1. Sujeito e predicado
sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.
predicado: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode ser explicitado. A noite chegou fria.
O sujeito determinado pode ser:
Simples: tem só um núcleo: A caravana passa.
Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.
Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível identificá-lo pelo contexto.
(?) Falaram de você.
(?) Falou-se de você.
Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.
Choverá amanhã.
Haverá reclamações.
Faz quinze dias que vem chovendo.
É tarde
2. Termos ligados ao verbo
– Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.
Os pássaros fazem seus ninhos.
– Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.
A decisão cabe ao diretor.
– Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que ocorre a ação.
O cortejo seguia pelas ruas.
– Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou a ação.
O fogo foi apagado pela água.
3. Termos ligados ao nome
Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo. As fortes chuvas de verão estão caindo.
Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e do objeto.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um equivalente do nome a que se refere.
O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.
Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual se projeta a ação.
Procederam à remoção das pedras.
4. Vocativo:
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite a anteposição da interjeição ó.
Amigos, eu os convido a sentar.
SINTAXE DO PERÍODO
1. Orações subordinadas substantivas
São aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.
Os meninos observaram | que você chegou. (a sua chegada)
– Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
É necessário que você volte.
– Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.
Eu desejava que você voltasse.
– Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.
Não gostaram de que você viesse.
– Predicativa: exerce a função de predicativo.
A verdade é que ninguém se omitiu.
– Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.
Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom.
– Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.
Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.
2. Orações subordinadas adjetivas
São aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.
Na cidade há indústrias que poluem. (poluidoras)
– Restritiva: é aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome relativo e não vem entre vírgulas.
Serão recebidos os alunos que passarem na prova.
– Explicativa: é aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propriedade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por pronome relativo e vem entre vírgulas.
Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.
3. Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.
O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)
– Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.
A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.
– Consecutiva: indica a conseqüência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.
A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.
– Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal. Se você correr demais, ficará cansado.
– Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.
Lutou como luta um bravo.
– Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.
O time venceu embora tenha jogado mal.
– Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração principal.
Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram.
– Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.
Estudou para que fosse aprovado.
– Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.
Chegou ao local, quando davam dez horas.
– Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.
Aprendemos à medida que o tempo passa.
4. Orações coordenadas
São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.
Chegou ao local // e vistoriou as obras.
As coordenadas podem ou não vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que não se iniciam.
Presenciei o fato, mas ainda não acredito.
or. c. assindética or. c. sindética
As coordenadas assindéticas não se subclassificam.
As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:
– Aditiva: estabelece uma relação de soma.
Entrou e saiu logo.
– Adversativa: estabelece uma relação de contradição.
Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.
– Alternativa: estabelece uma relação de alternância.
Aceite a proposta ou procure outra solução.
– Conclusiva: estabelece relação de conclusão.
Penso, portanto existo.
– Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento favorável ao que foi dito na oração anterior.
Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.
Questão de análise sintática típica dos vestibulares tradicionais:
(U. F. PERNAMBUCO) — No período “nunca pensei que ela acabasse”, a oração sublinhada classifica-se como:
a) subordinada adjetiva restritiva;
b) subordinada adjetiva explicativa;
c) subordinada adverbial final;
d) subordinada substantiva objetiva direta;
e) subordinada substantiva objetiva indireta.
(R.: D)
Questão de análise sintática típica dos vestibulares inovadores:
Esta questão coloca em jogo a combinação sintática entre duas orações e o significado resultante dela, sem exigir análise formal nem o conhecimento de nomenclatura.
(U. F. PELOTAS) — A questão da incoerência em um texto quase sempre se liga a aspectos que ferem o raciocínio lógico, a contradições entre uma passagem e outra do texto ou entre o texto e o conhecimento estabelecido das coisas.
O fragmento da entrevista concedida pela atriz e empresária Íris Brüzzi, descartada a hipótese de utilização da ironia, apresenta esse problema.
“R – Qual é o segredo para conservar sua beleza através dos tempos?
Íris – Acredito muito na beleza interior, a de fora acaba. A natureza tem sido generosa comigo. Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.(Diário Popular, 1996)”.
a) Transcreva a frase que apresenta a incoerência.
R.: “Desculpe a modéstia, mas continuo bonita.”
b) Reescreva essa frase, eliminando a incoerência.
R.: Desculpe a falta de modéstia, mas continuo bonita. ou Desculpe a imodéstia, mas continuo bonita.