Autoria: Katia Marina
Tendências na Hotelaria
As cadeias e seus hotéis vêm buscando aprimorar-se e diferenciar-se dos concorrentes, agregando serviços diferenciados, itens sofisticados e inusitados.
Verificando as necessidades dos hóspedes e conhecendo a fundo os desejos e tipo de público, mudanças de ordem política, econômica e cultural, os hotéis buscam adequar-se às tendências profissionais e alterações de costumes para adquirir itens que tornam-se necessários para os clientes, fazendo-os optar pelo hotel, pois desejam sentir-se familiarizados após o contato com “novidades” que passam a ser indispensáveis no hotel e sua rotina.
Para criar ambiente diferenciado, os hotéis investem em itens que vão desde hidromassagem para box (efeito parecido ao de uma banheira de hidromassagem), comandos e mensagens no toque do polegar (equipamento que com as digitais do hóspede o identifica e proporciona uma série de serviços. São eles: rapidez na hora do check-in, informações sem dirigir-se à recepção, emissão do extrato da conta, troca de mensagens com funcionários e visualização de reservas), andar exclusivo para mulheres executivas (num andar cujo tema são as violetas, só elas se hospedam. E há alguns itens a mais nos apartamentos: kit de amenidades com hidratante, absorvente higiênico, meias finas, apetrechos para fazer unhas e costuras de emergência, flores, balança, microondas e roupão), móveis ecologicamente corretos (seguindo a linha de respeito à natureza), berços dobráveis (não é preciso deslocá-lo do depósito para o quarto toda a vez em que um hóspede mirim chegar, pois é “encolhível” e pode ser guardado atrás da porta), impressão sem fio (permite que notebooks, computadores de mão e até celulares imprimam documentos sem a necessidade de cabos ou fios para conectar-se à impressora), travesseiro e colchão em látex (material que tem a capacidade de voltar ao estado original em poucos segundos após o uso, o que garante mais durabilidade e resistência. Outras vantagens garantidas são melhor circulação de ar e, consequentemente, chances reduzidas de proliferação de fungos e bactérias), televisores com selo de economia de energia (contém o selo de economia de energia e proteção ambiental, o que reduz em até 30% o consumo do aparelho), dentre outros. Conforme o público-alvo que o hotel deseja atingir, ele adequa seus serviços, atingindo seu alvo e agradando-o e surpreendendo-o cada vez mais.
A princípio o contato com as novidades recém apresentadas é inicialmente um “choque”, porém, com o passar de diárias, tornam-se comuns e necessárias, sentindo falta em outros hotéis que não possuem estes itens.
Há também os hotéis tematizados que são realmente voltados ao seu público, como o hotel Mc Donald´s, hotel de gelo ou até mesmo embaixo do mar, além do hotel desing (uma nova tendência que busca diferenciar o hotel com uma arquitetura diferencial e criativa e com uma decoração não convencional), hotel de charme (um meio de hospedagem com apartamentos aconchegantes devido a sua decoração e destinado ao público-alvo), hotel butique ( a mais nova expressão do mercado hoteleiro, o hotel-butique, pouco conhecido no Brasil, teve um início em Nova York e agora espalha-se pelo mundo inteiro como “o padrão hoteleiro do século XXI”. Com uma proposta de ser um hotel de vanguarda que prima pelo bom gosto, tem não só na decoração como também no atendimento o seu grande diferencial. Na decoração busca parcerias com grandes arquitetos e decoradores, que transformam áreas sociais e quartos em ambientes agradáveis, íntimos e casuais, com obras de arte e peças únicas, bem diferentes da hotelaria convencional. Até mesmo os uniformes dos funcionários podem ser assinados por um estilista famoso. Nada de massificação, principalmente no atendimento feito por funcionários, que tratam cada hóspede informalmente. A idéia é que o hotel seja sua “casa-fora-de-casa”, tudo com muito conforto e luxo), hotel econômico (são hotéis 3 estrelas que oferecem seus serviços por menores preços, muitas empresas estão investindo nesse segmento devido a sua rentabilidade. Seu público é viajantes de empresas nacionais e internacionais, grupos de empresas e viajantes individuais com permanência de 2 a 10 dias), tudo isso para tornar-se realmente uma atração à parte.
Vale lembrar que cada hotel não oferece somente o serviço de hospedagem, mas tudo de que o cliente precisaria durante a sua estadia (restaurante, business center, fitness center, etc). O restaurante permite ao hotel diferenciar-se de tantos outros e vir a ser uma importante fonte de renda, se bem administrado, levando em conta todos os fatores internos e externos (estudo da concorrência local, recursos humanos).
Os hotéis, assim como tudo na vida, refletem a sociedade em que vivemos; o hotel-butique, por exemplo, reflete uma nova geração de profissionais pouco convencionais, cada vez mais jovens, despojados, ricos e influenciados pela moda.
A hotelaria, depois de alguns anos apresentando sempre o mesmo formato, hoje está “plugada” no mundo, atenta a todas as exigências do mercado.
Com tudo isso, quem tem a ganhar são os clientes, que agora possuem um enorme leque de opções com preços variados e atendendo de forma singular, tudo que ele almeja, sonha ou necessita vivenciar.
Além disso, cabe a cada empresa (hotel) possuir seu tipo de hóspede, evitando uma concorrência aberta, ou seja; grande segmentação, portanto é uma ótima alternativa, pois junto aos novos “adereços” incluso em seus hotéis, irão existir públicos para cada oferta existente no mercado.
BIBLIOGRAFIA
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Turismo: Como aprender, como ensinar 2. 2ª ed. São Paulo: SENAC, 2001
GUERRIER, Yvonne. Comportamento Organizacional em Hotéis e Restaurantes. 2ª ed. São Paulo: Futura, 2001.
Jornal da Tarde – 10/10/2002
Revista Exame, São Paulo