O crescimento turístico intensificou-se nas últimas décadas, tornando-se foco do estudo de especialistas das áreas econômicas, sociais, culturais, políticas e educacionais.
Este trabalho, em reconhecimento à importância de um planejamento, fornece uma visão geral e concisa do desenvolvimento teórico para o setor turístico.
Os fatores de demanda são os mercados de turismo internacional e domestico que utilizam atrativos, equipamentos e serviços turísticos. Os fatores da oferta compreendem atrativos e atividades turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços. Os atrativos são os aspectos característicos do local e seus respectivos diferenciais turísticos e todas as atividades desenvolvidas em função deles. Os fatores da oferta turística em conjunto podem ser denominados produto turístico.
O planejamento é um processo de estabelecer objetivos e as linhas de ação adequadas para alcançá-los, que inclui a determinação de objetivos, formulação de estratégias, políticas, planos operacionais e tomada de decisão.
As empresas para obterem um bom planejamento necessitam refletir sobre a situação da empresa onde se encontram nesse exato momento da economia, e para onde querem chegar, utilizando o diagnóstico da situação atual, a determinação da estratégia e recursos, pesquisa de viabilidade e objetivos.
O planejamento se mantém vivo quando os empregados estão envolvidos na determinação de metas e na elaboração de planos para atingir essas metas.
“Para planejar qualquer coisa é preciso olhar de fora, ter uma visão global do problema a ser resolvido ou do objetivo a ser alcançado; adotando procedimentos que procuram conciliar as necessidades do desenvolvimento econômico com propostas socialmente justas e ecologicamente equilibradas”.
O planejamento é uma atividade que envolve a intenção de estabelecer condições favoráveis para alcançar os objetivos propostos. Ele tem por objetivo de manter as facilidades e serviços para que uma comunidade atenda seus desejos e necessidades, ou, então, o desenvolvimento de estratégias que permitam a uma organização comercial de visualizar as oportunidades de lucros em determinados segmentos do mercado.
Entende-se o planejamento como um processo que consiste em determinar os objetivos de trabalho, ordenar os recursos materiais e humanos disponíveis, determinar os métodos e as técnicas aplicáveis, estabelecer as formas de organização e expor com precisão todas as especificações necessárias para que a conduta das pessoas ou do grupo de pessoas que atuarão na execução dos trabalhos seja racionalmente direcionada para alcançar os resultados pretendidos, e no turismo, o plano de desenvolvimento constitui o instrumento fundamental na determinação e seleção das prioridades para a evolução harmoniosa da atividade, determinando suas dimensões ideais, para que, a partir daí, possa-se estimular, regular ou restringir sua evolução.
O planejamento deve ter por finalidade fomentar o turismo, visando a melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Deve, portanto, buscar a geração de renda e de empregos para a população local. Outra finalidade deve ser a preservação do patrimônio turístico a partir de um modelo de desenvolvimento sustentado.
Se levarmos em conta estas premissas, o planejamento turístico poderá sair da gaveta e constituir-se em um grande instrumento do desenvolvimento das localidades.
O turismo não pode organizar-se e desenvolver-se sem que haja planejamento e definição de objetos a serem alcançados. O Secretário Executivo do Conselho do turismo do Conselho Nacional do Comercio (CNC) foi muito feliz quando afirmou:
“É certo que, como em outros setores de atividade, a dinâmica operacional do turismo não pode parar, depende de planejamento e marketing. Planejar para assegurar no futuro a posição conquistada, interligando a situação presente e sua evolução, criando condições novas para aspirações maiores, objetivos, meios e métodos para atingir metas mais ambiciosas. O ciclo atual de massificação do turismo é ideal para essa acomodação se serviços e facilidades que atraiam consumidores criem apelos para a conservação de mercados, evitando a fuga de viajantes para outros destinos.’’
O desenvolvimento sustentável quer dizer algo que pode se sustentar. A partir daí, foram surgindo novas nomeações e projetos baseados em fazer turismo. Sem uma devida organização e preocupação, os impactos sobre o meio ambiente, começaram a aparecer e com o passar dos tempos os mesmos foram objeto de estudos e então começaram a ser pesquisados em início da década de 1980 e, também, por falta de conhecimento da complexa relação do turismo com o meio ambiente e a falta de coordenação entre a política de desenvolvimento e a política ambiental houve um descaso onde a conservação ambiental era vista como oposição à política de desenvolvimento.
Desenvolvimento sustentável, portanto, é uma política que visa salvaguardar o ambiente e a qualidade de vida na comunidade regional, por conseqüência, um desenvolver econômico e ecologicamente sustentável, onde a conservação e preservação ambiental são meta que garante às gerações futuras, empregos, distribuição de renda; enfim, melhoria de vida em seu sentido mais amplo, ou seja, no planeta.
Assim, o turismo que estará sendo feito será sustentável, pois vem promovendo um desenvolvimento sustentável para a população receptora, para os turistas e para os empreendedores.
Por isso é certo constatar que se deve tomar cuidado com a natureza de maneira geral, pois as pessoas também fazem parte dela.
Os fatores de demanda são os mercados de turismo internacional e doméstico que utilizam atrativos, equipamentos e serviços turísticos. Os fatores da oferta compreendem atrativos e atividades turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços. Os fatores da oferta turística em conjunto podem ser denominados produto turístico.
Não devemos acreditar em demanda espontânea, nem aceitar a idéia de que a oferta cria a demanda.
Após a decisão política de organizar turisticamente uma região, três linhas de ação devem acompanhar o desenrolar das atividades implantadas no local. Essas três linhas referem-se a três campos de ação:
Reúne todas as decisões provenientes dos setores público e privado sobre as ações que deverão ser tomadas para criar atrativos turísticos no local.
A linha das decisões trata de:
– definir as regiões da localidade que são de interesse turístico;
– estabelecer os tipos de turismo que podem ser praticados na região;
– estabelecer a legislação básica para controlar e estimular a exploração dos recursos turísticos;
– estabelecer condições mínimas para a instalação de equipamentos turísticos;
– exigir o emprego de mão-de-obra especializada para prestar serviços turísticos;
– criar isenções, estímulos fiscais e financeiros para os investidores;
– estabelecer o relacionamento com outras entidades turísticas nacionais e internacional;
– orientar as obras de infra-estrutura urbana necessárias para atender ao interesse turístico;
– organizar ações para valorizar o patrimônio histórico, artístico, monumental e natural;
– definir os limites da participação do poder público e da iniciativa privada;
– promover as alterações nos planos para acompanhar as tendência do mercado, o estilo de vida dos turistas, suas necessidades e preferências;
– converter o turismo numa atividade empresarial como qualquer outra;
– adaptar o produto turístico local as exigências do turista atual;
– cuidar da preservação do ambiente natural;
– racionalizar a infra-estrutura;
– conseguir um turismo de maior qualidade a fim de atrair turistas de maior poder aquisitivo;
– aumentar a temporada da atividade turística local. Fazer com que os turistas permaneçam mais tempo visitando a região;
– diversificar as atividades turísticas e econômicas da zona de atração;
– estender os negócios turísticos para as outras regiões vizinhas;
– formar profissionais para trabalhar no setor;
– fazer a população lucrar com o desenvolvimento turístico;
– controlar os canais de distribuição dos serviços e produtos consumidos pelos turistas;
– utilizar os fatores culturais como fatores de diferenciação;
– buscar ou criar um atrativo específico da zona turística;
– diferenciar e diversificar a oferta turística do local.
É essencial que os residentes da comunidade estejam envolvidos nas tomadas de decisões e na gestão do turismo, em termos de planejamento e desenvolvimento. Deve-se levar em conta também determinados aspectos para elaborar um plano de desenvolvimento turístico, a saber:
– é preciso refletir sobre aquilo que pode chamar a atenção do turista sobre o local que quer ser promovido;
– deve, no mínimo, haver alguns aspectos do lugar a ser visitado que o diferenciem do que se encontra na vida cotidiana, isto é, o turista procura locais diferentes da cidade em que vive;
– cada cidade precisa, cada vez mais, aparecer como um lugar inovador, excitante, criativo e seguro onde o turismo possa viver, divertir-se e consumir;
– o crescimento do turismo em países em desenvolvimento não decorre apenas de processos internos inerentes a essas sociedades. Esse desenvolvimento é resultado de várias condições externas como:
– mudanças tecnológicas que ocorrem no mundo;
– cadeias de hotéis que crescem em escala mundial;
– novas agências de viagens que surgem em escala mundial;
– esforço de difundir o turismo de massa;
– encantamento cada vez maior que ocorre no mundo desenvolvido com a cultura de sociedades menos desenvolvidas (lugares exóticos);
– turista é um colecionador de visitas a novos lugares;
– turista desperta sua atenção para aquilo que é extraordinário e digno de ser visto;
– os serviços fornecidos aos turistas devem possuir qualidades que correspondam a suas expectativas;
– os serviços turísticos devem atender aos interesses dos turistas;
– local de interesse turístico deve dispor, no mínimo, de uma indústria de hospitalidade (transporte, hospedagem,alimentação e diversão);
– a alta qualidade da mão-de-obra empregada no turismo é condição mínima para seu desenvolvimento.
Manter o setor dotado dos recursos financeiros e técnicos suficientes para continuar investindo nos projetos já existentes e nos futuros. Essa linha trata da obtenção e aplicação dos recursos financeiros e técnicos que são utilizados na implantação e manutenção das atividades turísticas na localidade. Há indicação de crescimento da atividade quando as duas linhas externas de decisões e a de recursos financeiros – afastam-se cada vez mais uma da outra.
Conforme vão-se afastando, crescem os investimentos em hotéis, restaurantes, empresas de serviços (agências de viagens, de eventos, centros de informações, marinas etc.), na infra-estrutura urbana, nas lojas comerciais com produtos de interesse dos turistas, nas empresas de transporte turísticos, nos divertimentos em geral, nos centros de convenções e no marketing turístico.
Em todas as situações, o planejador deve cuidar para que o desenvolvimento do turismo seja sustentável, isto é, sem degradação dos recursos ecológicos, sócio-culturais e econômicos.
O ambiente é a base dos recursos naturais e culturais para atrair turistas.
A EMBRATUR possuem em sua estrutura organizacional uma coordenação de apoio aos municípios brasileiros que têm interesse organizar turisticamente.
O objetivo do projeto de municipalização do turismo da EMBRATUR resume-se em conscientização e sensibilização da comunidade quanto à importância da atividade turística como fator econômico-social.
Neste projeto não há repasse de recursos para município, só repasse de conhecimento. A etapa seguinte é elaboração de plano municipal de turismo”.
Além dos crescentes benefícios econômicos, o turismo traz benefícios sociais, ampliando o mercado de trabalho e melhorando a infra-estrutura de lazer. Por este último, são beneficiadas crescentes faixas da sociedade brasileira que participam do turismo, como também os moradores das regiões turísticas.
Ao contrário da indústria, o produto turístico não vai ao consumidor mas o consumidor vai ao produto, e este consiste de um conjunto de serviços cuja qualidade é altamente dependente de fatores externos, como da qualidade de infra-estrutura urbana e do meio ambiente. Esta característica do produto turístico torna, portanto, necessário o seu planejamento à nível de pólo turístico (Município ou Micro – região). A somatória de atrativos naturais e culturais locais fornecem uma diversificação de produtos turísticos dos mais importantes do Brasil.
A existência de um plano que balize e oriente a ação governamental e dos agentes privados é uma condição necessária para a desconcentração geográfica e temporal dos fluxos turísticos, para a preservação do patrimônio turístico (natural e cultural), para a maximização dos benefícios econômicos e sociais do Estado e para viabilizar a exploração de novos segmentos do mercado.
A tarefa de planejamento só será eficiente, na medida em que integrar na sua implementação, a soma dos setores envolvidos no processo: Estado, Municípios e comunidade. Ao mesmo tempo, o planejamento turístico, deve formar parte da estratégia global de planejamento estadual, integrando-se com os outros setores que planificam o seu desenvolvimento sócio-econômico, desenvolvimento este que procura o aproveitamento racional do potencial natural e cultural do Estado, a preservação ambiental, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida da população e uma distribuição mais equilibrada dos benefícios.
O turismo depende de várias ciências que o formam e o auxiliam, sem um estudo interdisciplinar da atividade, sem a integração e o apoio de órgãos competentes, fica difícil despertar futuros interesses.
O Brasil por ser um país subdesenvolvido, enfrenta algumas dificuldades para crescimento e desenvolvimento da atividade turística em seu território. Não somente o Brasil, mas qualquer país que sua população não possua um mínimo de condições básicas de vida não conseguirá se firmar entre os países principais de entrada de turistas, mesmo possuindo vários atrativos naturais (nos países subdesenvolvidos há uma exploração basicamente dos atrativos naturais devido às condições de vida de suas populações, já que os demais atrativos não são explorados por falta de consciência e qualificação profissional).
Referência Bibliográfica:
BARRETO, Margarita. Planejamento e organização em Turismo. São Paulo: Papirus, 1999.
Revista Turismo
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