Violência visa atemorizar sociedade e enfraquecer regimes políticos
O terrorismo pode ser caracterizado como o emprego indiscriminado da violência contra pessoas ou coisas, com o objetivo de suscitar o sentimento de medo e pavor permanentes na sociedade e, desse modo, enfraquecer ou minar politicamente governos ou Estados.
O terrorismo é um fenômeno que surgiu na época moderna e no decorrer dos últimos três séculos assumiu várias formas. O termo “terrorismo” apareceu pela primeira vez em 1798, na França, para se referir ao estado de terror pleno em que a França pós-revolucionária ingressou no período da ditadura do Comitê de Saúde Pública (que durou de setembro de 1793 a julho de 1794), liderado por Robespierre e Saint-Just.
O terrorismo nunca teve limites ideológicos, religiosos ou étnicos. Ou seja, é um instrumento usado por grupos políticos de oposição e até mesmo que agem dentro do aparelho estatal (adeptos de ideologias de esquerda, de direita e variadas crenças religiosas e nacionalidades) para enfraquecer ou derrubar determinado governo, regime político, ordem estabelecida ou acabar com inimigos internos.
Terrorismo internacional
O transbordamento das ações terroristas para o campo da vitimização arbitrária, ou seja, sem distinção precisa entre o inimigo e o inocente, é a característica principal do terrorismo internacional contemporâneo. Nenhuma forma ou modalidade de terrorismo encontra plena legitimação moral ou ética, mas reconhece-se que a ação terrorista que vitima um ou mais inocentes acaba por indignar de forma mais contundente a opinião pública.
Data de 1912 a ocorrência do que pode ser considerado o primeiro atentado terrorista que se enquadra nas características da vitimização arbitrária. Na ocasião, um grupo de macedônios, hostis à Turquia, detonou inúmeras bombas em trens internacionais. De lá para cá, o mundo presenciou a proliferação de grupos terroristas e o crescimento dramático do número de casos de ações e atentados em todos os continentes.
Entre os grupos mais conhecidos pelo Ocidente figuram: o IRA, que atuou na Grã-Bretanha em prol da independência da Irlanda do Norte; o ETA, que atua na Espanha e representa o grupo armado do movimento separatista basco; o Hezbollah, que atua em vários países do Oriente Médio na luta pela saída de Israel dos territórios palestinos e criação do Estado palestino; as Farc, que atuam na Colômbia.
Al-Qaeda
A organização terrorista Al-Qaeda é, sem dúvida alguma, a mais conhecida da opinião pública mundial. Trata-se de um grupo que agrega militantes de vários países islâmicos, que lutam contra a presença e domínio militar e político dos Estados Unidos no Oriente Médio.
A Al-Qaeda foi responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, com milhares de vítimas civis e militares. A origem da Al-Qaeda remonta ao período da Guerra Fria, quando da invasão do Afeganistão pela antiga URSS. Ironicamente, o grupo terrorista surgiu com apoio do governo americano para fazer frente à ocupação soviética.
O ataque terrorista à maior potência mundial determinou uma significativa mudança na política externa americana, cujas conseqüências são imprevisíveis no longo prazo. No curto prazo, porém, os atentados terroristas serviram para justificar a prática, pelos Estados Unidos, de uma política externa com base na doutrina militarista, que vitimou milhares de inocentes até o presente momento.
Fonte: Uol
Autor: Renato Cancian