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quinta-feira, dezembro 26, 2024

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI

O QUE NOS ENSINAM OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI?

RESUMO

Neste estudo abordarei meios disponíveis, para a circulação e armazenagem de informações e para a comunicação, poderemos verificar que a educação deverá propiciar saberes de formas mais maciças e eficazes. Cabe a educação fornecer de algum modo os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, um norte que permita andar através dele, numa discussão, de qual será a postura do educador do futuro e que proposta a educação deverá ter, diante deste mundo globalizado, onde novos paradigmas se fazem necessários numa reconstrução urgente do rumo que garanta a qualidade de vida, em que cada cidadão tenha seu espaço e para dar resposta ao conjunto de tudo isto a educação deve organizar-se em torno dos Sete Saberes (Morin) e dos Quatro Pilares (Jacques Delors).

Palavras Chave: Educação, Cidadão, Pilares.

1 – INTRODUÇÃO

Desde o final do século passado, pesquisadores de diversas partes do mundo se reuniram a fim de traçar um eixo que conduzisse para a educação do século XXI. Depois de muitas pesquisas e debates, resultou num relatório intitulado Os Quatro Pilares da Educação. Segundo Delors, “a analogia com a prática pedagógica se mostra quando a educação deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada individuo os pilares do conhecimento).

Este estudo nos leva a uma reflexão séria, sobre o futuro da educação para o próximo século. E podemos ainda fazer algumas perguntas: Como educar em uma sociedade em permanente processo de mudança? Como não se perder nesse oceano de informações? O que ensinar hoje que não perca sua validade daqui a poucos anos? Em como resposta devemos aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. E para cada uma destas aprendizagens apresenta-se, a seguir, alguns detalhes para auxiliar no planejamento das atividades com crianças, jovens e adultos, incluindo as competências mínimas que o educando deve desenvolver, num compromisso mutuo entre educador e educando .

2 – OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

2.1 – APRENDER A CONHECER

Todo conhecimento produzido pela humanidade torna-se patrimônio de todos, e é um dever ético todo individuo ter a possibilidade de apropriar-se dele. E ao se apossar da herança cultural, dos conhecimentos criados e transformados pelas diferentes sociedades e gerações, a criança e o jovem compreende melhor o mundo que o rodeia. A escola é um trabalho privilegiado para trabalhar o conhecimento, pois o trata de forma organizada e intencional, não querendo dizer com isso que outros espaços educativos não possam contribuir muito para ampliá-lo.

Para isso a educação deverá criar formas para que a escolaridade tenha seu tempo prolongado. Ou seja, que o adulto, após concluir seus estudos possa prosseguir com vontade de fazer novos cursos, pesquisas, etc…, Fazendo-o perceber que o aumento do saber o faz compreender melhor o ambiente, sob os seus diversos aspectos, com isso ser mais critico e atualizado. A preocupação da educação não deve ser apenas com o conhecimento em si, mas em proporcionar aprendizagem de como adquirir esse conhecimento, para que ele possa ocorrer em qualquer situação ao longo da vida. O importante não é mais a quantidade das informações acumuladas, ms saber selecioná-las e refleti-las a fim de buscar soluções necessárias ao longo da vida.

É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção, permanente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. O aluno aprende a conhecer quando adquire as competências necessárias a compreensão. Aprender a conhecer é o mesmo que aprender a aprender: o aluno não apenas recebe passivamente o conhecimento do professor, mas, com o auxilio deste, adquire o domínio dos instrumentos de recepção do conhecimento. Isto é, o aluno constrói o conhecimento enquanto o professor libera a capacidade de auto aprendizagem do aluno.

Segundo o teólogo e educador Kierkegaard: “o educando, com a ajuda do educador, adquire a consciência real do que ele sabe, do que ele não sabe e do que ele pode ou não pode saber”. Nesse contexto, a aprendizagem acontece por meio da conduta ativa do aluno, que aprende quando faz alguma coisa e não simplesmente por ver o professor fazendo.

Uma maneira de tratar desses conteúdos é escolhendo um tema geral, que possa ser organizado na forma de um projeto de trabalho, com a participação de educadores e educandos. Juntos, devem se organizar para levantar os conhecimentos a serem adquiridos, as formas de fazer esse levantamento, de registrar as descobertas e de partilhar o que foi aprendido. A pesquisa oferece a oportunidade de aprender a se orientar diante das diferentes informações disponíveis e a selecionar as mais adequadas para aquilo que querem conhecer. Para Miguel de Unamuno: “Ler muito é um dos caminhos para a originalidade; uma pessoa é tão mais original e peculiar quanto mais conhecer o que disseram os outros”.

2.1.1 – O VALOR DO CONHECIMENTO

Muitas vezes os educandos agem como se já soubessem a importância que o conhecimento tem na vida das pessoas e das sociedades. Embora essa valorização esteja presente na fala de algumas pessoas, ela precisa ser aprofundada por meio de argumentos convincentes e experiências/vivências de transformação pessoal pela ampliação do conhecimento. Tal é a importância do conhecimento no dias de hoje que alguns historiadores chamam esta época de era do conhecimento. Os espaços educativos estarão contribuindo neste sentido ao criarem condições para que se conheça o significado e a origem das tradições e costumes de sua comunidade. Segundo Bernardo Toro: “Podemos definir o saber social como o conjunto de conhecimentos, práticas, destrezas, procedimentos, valores, símbolos, ritos e sentidos que uma sociedade julga validos para sobreviver, conviver e projetar-se”.

2.2 – APRENDER A FAZER

Se analisarmos bem se chega a conclusão que aprender a conhecer e aprender a fazer estão muito próximos ou até indissociáveis. Porém, aprender a fazer tem maior referencia com a formação profissional. As exigências de uma sociedade em constante transformação não estão limitadas à simples capacitação técnica. Neste mundo em que vivemos, cheio de desigualdades e de conflitos não basta formar profissionais. É preciso formar cidadãos, pessoas que tenham potencialidades e que sejam capazes de transformá-las em ações.

As habilidades físicas estão sendo substituídas pelas habilidades cognitivas, já que cada vez mais as maquinas estão automatizadas e o homem está no comando delas. Não podemos mais preparar alguém simplesmente para uma atividade especifica, porque a todo momento as coisas evoluem, por isso é necessário o preparo para a inovação, a solução de conflitos, a relação entre as pessoas, saber trabalhar em equipe. Aprender a fazer não pode, portanto continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo fabricar no fabrico de alguma coisa. Como conseqüência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser considerada como simples transmissão de praticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar.

2.2.1 – DA NOÇÃO DE QUALIFICAÇÃO À NOÇÃO DE COMPETÊNCIA

E numa releitura o autor nos mostra o qual é importante a competência pessoal, principalmente na industria, com os operadores e técnicos. Na industria atual as tarefas físicas estão sendo substituídas por tarefas mais intelectuais e mais mentais, neste sentido é preciso sempre ter uma perfeita combinação entre qualificação, comportamento social, sentido de equipe e capacidade de iniciativa. Segundo Delors “para os dirigentes empresariais, as qualidades do saber ser se juntam ao saber e ao saber fazer”.

2.3 – APRENDER A CONVIVER

Num mundo cheio de competitividade e de preconceitos que geram uma violência que devem ser combatidas pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental, conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversidade. A melhor maneira de resolver esses conflitos seria proporcionar formas de buscar projetos objetivos em comum, através da cooperação, pois assim de confrontar forças opostas, soma-se à diversidade para fortalecer as construções coletivas. Este é um importantíssimo aprendizado no mundo atual, por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreender os outros, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

E ai a educação tem um papel importantíssimo, e um grande desafio, já que a opinião publica toma conhecimento através dos meios de comunicação. Para Delors “cabe a educação para trabalhar na mudança deste quadro desde a simples idéia de ensinar a não violência, o não preconceito, etc…”. Se desejamos realmente construir uma sociedade mais justa e que ofereça iguais oportunidades para todos, podemos fazer do nosso trabalho como educadores uma ferramenta útil pra o exercício da democracia, envolvendo educandos, familiares e outros agentes sociais e dividindo responsabilidades. Participar se ensina e se aprende, e aprende-se a participar, participando.

As disciplinas mais adaptadas para este fim são: geografia humana a partir do ensino básico e as línguas e literaturas estrangeiras nos cursos posteriores. Assim o professor não deve ter regras que mantenham a curiosidade dos alunos, s assim o fizer estará prejudicando-os para a vida inteira, pois não aceitarão pessoas de outro grupo ou nações. A educação formal deve iniciar os alunos em programas onde haja o cooperativismo. Importante é que sempre haja um bom relacionamento entre professor e aluno, onde ambos resolvam os conflitos. Outro fator a considerar é o papel do educador em relação à língua oral, pronunciando bem as palavras, buscando utilizar riquezas de vocabulário, entonação e ritmo, estimulando o aluno a fazer o mesmo.

2.4 – APRENDER A SER

Aspecto essencial da educação, este pilar integra os anteriores, pois pretende ultrapassar a visão puramente instrumental da educação, considerando-a como a realização da pessoa em sua totalidade: corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. É um aprendizado que se inicia com o nascimento e que se desenvolve por toda a vida, começando pelo conhecimento de si mesmo, do mundo que o rodeia, para se abrir ao relacionamento com o outro de maneira responsável e justa.

É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e critico, imaginação, criatividade, iniciativa e desenvolvimento integral da pessoa em relação à inteligência. A educação deve contribuir a formação integral do ser humano, em todos o seus aspectos, é importante que todos tenham oportunidades de desenvolver seus talentos pessoais, estimulo as artes e imaginação criadora são fundamentais para a formação da autonomia.

Portanto a educação deve preparar os alunos para possíveis descobertas e de experimentação. Segundo Delors “O desenvolvimento tem por objeto a realização completa do ser humano, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expressões e dos seus compromissos”.

5 – CONCLUSÃO

Neste trabalho pude perceber que todos os materiais pesquisados me levaram a compreender ainda mais a ligação entre educação e individuo, pôr ser um assunto atual e importantíssimo, onde pude presenciar um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que ao crescer, faz com que a sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a esta urgência nacional. Porém tudo isto leva a me perguntar o porque tudo que se fala e tudo o que se conclui não é posto em pratica? Pois, já é tempo de arregaçarmos as mangas e contribuir para a alteração deste quadro atual da educação que parece que está sem futuro. Temos mterial e temos idéias que podem muito bem reverter este pobre e triste quadro, portanto basta irmos a luta colocando em pratica os estudos e projetos para a modernização da educação, devemos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão critica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, falar pouco e ter muita ação, lutar por uma sociedade cada vez mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da Educação, caso não façamos isso não conseguiremos um desenvolvimento, e seremos para sempre um país subdesenvolvido.

REFERÊNCIAS

CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, ONG: parceria da escola, Coletânea Educação e Participação, 4 ed. São Paulo: CENPEC, 2001.

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