intelectual e a possibilidade de ascender na escola e na vida.
Com essa pressa, acaba-se esquecendo, que elas são crianças e adoram brincar, e isto é deixado completamente de lado. Como afirma MELLO (2005 p.24): “estamos contaminando, por assim dizer, a educação infantil com as tarefas do ensino fundamental”.
As pessoas não percebem que para um bom desenvolvimento intelectual e ascensão escolar é necessário que a criança viva a sua infância, por isso, possibilitar que ela brinque, pule, imagine, sonhe, crie, é essencial.
Nestas condições imaginamos uma criança dia após dia sentada em uma classe aprendendo que b com a é igual a ba, o quanto isso é enfadonho para uma criança com toda a energia, tendo que ficar quieta sentada em uma classe, em forma de aluno ideal, disciplinado, aquele que não questiona, que apenas reproduz o que o professor dita. Esse é o aluno que a escola não-crítica deseja, esquecendo-se que por trás desse, está à criança cheia de energia, como afirma WAJSKOP (1995, p. 11)
Reprimida na forma de aluno, do qual se espera obediência, silêncio, passividade, submissão a regras e rotinas – muitas das quais sem objetivos claros -, encontra-se a criança, curiosa, ativa, ansiosa por novas experiências e pelas oportunidades de interagir com outras crianças e com o ambiente.
Não é esse tipo de aluno que a escola necessita, ela deverá buscar capacidade em seus educando, capacidade de retórica, de critica e de reflexão. Ora, na modernidade a criança deixa de ser criança muito cedo, ela não faz o que gostaria de fazer, que é brincar e sim o que os pais querem e o que a escola possibilita. Então, deixá-la brincar é possibilitar-lhe que solte o imaginário, que brinque de faz de conta, sinta prazer, se expresse, tanto corporal e verbal quanto artisticamente.
É por meio do jogo que a criança aprende sobre a natureza, os eventos sociais, a estrutura e a dinâmica interna do seu grupo e a interação dos conteúdos construídos na escola. O jogo e a brincadeira como promotores da aprendizagem e do desenvolvimento são considerados importantes aliados para o ensino.
Para que o processo lúdico aconteça na sala de aula é necessário que o educador conheça atividades diversificadas para poder realizar esse processo com eficácia.
O Brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a relação pensamento-ação e, esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade lingüística, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação.
Segundo Vygotski (1994) para compreender a passagem de um estágio do desenvolvimento da criança para outro, somente é perceptível através das brincadeiras que ela realiza, uma vez que o brincar emerge de uma necessidade infantil.
[…] aquilo que é de grande interesse para um bebê deixa de interessar uma criança um pouco maior. A maturação das necessidades é um tópico predominante nessa discussão, pois é impossível ignorar que a criança satisfaz certas necessidades no brinquedo […] (VYGOTSKI, 1994, p.122).
Brincar, na maioria das vezes é visto como algo improdutivo, não se acredita que no brincar é possível aprender. Brincar possibilita à criança vivenciar coisas que muitas vezes não lhe é possível. Permite que ela crie formas de expressão, hipóteses a respeito da vida, socialização entre várias crianças e compartilhamento de experiências vividas.
Portanto, o brinquedo é de extrema importância para o desenvolvimento do aluno, pois, além de ser uma necessidade para a criança, se utilizar desse brincar para vivenciar diversas situações, por exemplo, de socialização, apropriação de valores e costumes, vivenciando situações não somente de prazer, mas também conflituosas.
Atividades estas, que segundo MELLO (2005, p.24) “são essenciais para a formação da identidade, da inteligência e da personalidade da criança, além de constituírem as bases para a aquisição da escrita como um instrumento cultural complexo”.
4.2.3O Jogo e os Processos de Desenvolvimento: Aspectos Cognitivos e Afetivos
Na infância, o ser humano desenvolve várias habilidades motoras que serão aperfeiçoadas ao longo de sua vida, mas, para que isso ocorra, são necessários estímulos motores adequados à faixa etária. Tais estímulos podem ser alcançados com a utilização do brinquedo, das brincadeiras, e principalmente dos jogos, que concretizam seu objetivo no desenvolvimento da criança. Além disso, o jogo é uma forma lúdica de suprir a necessidade que a criança tem de conhecer, dominar e explorar possibilidades motoras que o seu meio proporciona.
Por muito tempo, o jogo, tem sido usado nas escolas, dando uma função educativa a ele. Nota-se que com a utilização dos jogos e materiais pedagógicos adequados, as crianças desenvolvem o sentido de ordem, ritmo, forma, cor, tamanho, do movimento, da harmonia e do equilíbrio. Apesar disso, a utilização do jogo nas escolas foi, por muito tempo, criticada, mas é inegável sua contribuição para a aprendizagem de varias disciplinas como: matemática, geografia, história, educação física, entre outras.
Desta forma, torna-se claro que o jogo possui duas funções: uma lúdica; outra educativa. A primeira é quando uma atividade é prazerosa e alegre. Já a segunda é quando o jogo ensina algo, desenvolve o conhecimento infantil.
Essas duas funções do jogo são dependente uma da outra, pois quando se perde a ludicidade, o jogo se transforma em um instrumento de trabalho e assim, deixa de ser jogo.
Contudo, a utilização dos jogos durante o processo de desenvolvimento da criança é indispensável, pois a partir daí, aprimora-se os aspectos cognitivos, afetivos e motores.
A cognição está relacionada com a afetividade, pois a criança apresenta suas atitudes de acordo com seu pensamento. Assim, os aspectos cognitivos também estão relacionados aos afetivos, uma vez que suas manifestações se dão no pensamento egocêntrico.
De acordo com Piaget (apud FREITAS e ASSIS 2006) os aspectos cognitivos e afetivos surgem na fase simbólica da criança, através da assimilação do meio em seu jogo.
As características dos aspectos cognitivos e afetivos são: espaço, tempo e casualidade, quanto ao cognitivo; características individuais, motivação, curiosidade e criatividade, quanto ao afetivo.
Piaget (apud FREITAS e ASSIS 2006) dividiu o desenvolvimento cognitivo em fases, ou etapas. Cada fase define um momento em que as estruturas cognitivas da criança, são construídas. São elas:
• Fase sensório-motora (de 0 a 2 anos);
• Fase pré-operatório (de 2 a 7 anos);
• Fase de operações concretas (de 7 a 11 anos);
• Fase de operações formais (de 11 anos em diante).
O desenvolvimento afetivo depende, dentre outros fatores, da qualidade dos estímulos do ambiente para que satisfaçam as necessidades básicas de afeto, apego, desapego, segurança, disciplina e comunicação, pois é nessas situações que a criança estabelece vínculos com outras pessoas. A relação mãe-bebê é extremamente importante porque é a mãe quem cria as primeiras situações emocionais que influenciarão o desenvolvimento da criança.
A afetividade no processo educativo é importante para que a criança manipule a realidade e estimule a função simbólica. Afetividade está ligada à auto-estima e às formas de relacionamento entre aluno e aluno e professor aluno.
Um professor que não seja afetivo com seus alunos fabricará uma distância perigosa, criará bloqueios com os alunos e deixará de estar criando um ambiente rico em afetividade (COSTA; SOUZA, 2006, p. 12).
Sendo assim, um professor afetivo com seus alunos, que busca a aproximação e realiza sua tarefa de mediador entre eles e o conhecimento, atuará na zona de desenvolvimento proximal, isto é, na distância entre o nível de conhecimento real e aquele que os alunos poderão construir com a sua ajuda. A afetividade passa, então, a ser um estímulo que gerará a motivação para aprender.
Ao desenvolver em sala de aula um trabalho com jogos está não só desenvolvendo os aspectos cognitivos das crianças, mas passando também a enfatizar os aspectos afetivos que são resgatados durante um momento lúdico (jogos e brincadeiras).
É importante ressaltar a importância da busca de uma articulação entre a afeição e a cognição. Todos os aspectos envolvidos na cognição devem ser trabalhados em conjunto, de modo entrelaçado e interdependente. No entanto, a afeição parece ser o fenômeno que leva a uma conexão mais fácil com a cognição, principalmente por abrir os canais da sensibilidade, o que favorece o aperfeiçoamento intelectual. A própria relação entre professores e crianças-alunos é um misto de afeição e trabalho intelectual. O jogo desenvolve a sensibilidade e a estima das crianças, levando-as a experimentar fenômenos como simpatia e empatia e atuando no sentido de estreitar laços de amizade e de afetividade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola deve ser séria, mas o fato de apresentar-se séria não quer dizer que ela deva ser rigorosa e castradora, mas que ela consiga penetrar no mundo infantil para a partir daí, poder desempenhar a sua real função de formadora afetivo-intelectual. Para tanto, é necessário que a mesma busque valorizar a seriedade na busca do conhecimento, resgatando o lúdico, o prazer do estudo, sem, contudo reduzir a aprendizagem ao que é apenas prazeroso em si mesmo.
Os jogos, brincadeiras e brinquedos permitem à criança a inserção nos códigos sociais, a apropriação cultural e a socialização, bem como a transformação da conduta. Nas variações das atividades lúdicas, a criança ao pensar sobre o que faz, confrontará ações em tempos distintos e dará nova significação às situações vividas.
É importante salientar que os jogos têm o objetivo de promover prazer e a descontração, o professor deve manter a motivação da turma e o seu interesse por atividades, transmitindo, ludicamente o gosto de aprender.
Diante disto, a escola precisa se dar conta que através do lúdico as crianças têm chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico deve ser considerado como parte integrante da vida do homem não só no aspecto de divertimento, mas também no aspecto de adquirir conhecimento. Sendo assim, a escola deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
Portanto, as atividades lúdicas, em geral, têm um grande potencial para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, desde que assumidas como mediadoras do processo de ensino-aprendizagem. Assim, é preciso que os educadores vislumbrem a possibilidade de integração entre ludicidade, ensino e aprendizagem, tornado o ambiente escolar mais prazeroso, estimulante e motivador.
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