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terça-feira, novembro 5, 2024

Saber Ouvir

OUVIR é uma das mais importantes ferramentas de comunicação.

Você é capaz de repetir o que as outras pessoas lhe disseram?

Você já ouviu você mesmo?

Muitos ouvem o que querem ouvir, não o que o outro está tentando dizer. Muitos levantam seus filtros internos e sua vivência e interpretam o dizer dos outros, ainda enquanto a pessoa tenta se expressar à sua frente.

Você tem que exercitar o ouvir, o que estranhamente não tem academia para desenvolver a “musculatura do ouvido”, nem tampouco é ensinado na escola com a importância que é devida.

O ouvir é imprescindível para o seu, o meu, para o desenvolvimento e sucesso pessoal de todos, seja lá o que for que você esteja fazendo dentro do mercado de trabalho, nesta sociedade.

Há um dístico popular que diz termos dois ouvidos, e somente uma boca, pois devemos ouvir duas vezes mais do que falamos …

Mas saber ouvir envolve a humildade, a humildade de captar o que a outra pessoa está dizendo para nós, baseado na experiência única de vida que ela – e cada um de nós – temos! E há que se ter humildade para poder entrar no universo do interlocutor, sem preconceitos, e sorver as suas palavras, recheadas dos seus sentimentos únicos, da sua vivência ímpar.

A pena da falta de humildade é interpretar o que os outros dizem sob o enfoque da nossa vivência, dos nossos sentimentos, – e o pior, dos nossos julgamentos – e essa é inevitavelmente uma visão falsa por ser auto-centrada, por ignorar, ou no mínimo, não respeitar o direito que o outro tem de se expressar baseado nos seus sentimentos e na sua vivência.

Tão importante quanto saber falar, é saber ouvir. Muitas vezes somos traídos pela tendência de falar sem pensar. Podemos dizer que saber ouvir caminha ao lado de saber falar; sugiro agora uma pequena reflexão: quantas vezes respondemos antes que nosso interlocutor tenha concluído seu pensamento?

Quantas vezes começamos a ficar impaciente enquanto o outro procura fazer-se entender?

Quantas vezes apressamos, monopolizamos paralisamos os que tentam exprimir seus pensamentos, com a nossa expressão facial de desaprovação, invalidação, menosprezo e desqualificação?

Quantas vezes já fizemos com que o outro parasse de falar, por sentir que não adianta tentar completar seu pensamento?

Saber ouvir exige que façamos opção consciente em apreender o que se passa com o outro, de forma solidária e sem preconceitos, com o objetivo de buscarmos o
entendimento.

Perceber, reconhecer, entender, compreender, valorizar, dar atenção, respeitar… São vários nomes diferentes para um processo tão simples, mas ao mesmo tempo tão difícil de ser praticado: ouvir, de fato, o outro.

Ouvir não significa simplesmente escutar os sons da voz ou acompanhar o raciocínio do interlocutor. Significa, antes de tudo, ter paciência e tolerância para aceitar a outra pessoa como ela é, com suas qualidades e seus defeitos, crenças e emoções, com sua aparência, quer nos seja agradável ou desagradável, sem pré-julgamentos. Concordo com quem disse que esse não é um processo fácil, embora pareça tão elementar.

Vamos analisar um pouco as causas dessas dificuldades. É muito comum compararmos o mundo ao nosso próprio referencial de vida, de como percebemos o mundo, que passa a ser o “nosso mundo”. Incluem-se aí os nossos valores, conceitos e preconceitos.

Além disso, as pessoas aproximam-se pelas semelhanças e não pelas diferenças, desmistificando a crença popular de que os opostos se atraem. Se observarmos bem, antes da diferença há muita convergência, situações comuns, similaridades que atuam como facilitadoras de um processo de entendimento e consideração e a partir daí eventuais diferenças de caráter, atitudes ou comportamentos passam a configurar uma relação afetiva. Se observarmos bem, quando admiramos uma pessoa dizemos:

“Que pessoa extraordinária! Que pessoa agradável! Que pessoa simpática!” Enquanto isso, lá no fundo, um outro comentário quase imperceptível complementa … “tão parecida comigo!” Também fica fácil entender tal atitude por outra simples razão, só percebemos qualidades e defeitos nos outros quando nos chamam a atenção porque em potencial essas características existem em nós mesmos.

Se precisamos falar com o outro de verdade, primeiro é necessário querer e esse querer precisa ser um desejo, uma vontade inquebrantável que não nos fará desistir diante da primeira adversidade. Depois, devemos ter e exercitar a flexibilidade, colocando-nos no lugar do outro, empaticamente.

Aliás, empatia é isso mesmo: ajustar-se ao estilo, momento psicológico, crenças e valores do mesmo interlocutor e nessa projeção conseguir melhor entendimento.

A ARTE DE ENTREVISTAR

O que é uma entrevista? Como ela se caracteriza.

  • Ouvir deliberadamente e ativamente o outro;
  • Descobrir o que realmente a outra pessoa deseja dizer;
  • Levar a outra pessoa a responder o que perguntamos;
  • Dar a ela uma oportunidade de expressar-se livremente.

A entrevista está presente não só em pedido de emprego, mas também na família, na escola, no lazer e em qualquer diálogo.

Quando você está conversando com alguém, você deixa o entrevistado dirigir a conversação?

OUVINTE RECEPTIVO

  • Esse cara é legal;
  • Deixou-me falar;
  • Saí aliviado;
  • Fico mais leve quando alguém me ouve.

LEVAR O OUTRO A FALAR

Deixe a outra pessoa falar livremente, não fale o tempo todo. Quanto menos você fala, melhor será o caminho da entrevista;

Ouvir é muito mais que apenas não falar, significa:

  • Compreender o outro;
  • Estar interessado no que a outra pessoa está dizendo;
  • Estar ajudando o outro a comunicar-se livremente;
  • Estar favorecendo o desbloqueio de inibições à comunicação.

ANÁLISE OS SEUS SILÊNCIOS {PAUSA}

O que significa pausa na conversação?

Significa que você deu uma oportunidade ao interlocutor para falar; Você deseja o seu comentário; Você terá a oportunidade de avaliar o que ele está dizendo; Você está levando seu interlocutor a aprender a ouvir.

RECAPITULAÇÃO

Objetivos da recapitulação:

1. Mostrar que você compreende a pessoa;

2. Mostrar que você leva em consideração os seus sentimentos e entendeu os seus pensamentos;

3. Mostrar que você tem estima por ela;

4. Mostrar que, se você não entendeu o que ela disse, deu-lhe nova oportunidade para expor suas idéias;

5. Recompensar o indivíduo pela sua expressão verbal e levá-lo a agir mais eficientemente, pelo esforço.

Cuidado para não incluir palavras, expressões ou idéias que o interlocutor não disse a você, mas que você gostaria de dizer a ele. Evite dar aprovação ou desaprovação.

Exemplo: Se você está ouvindo um aluno e ele lhe diz:

– Seria capaz de dar um soco na cara do meu pai…

Você teria duas alternativas de resposta:

1. Realmente é o que você deveria ter feito.

2. Você está realmente irritado com seu pai.

No primeiro caso você estaria induzindo o aluno à agressão, na segunda resposta você ouve o que ele diz e interpreta a sua irritação.

BALÕES DE PESQUISA

Acompanhar o raciocínio do seu interlocutor para saber o ponto crítico de sua abordagem

Exemplo:

– Você me disse que seu marido tem-se mostrado indiferente.
– É isso mesmo? Quer me falar mais a respeito?

LEVE O OUTRO A DECIDIR

Aprenda a ver com os olhos dos outros.
Ajude a encontrar a melhor solução.

TRÊS ESTÁGIOS QUE O BOM OUVINTE DEVE CONHECER:

  • SENTIMENTOS: o indivíduo pretende aliviar suas tensões. Ex. Que ódio daquele cara.

  • FATOS: depois que aliviou as emoções, estará pronto para pensar em termos lógico. Ex. Agora que você desabafou, vamos conversar como dois adultos…

  • SOLUÇÕES: não precipitar-se na solução de problemas, espere os fatos amadurecerem. Dica: cuidado para não envolver-se emocionalmente com os problemas do seu entrevistado e passar a enxergar menos do que deve.

REGRAS DE OURO DO BOM OUVINTE

1. Seja receptivo ao que chega aos seus ouvidos.

2. Deixe seu corpo e mente soltos e abertos para o que vem, faça contato visual e corporal.

3. Você, sintonizado e sintonizando estes aspectos, percebendo os ouros, melhora tanto o seu ouvir, quanto o seu dizer.

4. Exercite a empatia, procure entender o que o outro fala, e como ele sente.

5. Não interprete, não julgue, não coloque em ação seus filtros internos, sua experiência e nem tão pouco seu conhecimento prévio.

6. Relaxe, e apenas ouça o que a pessoa diz.

REGRAS PARA TREINAR O ATO DE OUVIR

  • Parafraseie as principais afirmações;
  • Esclareça dúvidas ou pontos com mais de uma interpretação;
  • Verifique a validade das suas percepções;
  • Sintetize

“Eu lembro a mim mesmo toda a manhã: nada que eu disser neste dia me ensinará coisa alguma.
Portanto se eu pretendo aprender, devo fazê-lo através de ouvir.”

Larry King

Paródia inspirados na música SABER VIVER de Roberto Carlos.

SABER OUVIR

QUEM ESCUTA OS AMIGOS
NÃO ANDA NA CONTRA MÃO
NUNCA VAI FICAR MALUCO
NEM MORRER NA SOLIDÃO
É PRECISO TER CUIDADO
PRA MAIS TARDE NÃO SOFRER
É PRECISO SABER OUVIR

NUMA CONVERSA SEM SENTIDO
VOCÊ NÃO PODE SE ESTRESSAR
TEM QUE TER AUTO-CONTROLE
NUNCA DEVE SE IRRITAR
SE O BEM E O MAL EXISTEM
VOCÊ PODE ESCOLHER
É PRECISO SABER OUVIR

É PRECISO SABER OUVIR
É PRECISO SABER OUVIR
É PRECISO SABER OUVIR
SABER OUVIR
SABER OUVIR

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