TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial, o aposto e o vocativo. E o que significa esses termos? Vejamos:
Adjunto adnominal
É o termo que caracteriza o nome sem intermediação de um verbo. As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos. Ele é uma expressão que acompanha um ou mais nomes conferindo-lhe um atributo. Trata-se, portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.
Os adjuntos adnominais não determinam ou especificam o nome. Eles apenas conferem uma nova informação ao nome e por isso são chamados de modificadores.
Exemplos
* No desfile, duas garotas vestiam calças e camisetas brancas.
* O espetáculo de dança foi suspenso até segunda ordem.
* O espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.
* O passeio era demorado e filosófico.
Mas… não faça confusão com o predicativo:
É importante notar que o adjunto adnominal pode estar em qualquer parte da oração e dá uma característica constante ao substantivo. Já o predicativo só se encontra no predicado, e dá uma característica momentânea ao substantivo. Podemos diferenciar um do outro substituindo a estrutura sintática por -o, -os, -a, -as. Veja os exemplos:
* Busquei o caderno velho. –> Busquei-o.
Note que a estrutura o caderno velho pode ser substituída por -o. Isso caracteriza o adjunto adnominal.
* Considero sua decisão triste. –> Considero-a triste
Note que a estrutura sua decisão triste não pode ser substituída inteiramente, caracterizando o predicativo, que nesse caso é o predicativo do objeto, pois se refere ao substantivo decisão.
E também não confunda com o complemento nominal:
É comum as pessoas fazerem confusão ao tentar classificar essas estruturas sintáticas. Uma dica é sempre notar que o adjunto adnominal só trabalha para o substantivo (concreto ou abstrato), enquanto o complemento nominal pode trabalhar para o substantivo abstrato, adjetivo e advérbio. Quando uma estrutura que se está em dúvida quanto sua classificação estiver trabalhando para um adjetivo ou advérbio, certamente será complemento nominal.
Quando a estrutura estiver relacionada a um substantivo, basta olhar se este substantivo “existe” sem o auxílio de um complemento. Se existir, a estrutura é classificada como adjunto adnominal, se não, complemento nominal. Vejamos exemplos:
* necessidade de atenção – note que necessidade não “existe” sem o complemento de “de atenção”. Isso caracteriza o complemento nominal;
* chuva fria – note que chuva “existe” sem complemento, fria pode ser retirado, sem alterar o significado do substantivo. Isso caracteriza o adjunto adnominal.
E complemento nominal sempre vem com uma preposição.
Adjunto adverbial:
O adjunto adverbial é um termo acessório da oração cuja função é complementar um verbo intransitivo, ou seja, um verbo que tem sentido pleno, completo, ou um verbo transitivo, aquele que possui um complemento. Exemplo: Choveu ontem.
O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, visto que complementa um verbo intransitivo, de sentido pleno, que no caso é o verbo “chover”. Já numa análise morfológica, o termo ontem passa a ser categorizado como um advérbio composto pela própria palavra, ou seja, os adjuntos adverbiais tem que ter obrigatoriamente um verbo.
Os adjuntos adverbiais podem ser classificados em:
Afirmação: Estou realmente preocupado.
Assunto: Falaram sobre política.
Causa: Os homens morrem de fome.
Companhia: Fui ao cinema com meu amigo.
Concessão: Voltaram apesar do escuro.
Condição: Não saiam sem meu consentimento.
Direção: Apontou para o alto.
Dúvida: Talvez ela volte para mim.
Efeito: Sua atitude redundou em prejuízos.
Exclusão: Todos partiram, menos ela.
Finalidade: Saí a passeio.
Instrumento: Cortou-se com a faca.
Intensidade: Comeu muito.
Lugar: Estive na praia.
Matéria: Vinho se faz com uva.
Meio: Passei a tentar levar o barco pelo leme.
Modo: Correu desesperadamente.
Negação: Não sai.
Oposição: Voltou contra o próprio partido.
Ordem: Classificou-se em segundo lugar.
Preço: Comprei tudo por dois tostões.
Tempo: Você chegou agora?
Aposto
É um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de forma isolada, ora entre vírgulas, ora separado por uma única vírgula no início ou no final de uma oração ou ainda por dois pontos.
Existem cinco tipos de aposto: O aposto explicativo, o aposto enumerativo, o aposto especificativo, o aposto distributivo e o aposto oracional. Na norma culta é permitido utilizar qualquer um dos apostos também entre parênteses ou entre dois travessões. Vejamos cada um desses apostos:
Aposto explicativo
É aquele que explica o termo anterior. (Você imaginava que seria isso… não é?)
Exemplo: Parônimo de Opilião, um blog bem interessante, é uma maneira de se manter bem informado.
Aposto enumerativo
É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo anterior. (essas explicações as vezes surpreendem… não?)
Exemplo: A Vanessa possui três blogs: Parônimo de Opilião, Aprendendo o Básico e Eniac – cursinho.
Aposto especificativo
É aquele que especifica um lugar. Pode ser utilizado sem vírgulas.
Exemplo: O melhor carnaval é o do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa.
Aposto distributivo
É aquele que distribui as informações de termos separadamente. Geralmente utilizado com ponto e vírgula.
Exemplo: Vanessa e Renato escrevem blogs; esta no Aprendendo o Básico, e aquele, no Parônimo de Opilião.
Aposto oracional
É o aposto que possui um verbo. Exemplo: Desejo uma única coisa: que os meus blogs sejam lidos.
Aposto recapitulativo (resumidor)
É o aposto que recapitula toda a oração.
Exemplo: Trocar fraldas. Amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige paciência.
Aposto comparativo
É o aposto que compara. Geralmente entre vírgulas.
Exemplo: A inflação, monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade econômica do país.
Vocativo
Dentro da sintaxe, o vocativo é um termo de natureza exclamativa, que tem como função chamar alguém ou alguma coisa personificada.
Exemplos “Tenho certeza, amigos, que isso vai acabar bem.”
“Ide lá, rapazes!”
“Paulo,venha cá.”