Autoria: João Carlos
As Pessoas e as Organizações
As Pessoas
As pessoas são dotadas de características próprias de personalidade, individualidade, aspirações, valores, atitudes, motivações e objetivos individuais. E também de habilidades, capacidades, destrezas e conhecimentos necessários para a tarefa organizacional.
O comportamento humano em uma organização é influenciado por fatores internos e externos. Os fatores internos são decorrentes de suas características de personalidade, como capacidade de aprendizagem, de motivação de percepção do ambiente, de atitudes, de emoções, de valores, etc. Os fatores externos decorrem das características organizacionais, sua política interna, da coesão grupal, das relações interpessoais, etc.
Dentre os fatores externos que influenciam o comportamento das pessoas podemos incluir:
Pressões do chefe;
Influências dos colegas de trabalho;
Mudanças na tecnologia;
Programas de treinamento e desenvolvimento;
Condições ambientais, tanto físicas (luz, calor, etc.) quanto sociais (de relações interpessoais).
Segundo Porter, Lawler e Hackman (in Behavior in organizations) o comportamento humano apresenta as seguintes características:
O homem é pro ativo: seu comportamento é orientado para a satisfação de suas necessidades pessoais e para o alcance de seus objetivos e aspirações, assim reagem a seu ambiente. As pessoas podem tanto resistir quanto colaborar com as políticas e os procedimentos da organização dependendo das estratégias de liderança adotadas por algum supervisor.
O homem é social: nos grupos os indivíduos procuram manter sua identidade e seu bem estar psicológicos, muitas vezes usando seus relacionamentos com outras pessoas para obter feedback sobre si e sobre o ambiente em que vivem.
O homem tem diferentes necessidades: os seres humanos são motivados por grande diversidade de necessidades, que estão em permanente modificação.
O homem percebe e avalia: a experiência do indivíduo com seu ambiente é um processo ativo, porque seleciona os dados dos diferentes aspectos do ambiente, avalia-os em termos de suas próprias experiências passadas, em função daquilo que está experimentando em termos de suas próprias necessidades e valores.
O homem pensa e escolhe: o homem pode ser analisado em termos de planos comportamentais que escolhe, desenvolve e executa para lidar com os estímulos com que se defronta e para alcançar seus objetivos pessoais.
O homem tem limitada capacidade de resposta: apesar de o comportamento humano ter uma grande variabilidade, sua capacidade para desempenhar de acordo com o que pretende é limitada.
A Interação
Sabemos que as pessoas criaram as organizações para alcançarem objetivos que separadas não conseguiriam, mas a medida que as organizações crescem e tornam-se complexas seus objetivos organizacionais tornam-se cada vez mais distantes dos objetivos individuais dos seus participantes. Este distanciamento pode levar a um conflito entre os indivíduos e as organizações.
O relacionamento indivíduo x organização nem sempre é um relacionamento cooperativo e satisfatório. O conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos que individualmente cada participante pretende alcançar às vezes leva à um relacionamento tenso e conflitivo.
Quanto mais rígida e formal for a organização mais conflitos haverá entre os objetivos organizacionais e individuais, pois menos chance terá o indivíduo de criar, demonstrar responsabilidade e competência. É função da organização integrar os objetivos individuais e organizacionais, pois o homem é recurso indispensável e inestimável à ela. Enquanto o homem traz habilidades, conhecimentos, capacidades e aptidão para aprender; a organização deve impor responsabilidades, algumas definidas outras indefinidas; algumas dentro ou abaixo de sua capacidade atual,, outras demandando aprendizagem a médio ou longo prazo, mas sempre com desafio.
O Contrato
O conceito de contrato surgiu na Psicologia de grupo, a vida é uma série de acordos e pactos (contratos) que as pessoas mantêm consigo e com os outros. O contrato torna-se um meio utilizado para a criação e troca de valores entre as pessoas.
Todo contrato apresenta dois aspectos:
Contrato formal e escrito: com relação ao cargo a ser ocupado, ao conteúdo do trabalho, ao horário, ao salário, etc.
Contrato psicológico: o que a organização e o indivíduo esperam ganhar com o novo relacionamento.
O contrato psicológico refere-se à expectativa recíproca tanto do indivíduo quanto da organização estender-se muito além de qualquer contrato formal de emprego que estabeleça o trabalho a ser realizado e a recompensa a ser recebida. É importante que tanto a organização quanto o indivíduo explorem os dois aspectos do contrato e não apenas o formal.
A relação organização/indivíduo deve ser uma relação de reciprocidade. As pessoas formam uma organização porque esperam que sua participação satisfaça algumas necessidades pessoais. Para obter essas satisfações, as pessoas estão dispostas a incorrer em certos custos ou a fazer certos investimentos pessoais (esforços) na organização, pois esperam que as satisfações de suas necessidades pessoais sejam maiores do que os custos e avaliam suas satisfações esperadas e os custos por meio de seus sistemas de valores. Ao mesmo tempo, a organização espera que a contribuição de cada indivíduo ultrapasse os custos de ter pessoas na organização. Nesse intercâmbio de recursos se desaparecer ou diminuir o sentimento de reciprocidade, ocorre uma modificação dentro do sistema.
O Equilíbrio Organizacional
O equilíbrio organizacional reflete o êxito da organização em “remunerar” seus integrantes com incentivos (salários, benefícios, prêmios, oportunidades de crescimento, segurança, reconhecimento, etc.) adequados e motivá-los para continuar fazendo contribuições (trabalho, esforço, dedicação, pontualidade, assiduidade, lealdade, etc.) à organização garantindo com isso sua sobrevivência e eficácia.
Questões:
Porque existe um potencial conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais?
O que você entendeu por contrato psicológico?