Palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
Pronome substantivo X pronome adjetivo
Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal.
pronome substantivo – substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)
pronome adjetivo – acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)
Observação
Os pronomes pessoais são sempre substantivos
Pessoas do discurso
1a pessoa – aquele que fala, emissor
2a pessoa – aquele com quem se fala, receptor
3a pessoa – aquele de que ou de quem se fala, referente
Tipos de pronomes:
•pessoal
•possessivo
•demonstrativo
•relativo
•indefinido
•interrogativo
Pessoal
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.
Ex.: A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.
Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.
Observação: Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.
Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2a pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa
Observação: também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.
Emprego
as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas)
em pouco uso, porém vigente, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim)
o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal
o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando)
você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa
as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.
quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos
eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer)
pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles)
me, te, se, nos, vos – podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos – podem ter valor reflexivo e recíproco
si e consigo – têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa
conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou or. adjetiva)
os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus)
não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui)
os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos)
alguns pronomes átonos são partes integrantes de verbos como suicidar-se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se etc.
pode-se usar alguns pronomes oblíquos como expressão expletiva (Não me venha com essa)
Observação
as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em separado
Possessivo
Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.
Emprego
normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase
seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa – casa de quem?)
pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos), posse figurada (“Minha terra tem palmeiras”), valor de indefinição = algum (Tenho cá as minhas dúvidas!)
nas expressões do tipo “Seu João”, seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor.
Demonstrativo
Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.
Mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo.
Emprego
uso dêitico, indicando localização no espaço – este (aqui), esse (aí) e aquele (lá)
uso dêitico, indicando localização temporal – este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago)
uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito – este (novo enunciado) e esse (retoma informação)
o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence)
tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a “aquele”, “idêntico” (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa)
como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado)
pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco)
podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite)
nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de “então” ou “nesse momento” (Nisso, ela entrou triunfante – nisso = advérbio)
Relativo
Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.
São eles que, quem e onde – invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).
São chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde)
Emprego
o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não)
como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)
quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos
quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição
cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo.
Indefinido
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.
Emprego
algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema)
cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma)
alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários)
bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim)
o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje)
existem algumas locuções pronominais indefinidas – quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc.
todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ? Toda a cidade parou para ver a banda)
Interrogativo
São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3a pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)
Observação
há interrogativos adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?)