A – Teoria Behaviorista
O Behaviorismo é uma tendência teórica também conhecida como comportamentalismo, teoria do comportamento ou análise experimental do comportamento humano e suas manifestações em diferentes condições e diferentes sujeitos. Estuda a relação entre os aspectos do comportamento e os aspectos do meio acreditando que só desta forma é possível fazer uma psicologia científica. Nesta linha teórica o homem é estudado como produto da aprendizagem pela qual passa desde a infância. O ponto de partida para uma ciência do comportamento é o uso do estímulo e resposta.
Um dos principais teóricos do Behaviorismo, B.F. Skinner (1904-1990), representou o Behaviorismo como a eficiência na escola e teorizou as leis da aprendizagem.
O Behaviorismo distingue duas classes de comportamento: o comportamento respondente (reflexo) e o comportamento operante (voluntário):
• O comportamento respondente é o comportamento efetuado pelo organismo em resposta a um estímulo. Por exemplo, a salivação diante do cheiro de comida.
• O comportamento operante é efetuado em decorrência de sua relação com o meio externo, sem que se possam identificar estímulos específicos que o teriam provocado. Por exemplo, os movimentos de braço e pernas de uma criança.
Uma das aplicações da teoria Behaviorista em sala de aula ocorre no processo de alfabetização, um professor que admite que os estudantes possam ser maus, neutros ou passivos ensinará de maneira a desenvolver os poderes da mente infantil e provavelmente daria de início uma lista de palavras que os alunos deveriam aprender a reconhecer, ler e soletrar. Poderia utilizar cartões com palavras para leitura rápida. Exercitaria as almas, poderia testá-los diariamente e fazer com que os alunos de baixo rendimento, retomassem a escola após o horário regular para mais exercícios.
Ainda nos dias de hoje os métodos behavioristas são muito utilizados em vários momentos: não só na escola como na vida familiar. O sujeito educado pelo método behaviorista recebe informações e não reflete sobre elas, ou seja, o seu comportamento é condicionado. Este conhecimento passa a ser nulo no momento em que os estímulos cessam.
Na estruturação do educando, o que acontece é que o real aprendizado se dá de forma conturbada e aleatória, pois a qualquer momento, o educador pode mudar seu método de ensino. A aprendizagem para os teóricos do behaviorismo é o próprio comportamento condicionado, somente o que é visto e observado pode ser considerado e avaliado. Os estímulos e respostas, que são à base da teoria do comportamento, são externos, sem reflexão de atos e pensamentos.
B – Teoria Gestalt
O termo Gestalt, em português, significa forma ou configuração, porém não muito utilizado em Psicologia por não condizer com seu significado nesta área especificamente.
Esta doutrina traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes, e sim as partes por meio do conjunto. Este tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos. Só assim o cérebro percebe, interpreta e incorpora uma imagem ou uma idéia. Segundo o psicólogo austríaco Christian Von Ehrenfels, que em 1890 lançou as sementes das futuras pesquisas sobre a Psicologia da Gestalt, há duas características da forma – as sensíveis, inerentes ao objeto, e a formais, que incluem as nossas impressões sobre a matéria, que se impregna de nossos ideais e de nossas visões de mundo. A união destas sensações gera a percepção. É muito importante nesta teoria a idéia de que o conjunto é mais que a soma dos seus elementos.
A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito.
A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade, boa continuidade, pregnância, clausura e experiência passada.
C – Teoria Cognitivista – Bruner, Ausubel e Freinet
Quando a criança passa a significar as coisas que a ela se apresentam, ela passa para um pensamento lógico de modo a organizar, classificar e seriar suas novas aquisições, logo, atribuindo significado, sentido ao meio que a envolve ela passa a estabelecer novas relações e construir, relaborar o que agora passa a teorias outra forma ainda mais significativa, e assim sucessivamente.
Jerome Bruner
Na estrutura teórica de Bruner, o aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e atuais.
Bruner tem como uma idéia central da sua teoria a necessidade do professor e dos alunos conhecerem a estrutura de uma determinada área de conhecimento/assunto. Quando o aluno está acomodado com os conhecimentos adquiridos, cabe ao professor propor-lhe dúvidas, motivando-o a descobrir por si mesmo os princípios. Afirma ainda que se pode ensinar qualquer coisa para qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento, pois o fundamental é a interação entre: criança, assunto e modo pelo qual ele é apresentado, assim, o aluno pode transferir a aprendizagem para uma nova situação.
Segundo Bruner, o desenvolvimento do homem, está ligado a sua capacidade de construir modelos de representação do mundo, que lhe permitem ir além da informação dada, sendo que a construção dos modelos iniciais ocorre através de fatores que a cultura fornece ao indivíduo. Portanto, ele constrói modelos iniciais segundo convenções sócio-culturais, para só então criar seus próprios modelos. Para Bruner o desenvolvimento é caracterizado pelo domínio progressivo de três formas de representação do conhecimento: ativa, icônica e simbólica. É interessante ressaltar que tais estágios de representação não estão ligados a fatores biológicos, mas sim a fatores culturais. Bruner destaca a importância do erro por manter o indivíduo interessado na tarefa.
David Ausubel.
Ausubel pode ser interpretado como o teórico que se preocupou com uma das maiores inquietações dos educandos: No que este conteúdo irá contribuir? De que adianta esse conhecimento? Assim percebe-se a importância que esta teoria tem no diálogo entre educador e educando.
O educador deve antes de aplicar o conteúdo conhecer o ambiente a qual vai realizar seu trabalho, isso se desejar uma aprendizagem dinâmica e eficaz. A perda do ritmo coletivo de aprendizagem ou a insatisfação e o fracasso individual podem ser sintomas da falta de diálogo entre educando e educador.
A teoria de Ausubel reforça esta importância quando se refere entre a aprendizagem significativa e a mecânica. Claro que o objetivo é implementar a aprendizagem significativa em detrimento da mecânica, mas não podemos nos deixar tomar pela utopia, a aprendizagem mecânica é inevitável e Ausubel salientava isso. A leitura feita por este teórico sobre a aprendizagem, afirma que ela é uma organização de conhecimentos na estrutura cognitiva do indivíduo. Mais do que compreender idéias, os indivíduos devem ser capazes de aplicá-las no cotidiano, dando utilidade ao conhecimento adquirido na escola.
A aprendizagem significativa de Ausubel é importante, para que os educandos ganhem autonomia no processo de aprendizagem construindo seus próprios conceitos e seus próprios caminhos. Quando o educador ensina de acordo com o conhecimento adquirido anteriormente ele dinamiza suas aulas, mas obvio que o educando deve mostrar interesse pelo relacionamento com o conteúdo. Se o educador utilizar a sua paixão com o conhecimento curricular podemos entender que o interesse do aluno estará muito próximo de concretizar-se.
Celestin Freinet
Na sua concepção, a sociedade é plena de contradições que refletem os interesses antagônicos das classes sociais que nela existem, sendo que tais contradições penetram em todos os aspectos da vida social, inclusive na escola. Para ele, a relação direta do homem com o mundo físico e social é feita através do trabalho (atividade coletiva) e liberdade é aquilo que decidimos em conjunto.
Em suas concepções educacionais dirige pesadas críticas à escola tradicional, que considera inimiga do “tatear experimental”, fechada, contrária à descoberta, ao interesse e ao prazer da criança. Para Freinet, a atividade natural da criança se desenvolve no grupo, em cooperativa. Por isso mesmo, não devemos obrigar a criança a realizar tarefas não naturais, nem deixá-la por completo entregue à atividade espontânea do jogo. Ele afirma que nossa sociedade explora o trabalho humano, principalmente o menos qualificado. Além disso, ele tende a separar o jogo do trabalho, reservando o primeiro às profissões “liberais”. A pedagogia social ou popular deve opor-se à pedagogia dos ricos e promover a integração do jogo com o trabalho.
Freinet centraliza seu método em torno do uso da imprensa na escola, procurando estimular os alunos a utilizarem os meios de expressão com máxima liberdade possível. Seu método procura, acima de tudo, dar oportunidade à criança de exteriorizar seu pensamento e seus sentimentos pela linguagem, pela escrita, pela imprensa, pelo desenho, pela atividade manual, pelo jogo, etc.
D -Teoria Construtivista – Jean Piaget
A teoria construtivista tem sido e será um referencial muito importante para o educador poder criar metas, analisar, contextualizar e tomar decisões em relação de como colocá-la em prática, sabendo da grande necessidade desta teoria, que não é contrária à educação e que não ignora a sua aplicação na educação.
De acordo com Piaget, o ser humano aprende assimilando a realidade e acomodando os esquemas e as operações de sua mente para novas assimilações. Daí pode-se tirar conclusões em nível pedagógico.
É importante saber em que estágio se encontra o individuo que aprende. A partir disso, muni-lo de material adequado, farto de quantidade e variedade, para que ele possa fazer funcionar as estruturas mentais próprias do nível em que se encontra e ao mesmo tempo devem-se apresentar a ele situações problemas que desafiem a inteligência. Quem se encontra no estagio sensório motor, precisa de objetos variados em forma, cor e textura, que possa manusear.
A participação do adulto na vida da criança no estagio pré-operacional é de suma importância para que ela atinja o pensamento simbólico e se capacite para a linguagem verbal. A linguagem a socialização propiciam o aprofundamento de seu relacionamento com os demais humanos.
Piaget ressalta também a importância do contato da criança com seus colegas da mesma idade, pois eles trarão desafios que podem ser enfrentados de igual para igual. Ele coloca que a atividade comum entre crianças ajuda a aprendizagem da descentralização, sair de si mesma e superar o egocentrismo.
No estágio das operações concretas a criança é capaz de uma ação mental coordenada, flexível, reversível, mas que esta operação só ocorrerá enquanto houver referencia há algo concreto, que possa ser tocado. O que vai ajudar a criança a dominar reversibilidades, seriações e classificações, que caracterizam este estágio. Assim sendo fica impossível uma aula de matemática sem palitos, sementes ou outros objetos.
No quarto estágio, das operações formais, o pensamento atua a partir de suposições, sem o dado, concreto, atento apenas à seqüência lógica. Chega à conclusão a partir de hipóteses. O Ensinar deve ser visto como criação de condições para o desenvolvimento intelectual do aluno.
E – Teoria Sócio Interacionista – Lev Semenovich Vygotsky
Percebe a criança como sujeito social e histórico que fazem e se fazem na cultura. Seus estudos embasam – se em estatísticas trabalhando como crítica literária, pesquisava o processo de mudança do sujeito, buscando uma psicologia historicamente, fundamentada e enraizada no materialismo histórico e dicilético.
Vygostky prioriza o ambiente social, ao enfocar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que em variando o ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, para Vygostky não se pode aceitar uma visão única universal de desenvolvimento humano.
Considerando o ambiente como fator fundamental para o desenvolvimento, Vygostky contradiz “Piaget”, afirmando de que o processo de construção do conhecimento se dá social para o individual. Pois, acredita que ao nascer à criança por já se inserir em um mundo social, ela passa a formar seus primeiros conceitos de mundo através da sua interação com os adultos, ou com crianças mais experientes. Logo a construção do real é então mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma procede do social para o individuo do longo de seu desenvolvimento.
Vygostky percebe o desenvolvimento e a aprendizagem como processos que se influenciam reciprocamente, de modo que quanto mais aprende mais desenvolve. Deste modo observa-se o contexto histórico da humanidade, no que se refere às estruturas de pensamentos dos indivíduos, modificam-se de acordo com as suas raízes na sociedade e na cultura. O ser humano assimila os valores culturais de seu ambiente e ao mesmo tempo desenvolve uma consciência crítica sobre os mesmo, tornando-se então capazes de transformar para assim atender as novas exigências no contexto social. Logo, o pensamento e a linguagem são processos interdependentes, desde o inicio da vida.
Tendo esta visão Vygostky, atribui o desenvolvimento do pensamento como processo essencialmente dialético, em que o sujeito transforma e é transformado seja realidade física, social cultural em que se encontra.
Bibliografia
PILETT, Nelson.Psicologia Educacional.SP: Ática, 1990.
MARINHO FALCÃO, Gérson. Psicologia da Aprendizagem. SP: Ática, 1988.
GADOTTI, Moacir – História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática.
MIZUKAMI, M.G.N. Ensino : As abordagens do Processo.
CÓRIA-SABINI,M Aparecida. Psicologia do Desenvolvimento. SP: Ática, 1999.