Introdução.
A presente pesquisa visa apresentar de forma compacta e concatenada, porém sem perder suas peculiaridades, a respeito da Era Meiji, do Fraquismo e do Salazarismo.
Como regimes ditatoriais, destarte, se faz preciso elucidar algumas características desde os dogmas do totalitarismo. Em função da crise estrutural que assolava as nações após a Primeira Guerra Mundial, deu-se automaticamente um comum descontentamento das pessoas de todas as classes. O que gerou um forte crescimento no apoio aos partidos políticos radicais, tal situação aliada com a Revolução Socialista, ocorrida na Rússia, só fez contribuir para o desenvolvimento dos movimentos pró-ditatoriais e totalitários de extrema direita, o que propiciaria uma nova organização do sistema, ou seja, resolveria a crise do Capitalismo.
Apresentaremos de forma “seca” e cronológica os três regimes, que serão dessecados nesta pesquisa.
Data de 1868 a Revolução Meiji, que pôs fim ao governo Tokugawa. O Japão, então, deixa de ser um Estado feudal e passa a ser um Estado moderno. O que abriu o Japão para o Ocidente.
Na Espanha o general Francisco Franco (1892-1975), apoiado pela burguesia conservadora, reuniu forças para lutar contra a republica espanhola, instalada desde 1931. Teve início em 1936 uma sangrenta guerra civil.
Entre os anos de 1926 e 1928, o povo português chegou ao limite de suas insatisfações sociais, e foi o que fez com que a elite apoiasse uma estruturalização ditatorial. O que facilitou para que Antônio de Oliveira Salazar chegasse ao poder e implantasse o que se chamou de Estado Novo.
Revolução Meiji.
No final da década de 1860, o Japão entrou em um dos períodos mais tumultuados de sua história. Esse período é conhecido como a Restauração Meiji.
A Restauração Meiji propunha a queda do Shogunato – que mantinha o país em uma forma de governo sob o comando ditatorial e praticamente mergulhado em um sistema feudal – para abertura do Japão para o mundo.
Por incrível que pareça, os militares cederam os seus poderes sem grandes problemas. Porém, com isso, a classe dos samurais, que havia ganhado grandes privilégios e um do status mais invejável dentro da sociedade, perderam tudo o que tinham e muitos se tornaram vagabundos andantes, os chamados Rurouni.
Há 140 anos ocorreu o Kurofuneraikou, quando um capitão chamado Perry chegou da América com a missão de estreitar os laços de amizade entre os dois países. Só que na ocasião estourou a guerra civil – a Bakumatsu – e pôs fim à Era Edo, que já durava desde o ano de 1600.
O impasse surgiu quando a corrente do atual governo, e a Edo Bakufu, não concordava em abrir as portas para negociações com outros países. Muitas províncias também se recusavam a aceitar forasteiros em suas terras. Só que algumas dessas províncias decidiram agir por conta própria, como a Choushuuhan que ficava em Kyoto, e abriram fogo contra os visitantes. A ação não agradou o governo que enviou soldados a Choushuuhan. Um combate ocorreu e resultou na morte de centenas de pessoas.
A província não gostou da retalhação e se uniu a outras que estavam descontentes com o governo Edo, que mantinha o Japão preso ao Shogunato. Surgiu então da união dessas províncias uma nova facção que lutava por um novo Japão, a Meiji Ishin.
A Meiji Ishin era encabeçada por três pessoas: Shintarou Nakoaka, Ryouma Sakamoto e Toshimichi Ookubo que passaram a organizar o movimento reformista. Temendo um ataque, o governo Edo cria uma polícia especial em Kyoto para deter os rebeldes, a Shinsengumi. Ela matava qualquer um que mostrasse um mínimo de alinhamento aos revolucionários. Para se protegerem os líderes da Meiji Ishin recrutaram espadachins e formaram uma nova tropa, Ishinshishi.
A Bakumatsu, a guerra civil terminou com vitória da Meiji Ishin, quando então surgiu um novo governo, o Meiji, que se baseou na cidade de Edo, conhecida hoje como Tóquio. Mas as mudanças sociais e políticas estavam apenas começando. Ainda havia muito descontentamento no ar e classes sociais marginalizadas como os próprios samurais.
Durante muito tempo as autoridades do novo regime perseguiram os defensores do antigo sistema Edo, enquanto o Japão abria suas fronteiras para novos países, iniciando sua industrialização.
A Revolução Meiji (1868-1900) marcou a entrada do Japão na corrida imperialista do século XIX. Para conquistar a supremacia da Ásia, as elites japonesas seguiram dois caminhos: o do domínio econômico e o do expansionismo militar.
No período posterior à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o Japão começou a exercer um poder maior na hegemonia mundial.
O imperialismo nipônico no extremo leste asiático seria bruscamente interrompido pela crise de 1929. A economia japonesa era dependente do mercado externo es os resultados da crise nos Estados Unidos acabaram comprometendo as relações comerciais do Japão com o exterior. Como conseqüência, os mercados estrangeiros do Japão reduziram-se de maneira drástica, o que instalou uma grave crise econômico-social.
No fim da década de 1930, o Japão apresentava-se ao mundo como uma nação forte e determinada a manter sua hegemonia na Ásia. Por isso, o governo japonês considerava a União Soviética a grande rival em termos de hegemonia no extremo oriente. Numa tentativa de neutralizar o poder soviético, os japoneses trataram de assinar um pacto com a Alemanha, que ficou conhecido como o Pacto Anti-Komintern, isto é, contra a União Soviética e o que ela representava, o comunismo. Esse acordo foi o embrião de eixo, aliança política que reuniu Alemanha, Itália e Japão na Segunda Guerra Mundial.
Salazarismo
O Salazarismo e Salazar.
Uma guerra mundial (a Segunda) projetou-o; uma guerra regional (a africana) esfacelou-o Entre as duas jogou, esgotou (perspicaz na política externa, redutor na interna) a existência. Quando morreu, a 27 de Julho de 1970, era um dos homens mais sós, mais áridos que o Estado português gerou em toda a sua história.
Uma das realizações mais intrigantes que ele nos deixou, foi a do seu mito. Personagem de ficção (odiosa para uns, fascinante para outros) foi-a construindo, deixou-a construir com vagar e habilidade, através de encenações progressivas de sombras e luzes, excessos e despojamentos, inocências e perversidades invulgares.
Tudo imaginou, arquitetou, dirigiu: gestos, palavras, marcações, adereços, sombras, marketing, comportamentos, austeridades, inacessibilidades. O seu não era um teatro de palco, mas de bastidores, não de tribunas, mas de cortinas.
Salazar fez da intolerância anticomunista uma obsessão. Precisa dela para se sentir providencial, se afirmar insubstituível. A luta sem tréguas que lhe move, dilata-lhe a existência, inspira-lhe a ação. É um jogo incansável, ambíguo, com lances infindáveis e mútuas astúcias. O país torna-se um campo divido, repartido: num lado (o seu) estão os bons, no outro os infiéis. Tenta construir uma nova epopéia com os velhos heróis, e contra-heróis, da história. Das façanhas dos Descobrimentos às façanhas do Estado Novo, existe a mesma intencionalidade épica, sacralizadora do país, do poder do país – determina.
O seu consulado será, no entanto, o canto do cisne do imperialismo português. Quis restituir-lhe a grandeza do passado, mas cavou-lhe a queda; quis dilatar-lhe exércitos, recursos, misticismos, universalismos, mas viu desertarem militares, escaparem-se mancebos, rebelarem-se intelectuais, oporem-se-lhe nações.
A estratégia por si delineada a partir da guerra de Espanha alargou, no entanto, a influência de Portugal, e evitou que a Península entrasse (ao convencer Franco a apoiá-lo) no conflito mundial subseqüente.
Distanciando-se das grandes potências da época, seguiu uma política própria, aos ziguezagues, entre os interesses, as pressões dos beligerantes. Não gosta de nenhum dos líderes que, de um lado e do outro, se combatem. Hitler e Mussolini eram-lhe, pela extravagância das suas imagens, desagradáveis; Chruchill e Roosevelt eram-lhe, pelo excesso do seu poder, insuportável. Nos apóia, no entanto, sem grandes disfarces, pelo anticomunismo que assumem.
Distribui ajudas (a preservação do império exigia-o) aos dois lados. A ambos vende volfrâmio, cordialidades e distanciamentos. Jura fidelidade aos ingleses, mas adia-lhes os Açores; manifesta simpatias a Hitler, mas recebe judeus perseguidos por ele.
Desenvolvendo uma «neutralidade colaborante com ambos, Salazar procurou que a Península fosse uma reserva na balança do conflito. Só assim os seus regimes poderiam sobreviver-lhe.
Pessimista como todos os totalitários, não confia na bondade natural do ser humano, nem na sua evolução. Acha mesmo que os sistemas permissivos (as democracias) fazem emergir, com tempo, o lado mais egoísta e nefasto do indivíduo.
A sua filosofia governativa assenta num pressuposto básico: as massas não gostam de mudanças. Desenvolvendo-o, imobiliza o país, imobiliza-se no país. Deixa, no entanto, alguns colaboradores terem a ilusão de que inovam, de que modernizam. Duarte Pacheco estoira-se contra uma árvore acreditando nisso; António Ferro desilude-se e afasta-se (e Humberto Delgado e Henrique Galvão e Adriano Moreira) por causa disso.
Quando tem de enfrentar o público amedronta-se, sente vertigens, dores de cabeça, a voz e as pernas – um defeito num pé obriga-o, aliás, a usar botas confeccionadas propositadamente para si. Distanciou-se por igual, serviu-se por igual de todos: católicos, ateus, intelectuais, artistas, militares, democratas. Trabalhou com maçons, mas ilegalizou-lhes o Grande Oriente Lusitano; defendeu espírita, mas interditou-lhes a Federação; homenageou monárquico, mas impediu-lhes a restauração do trono; conviveu com homossexuais, mas deixou-os serem perseguidos; apoiou republicano, mas sonegou-lhes a democracia.
A intriga da política, a manipulação das pessoas, estimulam-no. Tem toda a paciência do mundo nas mãos. Apaixonado por Bach rege o império como um maestro sem mãos.
Salazar não nutre ilusões: o verdadeiro conhecimento é iniciado pelas elites, não de massas. Às massas basta ler, escrever, contar; basta o folclore, as procissões, o futebol, as viagens, as romarias, os cafés, a rádio e, síntese suprema, a televisão – os concursos, as revistas, as marchas, os desportos, os exotismos, os sentimentalismos da televisão. Aos que estranham encontrar poucos livros na residência de São Bento, ele responde: «Tenho-os na cabeça, não preciso de os ter nas estantes.»
Tudo nele parece contraditório, ser ao mesmo tempo sensível e cínico, piedoso e despótico, casto e pervertido, medíocre e genial, campônio e manhoso, íntegro e desgraçado.
Amigos dizem-no secretos de aventuras amancebadas com a governanta Maria e pai de duas «afilhadas»; amigos dizem-no misógino, casto e sublimado de sexualidades.
As relações com as amantes (caso de Cristine Garnier, jornalista francesa que escreveu um livro sobre ele) não teriam passado de cenários postos a correr para desfazerem as suspeitas que, num país como o nosso, costumam surgir em tais circunstâncias. Contou sempre com poucos íntimos. Sabia que o poder é, quando desmesurado incompatível com os sentimentos; que, assumidos sem limites, ultrapassa-os, dispensa-os.
«Tenho de me libertar de toda a paixão», confidencia. «Prefiro o respeito ao amor. A felicidade atinge-se pela renúncia do que se deseja, não pela sua posse.»
Não fuma (detesta que o façam na sua frente), não suporta animais domésticos, não visita a casa de outros, não aprecia o fado («amolece o caráter»), irrita-se com os desejos alheios («a paixão é perigosa»), não gosta dos demais porque não gosta de si – do ser em que se transformou, secou.
Debate-se entre o positivismo coimbrão e o nacionalismo lusitano, desnivelando-se sobre balancetes financeiros, misticismos históricos, arrepios esotéricos.
Contra tudo, contra todos, Salazar e os seus fecham-se sobre si («orgulhosamente sós»), radicalizam-se («os ventos da história hão de dar-nos razão»), suicidam-se («para Angola rapidamente e em força»).
Em vida semivegetativa, após sofrer um hematoma que o leva a ser substituído por Marcello Caetano, Salazar protagoniza uma das encenações mais espantosas da nossa história: durante meses, repete o papel de presidente do Conselho, faz «reuniões de Governo», dá entrevistas, concede audiências. Os seus antigos colaboradores, a ir a despacho, a mostrar-lhe projetos, a pedir-lhe conselhos.
Há, no entanto, quem afirme que ele fingia: impotente para mudar a situação, simulava que não a percebia – alimentando um dos mistérios mais surpreendentes dos seus muitos mistérios.
«Não podemos viver como se Salazar não tivesse existido, ou como se fosse um acidente da história. Ele foi a própria história», sublinha Eduardo Lourenço.
«O Salazarismo é uma maneira de ser Portugal. Profunda, penumbra, misteriosa. Havia como que certa inocência nele. Inocência que nos tocou fundo, e por muito tempo.»
Salazar não quis nunca o cume da ribalta. Ficou-lhe sempre, propositadamente, aquém. Esses milímetros de diferença constituíram a sua zona de segurança, de ambigüidade. «Sinto que a minha vocação era ser primeiro-ministro de um reino absoluto», exclama.
Ele foi o estadista que mais poder deteve, por mais tempo, nos últimos séculos em Portugal.
Salazar e a Igreja Católica.
Não temos dúvidas em afirmar que o discurso de Salazar, não é efetivamente um discurso em que se possam ver referências à necessidade de ver o Estado Português como um estado confessional, antes pelo contrário.
Com Salazar no Ministério das Finanças, que era a pasta principal do Governo de Vicente de Freitas, D. Gonçalves Cerejeira, então Bispo auxiliar de Lisboa, escrevia-lhe em 1928, nestes termos: “estás aí como um emissário dos amigos de Deus”. Ao que Salazar respondeu: “Estou aqui por nomeação do Senhor Presidente da República”. Há aqui uma necessidade de se desmarcar do futuro Cardeal Cerejeira, mas note-se que Salazar, ainda só estava no início da sua carreira política, e mesmo entre este discurso e a prática política, a diferença era e viria a ser muito grande, pois se tratou de uma política de um total compadrio com a Igreja católica.
A Igreja e os católicos em geral acolheram o advento do Estado Novo com uma benevolente e confiante expectativa, quando não mesmo com entusiasmo declarado. Ambos se haviam batido de forma bem organizada durante toda a 1ª República, pela liberdade religiosa, melhor, pela sua liberdade religiosa, e pelo reconhecimento da igreja e das suas atividades, tanto na metrópole como no ultramar.
Salazar oferecia à maioria dos católicos, pela posição que detinha no governo e pelo ascendente que tinha no regime, garantias de vir a resolver as pretensões católicas quer em matéria de política religiosa quer em matéria de política social, se bem que nem todos os católicos pareciam avaliar uniformemente essa garantia.
No entanto, Salazar vai querer ter um certo domínio sobre a Instituição Católica, tanto que na imprensa da época, vão saindo artigos que denotam aceitação dessas diretrizes ideológicas de Salazar, na Revista Novidades, de 08 de Junho de 1931, pode ler-se: “a atividade religiosa, a Ação Católica, pode existir, desde que não seja dirigida pela Igreja, mas pelo fascismo”.
Ou seja, começa a poder observar-se que Salazar irá fazer tudo para poder dominar a Igreja Católica, tendo consciência, contudo, que necessita das Elites Católicas, para manter o seu poder no tempo. A resposta que anteriormente citamos, dada a Cerejeira, não é de fato um afastamento institucional em relação à Igreja por parte do Estado, mas sim uma forma de publicamente Salazar dizer às Elites, através do seu futuro líder nacional, que Salazar é que dispunha do poder de elaborar diretrizes e suas execuções. Ou seja, a igreja católica devia existir, era imprescindível ao Estado Português. Salazar comunga de catolicismo puro, o Estado Português iria dar bendissesses únicas à Igreja Católica, mas quem mandava era Ele: Salazar.
Note-se que enquanto dispositivo táctico, a moral católica funciona no discurso salazarista como a instância disciplinar perfeita, mecanismo este que Salazar utilizará com perícia única, tocando de forma psicológica profunda as características de uma Sociedade tendencialmente rural, onde os valores como Família e a obediência da Família a um discurso moralizador católico se sobrepunham de forma perfeita. É aqui que Salazar vai manobrar de forma excepcional, utilizando os elementos da religião católica, em primeira instância, como algo parecido a “comissários políticos”. Por todo o país, e praticamente todos os padres do interior de Portugal eram informadores da PIDE/DGS, até à utilização da própria moral Católica como sustentáculo de uma política num sentido de fechado nacionalismo e imobilismo cultural, ou seja: Deus, Pátria, Família.
E nos anos quarenta pode ler-se na Imprensa Católica: “Pretende-se tornar cristão o corporativismo português, para que dure e seja justo”.Isto não passa da oficialização pública do catolicismo como forma ou mecanismo auxiliar de Salazar para se manter no poder, através da manutenção da instituição mais importante do Salazarismo, o Sistema Corporativo. E é evidente que isto teria obrigatoriamente um preço para Salazar.
Devo realçar que Salazar detém um mecanismo de poder sobre a Igreja católica, extremamente poderosa, se bem que por vezes minimizado por muitos. O direito de objeção à nomeação de Bispos, foi sem dúvida um discreto, mas eficaz instrumento de influência sobre a hierarquia da Igreja. E é certo que o catolicismo balizou e orientou ideologicamente e politicamente o regime, evitando-lhe tentações e até tendências totalitárias, bem como comportamentos mais radicais, o clima de bom entendimento e colaboração institucional privilegiada.
A revisão da Constituição de 1951 é de fato o ato marcante, e aquele que mais objetivamente podemos assinalar como um compromisso jurídico entre o Estado Novo e a Igreja Católica Portuguesa, pois se trata do reconhecimento do confessionalismo da nação, com o reconhecimento civil e jurídico das associações religiosas, até aí, incondicional, condicionando-o à prática dentro de território nacional. Foi assim limitada em princípio à liberdade religiosa para as confissões não católicas.
Sendo este um dos fatos que mais marcará a sociedade portuguesa pós-salazarismo.
Franquismo
O ano de 1931, foi o ano da proclamação da republica espanhola. Porém esta, não fora concebida em berço esplendido, enfrentou em cinco anos de existência uma série de perturbações de cunho político provocadas pela disputa do poder.
O rei Alfonso XIII abdicou, pressionado pelas camadas urbanas que exigiam a república, estabelecendo-se, então, um governo comandado pela burguesia liberal. O crescimento das reivindicações populares, o anticlericalismo, o autonomismo das regiões economicamente mais adiantadas (Catalunha e País Basco), a reação dos antigos setores dominantes na sociedade espanhola levaram o país a um impasse. Surgiu nessa época um pequeno partido de características fascistas, denominado Falange.
Até 1934, o poder esteve nas mãos da esquerda, que foi sucedida por um governo controlado pela direita.
Até 1934, o poder esteve nas mãos da esquerda, que foi sucedida por um governo controlado pela direita. Entretanto, as eleições de fevereiro de 1936 reconduziram ao poder a Frente Popular Antifascista uma coligação formada por, anarquistas, comunistas, socialistas radicais, socialistas moderados, empresários liberais e as minorais nacionais formaram a frente popular antifascista. Vitoriosos nas eleições, os partidos da frente popular procuraram efetivar várias reformas sociais prometidas em campanha. Em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco, com o apoio dos generais Deliano, Mola, e Sanjurjo, apoiados pela burguesia conservadora, deu início a um levante contrário ao governo republicano. Recebeu a adesão da Falange, de latifundiários, da maior parte da classe média e de amplos setores da Igreja, excetuando-se o clero catalão e o basco. Os rebeldes conquistaram rapidamente os setores rurais. Porém, nos grandes centros urbanos, como Madri, Barcelona e Bilbao, o governo republicano manteve o controle da situação.
Porém, milícias improvisadas pelos trabalhadores e demais setores populares conseguiram resistir, permitindo que as tropas republicanas se organizassem. Essa intervenção acabou se transformando em uma guerra civil que se estendeu por três anos. E fora caracterizada por ações de estrema ferocidade de ambos os lados. O conflito desenvolveu-se num momento particularmente delicado da história da Europa, e tornou-se inevitável que, em graus diversos, outros países nele se envolvessem.
A Espanha se dividiu em dois pontos políticos e militares. De um lado republicanos, anarquistas, socialistas e comunistas, apoiados por milícias de trabalhadores e por setores do exército leais à Republica e ao governo eleito; do outro os militares monarquistas e facistas e os militares golpistas, que controlavam a maioria do exercito.
Os republicanos contaram com o apoio material dos soviéticos e com o auxílio Brigadas Internacionais, formadas por operários, estudantes e intelectuais dos mais diversos países, A União Soviética apoiou os republicanos, mas sua ajuda foi inexpressiva diante dos armamentos e dos suprimentos que a Alemanha e a Itália forneceram aos facistas e dos créditos recebidos dos grupos capitalistas estrangeiros. A Grã-bretanha e a França, orientadas pela política de não intervenção permaneceram neutras. Já a Alemanha, Itália e Portugal auxiliaram as forças fascistas com homens, ajuda material e bélica.
A intervenção da Itália e da Alemanha foi decisiva, alterando a correlação de forças da luta e transformando a Espanha em um campo de testes de novos armamentos.
A guerra civil terminou em 1939, Quando os rebeldes conquistaram Madri, restabeleceram a monarquia e impuseram um governo de tendências fascistas, liderado por Franco. Em três anos, a guerra tinha deixado o saldo de um milhão de mortos. Com a vitória dos franquistas, a França Ficou cercada por três países fascistas (Itália, Alemanha e Espanha).
Este conflito foi de fundamental importância para o desenrolar da Segunda Guerra Mundial, uma vez que o país serviu como campo de testes os militares alemães e italianos experimentassem novas armas e desenvolverem suas táticas de guerra moderna, em especial os combates aéreos e blindados.
O general Franco ficou no poder ate sua morte, 1975. Depois, disso, a monarquia foi restaurada na Espanha.
Conclusão
Fazer considerações finais a respeito dos regimes totalitários, justamente no período entre as duas guerras mundiais, percebemos que devem ser feitas com acentuada dose de crítica em função, de que o que se observava como importante não era o ser humano e sim o poder, a economia o próprio crescimento dos possíveis mercados, sendo este mesmo povo que forma o mercado. Devemos derruir os erros cometidos em todas aquelas situações, para tanto examinemos uma por uma em suas individualidades.
Com o término do período Tokugawa, o Japão deixou de se isolar do resto do mundo e passou a assinar tratados de comércio e amizade com diversas nações, dentre elas, o Brasil em 1895. O intercâmbio de relações refletiu-se sobre o movimento migratório. Os japoneses aos poucos foram se espalhando pelos vários continentes no exercício de diferentes atividades. O que acarretou também uma marginalização da nação japonesa, pelas próprias nações que buscaram a abertura da desta nação, um exemplo clássico é a troca da representação daquele país nas telas dos filmes americanos, do herói samurai japonês pelo japonês idiota e bêbado, sempre em situação de subalterno sem honra ou dignidade, que inegavelmente são características peculiares à cultura japonesa.
Salazar, imbuído de idéias e preceitos fascistas, conseguiu convencer o povo português de que uma ditadura com nacionalismo e idéias anti-socialistas seria o ideal para a saída da crise. O que este não alertou o povo foi dos mecanismos que iria este lançar mão para se perpetuar no poder até a sua morte. O que trouxe alivio para muitos e tristeza para alguns em razão da política populista que Ele utilizava, ao ponto de se mancomunar com a igreja por puro interesse de proximidade do povo, uma relação mesquinha e medíocre, de aluda mutua. E além destes existiam os que detinham o capital que era com quem realmente Salazar era comprometido. E fatalmente para a outra parte do povo restava seus cruéis institutos de controle que eram: assassinatos, torturas, repressão, censura entre outros alem de uma policia ostensivamente violenta no dia-a-dia do cidadão português.
Observou-se na Espanha uma ascensão da massa, em pleno exercício da república, massa esta formada pela mais pura expressão do que seja o povo, em uma união que chegou ao ponto de encantar a própria sociologia e até hoje este fenômeno é estudado por esta ciência, estudado em razão da composição deste povo , pois ali estavam reunidos: trabalhadores, socialistas moderados, anarquistas, comunistas, socialistas radicais, empresários liberais e minorais nacionais. Além do que quando fora preciso receberá também um apoio internacional riquíssimo. Porém esta riqueza não era metal, muito menos bélica, eram vidas que recebiam, vidas de estudantes estrangeiros e intelectuais de diversas nacionalidades que abriam mão de seus estudos e suas teorias para defender na prática, o que era realmente um governo “do povo, pelo povo e para o povo”.
Porém para pura tristeza, e porque não dizer um dado sentimento de revolta, o lado que refletia a minoria conservadora apoiada por militares comprometidos não com a soberania espanhola mas sim com a aristocracia, fora a vitoriosa em razão pura das armas, favorecidas pela conjuntura mundial e pela qualidade do caráter de seus integrantes, que fizeram acordos, descabidos que só propiciaram sofrimento ao povo, em função de ter em sua posse a mais avançada tecnologia de guerra daquele momento. Neste momento se faz preciso buscar o pensamento do filósofo Montesquieu quando o mesmo afirmou: “que o que existe de mais difícil na vida é fazer acontecer uma dita mudança em uma situação vigente. Pois quem esta nesta situação, esta sendo beneficiado em razão de seus dogmas já estarem enraizados, e quem quer mudar é visto logo de forma que terá benefícios em razão desta mudança. Até que se forme um consenso, e que este seja aceito por todos da necessidade, este terá uma luta para uma vida inteira”. Percebemos melancolicamente que na Espanha venceu a minoria aristocrata e pela força. Porem devemos mais uma vez exemplificar de forma sublime que a pólvora jamais vencerá a rosa. Encerramos citando um mister de tragédia e beleza chamado Guernica. No ano de 1937, a Legião Condor formada por nazistas, mais especificamente alemães, em ação de apoio ao general Franco bombardeou e destruiu completamente a pequena cidade Basca de Guernica, com uma dose de violência descabida. O que incentivou ao inigualável Picasso a pintar sua obra conhecidíssima “Guernica”. É de conhecimento de todos, o porque do nome Guernica na bela obra e o motivo que levou Picasso a pinta-la. Porem durante a ocupação alemã em Paris, Picasso fora interrogado: “Foi você que fez Guernica?”, e com a maestria que lhe era peculiar Ele respondeu: “Não, foram vocês.” Fica claro que a representação do fato existe, de forma ilustre, mas sempre lembrar e relembrar o fato gerador de tal representação.
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