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terça-feira, dezembro 24, 2024

Privatização do Banco Banespa

INTRODUÇÃO

Neste trabalho iremos abordar o tema privatização, mais especificamente do grupo Banespa, porem antes de iniciarmos a apresentação , vamos esclarecer o que é privatização . A privatização ocorre quando o governo vende empresas estatais para a iniciativa privada (empresas nacionais, grupos de investimentos, multinacionais). Desta forma a empresa torna-se privada. Geralmente, a privatização ocorre quando uma empresa estatal não está gerando os lucros necessários para competir no mercado ou quando ela passa por dificuldades financeiras. No Brasil, na década de 1990, várias empresas estatais foram privatizadas, como, por exemplo: Telesp, Companhia Vale do Rio Doce, Banespa entre outras. A privatização ocorreu e está ocorrendo em diversos países do mundo, pois é uma das características do mundo globalizado em que vivemos.

DESENVOLVIMENTO:

As transformações pelas quais o mundo do trabalho passou dos anos 90 para cá atingiram em cheio a categoria dos bancários.

Um dos fatores que mais influenciou a degradação do trabalho bancário foi a chegada dos gigantes estrangeiros no setor.

Dados de 2001 da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) já informavam que de 1990 até aquele ano o setor financeiro registrara 176 negócios, dos quais 56% com participação de capital estrangeiro. O início da atual década registrou a maior aquisição de um banco público no Brasil, com a venda do Banespa para o banco espanhol Santander.

O processo de reestruturação implementado no sistema financeiro na década de 90 provocou uma perda expressiva de ocupações no setor; as fusões e aquisições que proliferaram naquela década, em conjunto com as inovações tecnológicas, resultaram em um enxugamento intenso dos empregos como forma de reduzir os gastos totais, e, em particular, as despesas de pessoal. A privatização do Banespa é um caso emblemático(figurado).

Nele, os administradores do banco justificaram os desligamentos com a necessidade de adequação da estrutura de custos e enfoque na nova estratégia de atuação; ou seja, demissões de funcionários antigos para contratar funcionários novos com salários inferiores. Em 2002, o Banespa atingiu o menor estoque de emprego da sua história; contando com 13.722 funcionários. No ano seguinte, o Santander iniciou novas contratações e fechou o ano de 2006 com 23.355 funcionários, superando o número que havia no ano da privatização, que era de 22.235.

• O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou um estudo que mostra em detalhes como as fusões e aquisições ocorridas nos últimos anos provocaram milhares de demissões no setor bancário, “como forma de reduzir os gastos totais, e, em particular as despesas de pessoal”.

“O documento chega num momento importante, quando a categoria luta para que a fusão entre o Santander e o ABN não traga como conseqüência novas demissões protagonizadas pelo Santander. Os bancos falam muito em responsabilidade social, mas não pensam duas vezes na hora de colocar pais e mães de família na rua, apesar dos fantásticos lucros que registram todos os anos”, destaca o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, lembrando da importância da ratificação, pelo governo brasileiro, da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas.

Um dos casos lembrados no estudo é o da privatização do Banespa. O banco passou por dois processos de demissões: um anterior à venda, entre 1992 e 1999, quando 17.052 empregos foram eliminados, e o segundo em 2001, um ano após a venda para o Santander, com o programa de demissão voluntária que contou com a adesão de 8.300 funcionários. Como conseqüência, em 2002, o Santander contava com apenas 13.722 bancários, contra mais de 37.000 em 1992.

O governo ficou satisfeito em vender o Banespa por R$ 7,050 bilhões, com ágio de 281,02%. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmou que o Santander, que comprou a instituição paulista, deu um exemplo de confiança no Brasil. “Temos um futuro que vamos conquistar com a ajuda dos que acreditam no País”, disse Fraga. De acordo com Fraga, a venda do Banespa é “um marco na nossa história” e “confirma a visão de longo prazo no País.” .

Na mesma linha, o secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, declarou que o valor pago pelo Santander para a compra do Banespa indica que os investidores estrangeiros têm uma boa perspectiva sobre o Brasil. Segundo Barbosa, a privatização do Banespa representou um ganho tanto para o comprador quanto para a sociedade. “A venda do Banespa foi uma vitória do contribuinte”.

Porem nem todos tem essa mesma visão, mostrando que como qualquer privatização existem pontos positivos e negativos: O Santander é um banco com sede oficial na Espanha, originário da região basca, controlado pelo Bank of Scotland e, portanto, associado ao grupo Inter Alpha, dirigido pela família real britânica. A mesma que faz arrancar do território brasileiro as zonas mais ricas em minérios do mundo, situadas em Roraima e outros estados do norte, a pretexto de serem áreas indígenas.

O Santander é o banco com maiores problemas na Espanha, e os prejuízos dele agravam a crise da City de Londres, onde, proporcionalmente, as intervenções com dinheiro dos contribuintes para salvar bancos que deveriam falir, superam as efetuadas nos EUA.

O Santander, que paga as palestras de FHC aqui e no exterior, foi o beneficiário da escandalosa privatização com a qual a União transferiu a propriedade do BANESPA, o maior banco estadual do mundo, àquele braço da oligarquia financeira mundial. O mesmo Santander comprou as operações do ABN-AMRO (holandês), que adquirira, há tempos, o Banco Real, no Brasil.

Sob FHC, a União entregou o BANESPA ao Santander nas condições mais vergonhosas que se possa imaginar, depois de o ter federalizado e de nele gastar mais de 20 bilhões de reais em pretenso “saneamento”. As privatizações dos bancos estaduais envolveram empréstimos do Tesouro Nacional aos tesouros estaduais através do Banco Central e do Programa Especial de Reestruturação dos Bancos Estaduais (PROES).

Essas operações até 2000 custaram cerca de US$ 48 bilhões (6% do PIB da época), e os empréstimos não foram pagos, a não ser na parte convertida em dívida dos estados com a União, ficando, de qualquer forma, o prejuízo para o erário público. Não bastasse isso, o BANESPA, além de recursos em caixa, e de fabuloso patrimônio, tinha créditos fiscais a receber de R$ 2,9 bilhões.

No final de 2000, sob os ridículos pretextos de que “graves lesões às ordens econômica e pública” poderiam resultar da suspensão e de que a avaliação do BANESPA estaria correta, o ministro Carlos Velloso, então presidente do STF, cassou as liminares que suspendiam a privatização, não obstante grosseiras inconstitucionalidades e irregularidades, inclusive o preço mínimo para o controle absurdamente subestimado. Os avaliadores foram o Banco Fator, laranja de bancos estrangeiros, e o Consórcio Booz-Allen, empresa de consultoria norte-americana.

O preço foi R$ 1,85 bilhão, equivalente hoje ao lucro em quatro meses. Ademais, os regulamentos das privatizações permitem o pagamento em títulos podres. Houve ágio inusitado de 281%, mas os “compradores” recebem créditos fiscais em quantia equivalente ao ágio.

CONCLUSÃO:

Todas privatizações tem seus aspectos positivos e negativos:

Positivos:

• concorrência
• o governo não precisa fazer esses investimentos, já que a responsabilidade é da empresa privada 
• evolução tecnológica.

Negativos:

se o governo não controlar essas empresas pode haver um monopólio e sem qualquer controle de preço a empresa privada dita a regra, e também que os países em desenvolvimento raramente tem empresas que investirão na privatização ocorrendo o surgimento de varias empresas multi nacionais, fazendo assim que o pais não tenha uma tecnologia própria

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