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terça-feira, novembro 19, 2024

Tratamento de Água para Consumo

Autoria: Ewerton Rio Lima de Oliveira

O Conceito de potabilidade implica o atendimento a padrões mínimos exigidos para que a água a ser consumida não seja transmissora de doenças aos seres humanos. O processo utilizado com esta finalidade deve ser, portanto, bastante criterioso, pois envolve uma enorme responsabilidade.

O homem tem necessidade de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para todas as sua necessidades, não só para proteção de sua saúde, como também para o seu desenvolvimento econômico. Assim, a importância do abastecimento de água deve ser encarada sob os aspectos sanitários e econômicos.

O primeiro cuidado que se deve tomar é a da escolha de mananciais, evitando-se rios e lagos contaminados por esgoto e/ou despejos industriais. É importante, também, tomar providências para preservar o manancial escolhido. A quantidade e a quantidade de água a ser a ser utilizada num sistema de abastecimento estão intimamente relacionados às características do manancial.

Após o dimensionamento da capacidade do manancial, é preciso construir uma Estação de Tratamento de Água – ETA, composta, principalmente, das seguintes etapas:

A) Mistura rápida e floculação

B) Decantação ou sedimentação

C) Filtração

D) Cloração

E) Fluoretação

F) Alcalinização – correção de pH

Estação de Tratamento de água ETA laranjal
A ETA laranjal, hoje, está capacitada a tratar uma média de cinco metros cúbicos por segundo de água bruta, sendo aduzida de Imunana (Magé), à aproximadamente 15Km da ETA Laranjal, e bombeada através de três tubulações: uma de 800 mm, outra de 1000 mm e, finalmente, uma de 1400 mm.

A água bruta ao chegar na ETA é analisada bacteriologicamente, para detectar o grau de contaminação que apresenta, como também são realizadas determinações físico-químico. Essas determinações são realizadas em todas as etapas do processo, garantindo a eficiência do tratamento.

Em linhas gerais, a água passa pelos seguintes processos de tratamento:

Coagulação e Floculação
Tem por objetivo transformar as impurezas que se encontram em suspensão (partículas finas, bactérias, etc), materiais coloidais (cor, ferro, manganês oxidado, etc) e alguns materiais dissolvidos (dureza, ferro, manganês não oxidado, etc) em partículas gelatinosas (flocos).

Para o processo de coagulação, é utilizado o coagulante químico sulfato de alumínio que, após determinação em laboratório da dosagem ótima, é adicionado à água bruta em zona de grande turbulência (ressalto hidráulico, medidor tipo Parshall ou vertedor).

Após a mistura rápida, a água escoa para o floculador (zona de mistura lenta) para uma boa constituição e agregação das impurezas. Na ETA do Laranjal o floculador é do tipo hidráulico, provido de chicanas, com fluxo horizontal. No floculador pode ser adicionado um produto químico coadjuvante para auxiliar a floculação (polieletrólito).

A água floculada passa, através de canais, para a fase seguinte, que é a decantação.

Decantação
A água floculada escoa por gravidade para o decantador onde ocorre a separação das fases líquida (água) e sólida (flocos), em virtude da velocidade da água ser bem moderada nesta etapa. A ETA Laranjal possui sete decantadores retangulares, contendo vários poços para eliminação do lodo formado pelos flocos agrupados e decantados (sedimentados).

A quantidade da água decantada é excelente em relação à água bruta, mas não o suficiente para distribuí-la à população. Faz-se necessário a eliminação, por filtração, das partículas finas ainda existentes na terceira etapa do tratamento.

Filtração
A ETA Laranjal possui um total de quinze filtros para remoção das partículas finas. Nos filtros a água passa através de leitos de areia do tipo arestada cu rolada, com granulometria variando entre 0,50 a 0,65 mm, sustentada por camadas de seixos (cascalhos, pedras de diversos tamanhos), sob os quais existe um sistema de drenos.

Após a filtração são realizadas as seguintes determinações:

Verificação da remoção de materiais em suspensão e de substancias coloidais;

Verificação da redução de bactérias presentes, etc.

A água, após filtração, encontra-se tratada do ponto de vista físico-químico sendo, então, necessário realizar-se a desinfecção.

Fluoretação
Após a filtração é feita a fluoretação, através da adição de ácido fluosilícico, com objetivo de promover, principalmente nas áreas mais carentes, a prevenção da cárie dentária.

Desinfecção por Cloração
A desinfecção é realizada através de cloro gasoso, pr cloradores, até uma concentração na faixa de 2,5 a 3,5 mg/l. Para que a desinfecção se processe adequadamente é necessário que a água apresente um pH ácido (na faixa de 5,0 a 6,5), o que provavelmente foi atingido com a adição de sulfato de alumínio, na etapa de coagulação e adição de ácido fluossilícico após a filtração. Além disso, é necessário um tempo de contato na faixa de 2 a 4 horas, que se realiza no reservatório da ETA.

Para se garantir a qualidade da água, é necessário que o teor de cloro nos pontos de consumo seja de pelo menos 0,3mg/l . Caso o comprimento das redes adutoras seja muito longo, é necessário a recloração em alguns pontos da rede de distribuição.

Alcalinização
A alcalinização tem como objetivo a correção do pH da água a ser distribuída à população, por adição de cal (hidróxido de cálcio), evitando-se uma água ácida, água percorrerá até as residências.

Após ter atingido, finalmente, as condições ideais de consumo (padrão de potabilidade), a água é bombeada para um reservatório superior, de onde é distribuída, por gravidade, à população de São Gonçalo e Niterói e Paquetá.

Controle de Qualidade da Água Tratada:

A água tratada na ETA do Laranjal tem um rigoroso controle de qualidade, apresentando-se dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria no 36 do Ministério da Saúde de 1990, sendo realizadas análises físico-químicas e bacteriológicas rotineiramente, em todo a água distribuída.

Objetivos do Tratamento:

Em resumo, o tratamento da água tem por finalidade melhorar a qualidade da água de abastecimento público, tento principalmente, os seguintes objetivos:

Higiene: Remoção de bactérias, elementos nocivos (tóxicos), compostos orgânicos, protozoários, etc.

Estéticos: Remoção da cor, turbidez, odor e sabor.

Econômicos: Redução da corrosividade, dureza, ferro e manganês.

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