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terça-feira, novembro 19, 2024

Tratamento Multiprofissional à Terceira Idade

Autoria: Rita de Cassia

Tratamento Multiprofissional à Terceira Idade

Revisão Bibliográfica

O Idoso

O Envelhecimento

As principais manifestações somáticas, isto é, em geral do envelhecimento, são evidentes e de fácil observação, o mesmo pode ser definido como redução da capacidade de sobreviver, com diversas modificações, sendo estas fisiológicas, psicológicas, motoras, etc., estas alterações também desenvolve a dificuldade de adaptação do individuo ao meio ambiente e social que o mesmo esta inserido.

Muitos fatores podem afetar e acelerar o envelhecimento, sendo assim destacamos:

Poluição,
Tensão Emocional,
Alimentação,
Radicais Livres, entre outros.
Até aproximadamente o século XVIII, o velho, apesar das perdas físicas e funcionais, não era discriminado, o mesmo era reconhecido como um sábio devido á sua experiência de vida, sendo então, uma etapa prestigiada de existência humana. Porém a parir da Revolução Industrial o principal marco da discriminação e exclusão da velhice, atualmente segundo Georg Simmel, as grandes cidades não permitem que o mesmo envelheça, mas que apenas aterrorize-se trecho que demonstra claramente a marginalização dos idosos em sociedades evoluídas, esta realidade só se ameniza diante de capital, isto é, bens materiais, onde o idoso se protege da marginalização.

Mas na realidade deveremos focar que a vida não é unicamente biológica, ela é constituída por muitos fatores, isto é, construídos socialmente e culturalmente, então podemos afirmar que os estágios da vida são pré – determinados, então o envelhecimento é um fenômeno natural, e o mais importante dessa etapa “como em todas as outras” é a qualidade e vida, relacionada ao meio social e cultural que o mesmo está inserido. Porem o mais importante para atingirmos uma qualidade de vida satisfatória aos idosos é a Saúde.

Envelhecimento Natural e Ativo

O envelhecimento cronológico (por idade) é um processo biológico universal, uma experiência que afeta todos os indivíduos com a passagem do tempo.

Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas para a saúde, a participação e a segurança. A Organização Mundial de Saúde tem adotado o termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa visão.

O conceito de envelhecimento ativo é baseado no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas mais velhas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e auto – realização estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A palavra “ativo” refere-se á participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente á capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho.

O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, incapacitadas fisicamente, e que requerem cuidados.

A Importância da Qualidade de Vida

Qualidade de vida é um conceito que incorpora a saúde física, o estado psicológico, o nível de dependência, as relações sociais e crenças de uma pessoa. À medida que envelhecemos, a qualidade de vida é determinada por nossa habilidade de manter a autonomia e a independência.

O envelhecimento ativo nos permite participar da sociedade de acordo com nossos desejos, necessidades e capacidade.

1 – Autonomia

É a habilidade de controlar, tomar e arcar com decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias regras e preferências.

2 – Independência

É a habilidade de executar funções relacionadas á vida diária, isto é, a capacidade de viver independentemente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de outros.

3 – Equilíbrio

Atenção nas ruas e adoção de medidas úteis em casa podem ajudar a evitar quedas e acidentes. As quedas podem causar desde lesões leves, como contusões e torções, até muito graves, como as contusões cerebrais. Para quem sofre e osteoporose, o risco de fratura é maior e a recuperação, mais difícil.

4 – Memória

A memória tem uma função social. A Terceira Idade é o momento de desempenhar a alta função da lembrança, como diz a psicóloga Ecléa Bosi em Memória e Sociedade – Lembranças de Velhos.

A lembrança é a sobrevivência do passado. A memória da pessoa está ligada a memória do grupo; e esta ultima esta ligada á esfera maior da tradição, que é a memória coletiva de cada sociedade. É o modo como se vai formando a reconstrução do passado.

5 – Atividade Física

Política Nacional do idoso: “Incentivar e criar programas de laser, esporte e atividade física que proporcionem a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade”.

Exercícios físicos evitam doenças e deixam você mais ágil e independente, com mais vontade de viver e se divertir; com mais disposição para sair com amigos e familiares, namorar, fazer novos planos ou realizar desejos antigos. Nunca é tarde para começar.

Exercícios Físicos e Prevenção de Doenças Crônicas

Estudos demonstram que idosos ativos tem pressão arterial mais baixa que os não ativos.

No caso de diabetes, a atividade física traz múltiplos benefícios: facilita a queima de glicose pelos músculos, o que melhora o controle diário da doença; aumenta a ação dos medicamentos; reduz o peso corporal.

O termo “osteoporose” significa “osso poroso”; áreas ósseas antes compactas ficam porosas.

Essas condições resultam em ossos fracos, frágeis, que se quebram facilmente. As áreas mais afetadas são bacia, espinha e pulso. A atividade física diminui os riscos de fraturas, incidência e a severidade das quedas. Beneficia não só o conteúdo mineral ósseo, mas igualmente outros fatores relacionados aos riscos de fraturas como a força muscular, a flexibilidade, o tempo de reação e o equilíbrio – elementos fundamentais para o adequado controle do corpo em movimento.

Ajudam a reduzir obesidade, colesterol alto e risco de doenças do coração, combatendo também a depressão.

6 – Alimentação

Alimentação saudável é aquela que contém todos os nutrientes de forma equilibrada: carboidratos ou açúcares, proteínas, gordura, sais minerais, vitaminas, fibras, vegetais e água. Saber se alimentar é apenas fazer a escolha e a dosagem correta dos alimentos. Alimentar-se bem é a melhor maneira de combater a desnutrição e a obesidade e prevenir doenças como pressão alta e diabetes.

A pirâmide Alimentar é uma classificação dos alimentos de afinidade.

O Atendimento Multidisciplinar

Historicamente o atendimento era direcionado á doenças instaladas, isto é, com um único objetivo “tratar” e buscar a cura de uma determinada patologia, para a realização desta função, os principais profissionais que atuavam deste setor, normalmente médicos, enfermeiros e dentistas. Já que os mesmos, reconheciam as patologias, taravam e ofereciam aos enfermos os cuidados básicos para sua sobrevivência. E normalmente todas estas atitudes eram responsabilidade de apenas um (1) profissional.

A evolução deste quadro passou a diversificar as possibilidades de assistência a saúde, fator que motivou o aparecimento de áreas inexistentes para uma potencialização dos profissionais que focam o diagnostico e as terapêuticas utilizadas para o tratamento. Esta diferenciação pode ser observada claramente, a partir de dois importantes prismas:

A partir do momento que o atendimento deixa de ser centralizado em apenas um (1) profissional e passa a ser dividido por diversos profissionais, sendo cada um responsabilizado por uma área especificamente de assistência, sem sombra de duvidas o atendimento ao cliente torna-se muito mais competente e eficiente.

O fator negativo deste atendimento multidisciplinar é o risco e que o paciente seja subdividido em um conjunto de diferentes especialidades, diagnósticos e tratamentos.

Com certeza o atendimento multidisciplinar, principalmente ao idoso, devido a suas dificuldades e locomoção e a necessidade de presença de familiares e amigos , isto é, afeto é a chave do segredo de um trabalho onde atuam simultaneamente diversos profissionais em diferentes áreas da saúde, com uma integração adequada mantendo assim um controle eficiente, diante da patologia, seguindo os mesmos objetivos e estratégias adotadas como prioridade.

O Atendimento Multidisciplinar do Idoso

O atendimento multidisciplinar do idoso, busca muito mais que a busca ou controle das doenças. O principal objetivo do idoso atualmente é o de manter sua qualidade de vida, autonomia e bem- estar; isto é, programas de promoção á saúde entre os idosos, sendo então um “conjunto de ações” que provoquem mudanças no estilo de vida, objetivando a diminuição do risco de adoecer e morrer, estabilizando ou melhorando á saúde dos indivíduos (idosos) em sua totalidade, aliando á saúde física a sua complexidade social (OMS)”.

Quando citamos qualquer ação que promovam á saúde, estamos incluindo atuações nos campos: biológicos, psicossocial, político e legal, a fim que o idoso tenha uma completa e integrada “promoção de saúde”.

Vantagens e Desvantagens do Atendimento Multidisciplinar.

É muito complexo classificar as principais vantagens e desvantagens deste atendimento.

É indiscutível a importante vantagem ao atendimento multidisciplinar ao idoso, mas também, existem diversas desvantagens, sendo elas:

O Custeio;

O custo de um atendimento multidisciplinar limita muita sua expansão, devido á seu alto custo, o que provavelmente ocorra é o entrosamento entre clientes, isto é, a formação de grupos, que entre outras vantagens, atimiza o período de trabalho dos profissionais, diminuindo assim o seu custo.

A Organização e Manutenção da Equipe;

É de extrema importância e dificuldade, manter uma equipe em atuação, mantendo seus princípios básicos de organização e manutenção, ambos são fundamentais para o bom desenvolvimento e conclusão da promoção da saúde, entre outros.

Um importante modelo de Assistência Multidisciplinar ao idoso (GAMIA), nos mostra a importância da promoção de Saúde do Idoso.

Mantendo um grupo de aproximadamente dez (10) especialidades diferentes, sendo elas:

Fisioterapia, Psicologia, Enfermagem, Medicina, etc.

Com um único intuito de promover a saúde do idoso, isto é, nos mostra que ainda falta muita conscientização e a valorização dos aspectos preventivos e de promoção aos idosos, porém que estes clientes e seus familiares necessitam de promoção de saúde, nesta faixa etária.

A avaliação Global do Idoso

As queixas, a evolução dos problemas o grau de incapacidade funcional;
A integridade cognitiva afetiva,as necessidades básicas alternadas;
A modificação em uso ;
O relacionamento familiar;
As dificuldades sócio-econômico, suporte disponível, etc.
A Avaliação Bio-Funcional

Os fatores de risco e doenças crônicas as limitações funcionais de todos os sistemas orgânicos do idoso.
A avaliação da locomoção e mobilidade;
A avaliação do cuidado corporal, pele e temperamentos:
A avaliação do grau de dependência;
A avaliação do sistema sensorial.
As Atribuições no Atendimento Multidisciplinar ao Idoso

Conhecer o funcionamento e o programa de atendimento ao qual está inserido.
Planejar, desenvolver, auxiliar com os outros profissionais o programa de atendimento geral: critério de admissão, acompanhamento e alta.
Participar das reuniões técnicas e administrativas.
Preparar, orientar o idoso, o familiar e os cuidadores para que eles possam compreender o processo de assistência de enfermagem e interdisciplinar.
Estimular o idoso para o autocuidado e adaptações necessárias no meio- ambiente e social que o mesmo está inserido.
Orientar, educar, adaptar o ambiente do idoso quando necessário nos âmbitos (físico, emocional, social).
Realizar e participar de pesquisas relacionadas a este seguimento.
Coordenar as ações da enfermagem, determinar as prioridades da assistência de enfermagem, planejar, realizar, avaliar as visitas implementar as consultas de enfermagem.
Orientar, educar o idoso (família) e cuidados, sobre as realizações dos cuidados prestados.
Capacitar e equipe de enfermagem inserida no programa.
Capacitar os familiares aos cuidados no atendimento as necessidades básicas e na continuidade do tratamento.
Estimular o idoso ao autocuidado e avaliar as dificuldades.
Proporcionar ao idoso e a família os principais cuidados, isto é, conforto, apoio nos casos de morte, perdas, agonia etc.
Realizar o relacionamento interpessoal afetivo.
Realizar os encaminhamentos necessários aos outros profissionais.
Durante sua existência, o ser humano ocupa vários espaços sociais:

Família, Trabalho, Lazer, Vizinhança, Moradia, etc., que influencia seu ‘’estar’’ no mundo e as formas de relacionamento com as pessoas. Sendo comum a maior permanência do idoso em seu próprio domicilio e ou locais mais próximos, isto pode ser um espelho de sua condição econômica, física, emocional e social. Para muitos idosos o domicilio, a família e a vizinhança, ou melhor, o conhecimento, acaba sendo tudo o que possuem, logo é importante destacar os laços estabelecidos com o espaço, os objetos e as pessoas, como fatores de garantia para a manutenção de seu equilíbrio e sentimento de segurança, todavia cuidados devem ser tomados para que está atenção não favoreça uma situação de confinamento ou asilamento domiciliar.

Atender aos desafios decorrentes das mudanças na estrutura etária do país que envolve o crescimento da população idosa. Implica múltiplas tarefas dentre as quais é assegurar a equidade na distribuição dos recursos e das oportunidades sociais.

A importância da Gerontologia

É muito importante que o profissional que atua diariamente com a população idosa, tenha uma formação em gerontologia, pois segundo os próprios profissionais este tipo de curso modifica na maioria das vezes a sua visão e atuação com o idoso, principalmente na interação, comunicação e na possibilidade de compreender e respeitar as mudanças, limites e dificuldades vivenciadas por eles.

Outro fator importante que é por diversas vezes citado, mas que muitos profissionais não compreendem é a necessidade de afeto, atenção e qualidade na assistência prestada ao idoso, para que assim possa suprir suas necessidades básicas e fornecer a ele uma melhor qualidade de vida.

A Sociedade e o Idoso

A Visão da Sociedade Perante o Idoso

A velhice é um fenômeno histórico, social, cultural, enfim, multifacetado e multidisciplinar. Perpassa as trajetórias de vida pessoal e social e só pode ser compreendida em determinado tempo, espaço, classe social relações de gênero e de etnia, dentre outras variáveis.

O processo de envelhecimento não se resume aos aspectos demográficos. Sua complexidade exige que seja estudado por diversas disciplinas, sob múltiplos ângulos. É um fenômeno que percorre toda a história da humanidade mas apresenta características diferenciadas de acordo com a cultura, com o tempo e com o espaço.

Destacando a trajetória histórica da questão da velhice, Callis (1996), procura demarcar as diferenças culturais nas formas de encarar o envelhecimento e de tratar os idosos. Remete-se às civilizações diferenciadas, como os esquimós, que são incitados aos suicídios, enquanto entre os hotentores, na África, só são respeitados os idosos lúcidos e descartam aqueles que perderam a lucidez. Cita, também, o ritual de antigas aldeias japonesas que conduziam os velhos para as “montanhas da morte”. Situação inversa vivem os idosos na cultura dos Yahgans, na Terra do Fogo, que são respeitados como detentores do saber e fazem parte do “Conselho dos Velhos”, instância deliberativa máxima da comunidade.

No Sudão, a comunidade dos Zandas também respeita os idosos, por considerá-los detentores do poder mágico, situação semelhante dos índios Navajo. Na China há uma filosofia que valoriza os idosos, respaldada em Confúcio e em Lao-Tsé, segundo o qual “é aos 60 anos que o homem se torna capaz de se libertar de seu corpo e de se tornar santo”. (1996:24). Cita o exemplo da escritora americana Pearl Buck, que viveu muitos anos na China, que afirma em seu livro “Minha Vida”, que uma civilização só tem força se tratar bem de seus desvalidos. Buck presenciou a mudança que melhorou a situação dos idosos norte-americanos após a II Guerra Mundial.

Callis

se remete ao Egito de 2500 anos (a.c), em que Ptah-Hotep lamenta as vicissitudes da velhice. Registra, também a valorização que a Bíblia, no livro Provérbios, parece destinar aos velhos, quando assinala que “Os cabelos brancos são uma coroa de honra”. (1996:26) Conclui afirmando ser paradoxal a vida dos idosos na civilização ocidental, que acaba se resumindo aos termos cronológicos.

Mas o envelhecimento só emerge enquanto fenômeno social de alta relevância a partir do nosso século, testemunha de maior expectativa de vida e de avanços nas áreas da saúde, do saneamento básico, da tecnologia e da questão ambiental principalmente nos países do chamado Primeiro Mundo. As condições objetivas de vida da população interferem diretamente sobre o envelhecimento, tanto no aumento quantitativo da expectativa de vida quanto na qualidade oferecida aos que envelhecem através de políticas sociais, principalmente nas áreas da saúde, da previdência e da assistência. Nos países onde se instaurou o Estado de Bem-Estar Social, os idosos contaram, como os demais setores mais frágeis da sociedade, com programas e serviços que lhes garantiam um final de vida amparado, pelo menos do ponto de vista material. Não é, portanto, por acaso serem os países da Europa, os Estados Unidos da América e o Japão, os de maior expectativa de vida, além de uma participação expressiva de pessoas com mais de 60 anos nas pirâmides etárias de suas respectivas regiões.

A própria Organização Mundial de Saúde têm parâmetros diferenciados para o início do processo de envelhecimento. Entende, desde 1982, que nos países mais ricos o patamar começa aos 65 anos enquanto que nos países subdesenvolvidos (ou em desenvolvimento para os mais otimistas) se inicia aos 60 anos.

Aspecto

Um aspecto atraente é um grande reforçador do moral; parecer bem significa que a pessoa mais se sente bem. Uma vez que as pessoas mais velhas Poe vezes cuidam de sua aparência, elas precisam ser estimuladas a ter um bom aspecto.

Homens e mulheres apreciam igualmente roupas bonitas ou um pouco de cor para avivar a sua aparência. Mesmo alguns homens conservadores parecem gostar de pijamas de cores alegres. Uma pequena flor na lapela do roupão de banho de um homem alegrará o seu espírito. A barba feita e um corte de cabelo faz para o homem o que o batom faz para a maior parte das mulheres. Quase todos acham refrescante a fragrância de certos polvilhos e colônias. Isso possui um apelo especial quando o odor se harmoniza com a personalidade do individuo. Seguramente, a equipe será capaz de encontrar pelo menos algo que ajudará imensamente a animar um paciente mais velho.

A Família

A idéia que as pessoas mais velhas são rejeitadas por suas famílias é um exagero. As pessoas idosas geralmente não são ignoradas pela família nem estranhas aos seus filhos. Muitas vivem um dia de trabalho de um membro da família. A cooperação da família deve ser solicitada tão logo possível no tratamento do paciente, a fim de assegurar o cuidado de convalescença e a proteção contra possíveis complicações e posteriores recidivas da doença. Fornecer informações a respeito da velhice é útil para s famílias na promoção de compreensão, apoio e relacionamentos melhores com os membros mais velhos da família.

Uma crise evolutiva se dá quando a saúde mental ou física de um pai idoso começa a declinar. A incapacidade de o pai viver independentemente estabelece novas solicitações para os filhos adultos que se defrontam como tomar decisões criticas nesse ponto decisivo nas suas próprias vidas. À medida que ocorre uma mudança de papeis, pode haver sentimentos de culpa e de raiva, conflitos não resolvidos, tensão financeira e pressões sociais. A equipe deve reconhecer e compreender que a família provavelmente possui sentimentos ambivalentes a respeito dos cuidados com o pai. Opções alternativas que a família pode considerar são fornecimentos de serviços de apoio, tais como serviços cuidados domésticos, “Refeições sobre Rodas”, visitas pela equipe de saúde comunitária e contatos mais freqüentes da família para ajudar ao paciente a continuar viver no ambiente presente. Se o paciente não puder continuar a ser independente, um serviço de cuidados ampliados ou casa de retiro podem se a reposta. Ou os filhos podem ter pai morando com um deles, embora áreas de atrito potenciais posam surgir com respeito á falta de espaço e de privacidade, entretenimento de amigos (igualmente dos filhos adultos e dos pais), despesas, recreação, férias, criação dos filhos e administração das tarefas domesticas. Tais conflitos devem ser previstos, identificados e discutidos, e esforços devem ser empreendidos para resolver tais problemas em breve. A equipe pode ajudar proporcionando o clima terapêutico no qual a família possa ventilar os seus sentimentos, reduzir a ansiedade e a culpa, procurar opções e estabelecer prioridades.

Contribuições Psicossociais ao Paciente Internado

Um paciente recém – admitido deve ter a sensação de ser bem – vindo e de estar em casa a ser apresentado aos pacientes vizinhos se as circunstancias permitem. Por ocasião desse encontro inicial, a equipe pode observar qualquer incapacidade, tais como dificuldade de audição, tremor de uma extremidade, problemas na mobilidade etc. em pacientes idosos, mais do que em pacientes jovens, uma mudança repentina de ambientes familiares para a rotina impessoal de um hospital pode reduzir uma sensação de insegurança e estresse emocional. A equipe compreensiva pode fazer muita para ajudar o paciente a vencer o aborrecimento de transição entre o lar e a intuição. Colocar o paciente próximo a um outro paciente proporciona uma oportunidade de falar para alguém e ajuda na execução das adaptações necessárias ao ambiente hospitalar.

Tocar a mão ou ombro do paciente quando se está dando uma explicação é especialmente útil na promoção de aceitação, relaxamento e confiança. Muitas pessoas mais velhas perderam os seus contatos sociais, e a equipe pode ser a única pessoa “que se preocupa”.

Algumas vezes a transição para um novo ambiente pode provocar estado temporário de ansiedade, confusão, regressão e desorientação. Comportamento senil pode ser exibido em causa fisiológica. O paciente pode ser erroneamente julgado como sendo senil quando a causa real é medo, depressão e uma sensação de inadaptação desesperada. Quando ocorrem sintomas e comportamento de senilidade, tais como, incontinência etc., proceda na suposição de que são temporários. A abordagem de a equipe dever ser positiva, transmitindo a idéia de que os problemas podem ser modificados.

A fim de reduzir o estresse psíquico, as alterações devem ser feitas ao mínimo.o mesmo pessoal deve cuidar do paciente, sempre que possível. O ambiente dever ser mantido simples e previsível, e uns poços pertences do paciente devem estar bem vistas. A rotina normal deve ser escrita no plano de cuidados da equipe e seguida de maneira a proporcionar confiança. Uma vez que algumas vezes é difícil para os velhos lembrar-se de nomes de lugares e de acontecimentos recentes, especialmente em uma situação que provoca ansiedade, tal como a hospitalização, a equipe deve identificar- se pelo nome de cada contato. Para minimizar a confusão que ocorre muitas vezes com a hospitalização, a família e os amigos do paciente são estimulados a manter contato e visitá-lo freqüentemente.

Como os demais, as pessoas mais velhas respondem a sugestões. É útil lembrar ao paciente de sucessos passados e observar que cada período da vida também possui os seus problemas, benefícios e gratificações singulares. Aceitar o paciente como ele é dar-lhe-á a segurança de que há pessoas que se preocupam e que ajudarão quando preciso. A demonstração de respeito e de amizade fará muito para aumentar a auto- estima e mobilizar os recursos pessoais para auxílio próprio.

Os idosos temem a solidão e a dependência com todas as suas dores e angustias acompanhantes. Tão logo o paciente entre no hospital, referencias e planos devem ser feitos com relação á alta do hospital. Isso afasta muito de sempre presente temos de invalidez, dependência e morte. Todas as atividades da equipe estão orientadas para a recuperação da capacidade de cuidar de si.

A equipe bem – sucedida reconhece inicialmente as diferenças nas pessoas mais velhas. Algumas podem der e velhas fisicamente frágeis, porém mentalmente alerta e forte de espírito. Muito prontamente pode-se identificar um sendo de humor inerente, um estado de espírito filosófico ou uma personalidade contrariada e deprimida, muitas vezes o temperamento do paciente orientará o curso do progresso. A observação perspicaz dessas manifestações representará um desafio para a equipe no desenvolvimento do plano de cuidados.

Uma rotina fixa proporciona uma sensação de segurança para algumas pessoas idosas. Saber que uma determinada atividade tem lugar em uma hora determinada proporciona um horário que pode ser antecipado e planejado. A equipe pode transmitir alem disso uma sensação de aceitação lembrando-se dos anseios e das peculiaridades do paciente mesmo quando eles parecem triviais.

Antes que os procedimentos ou exames sejam executados ou as grades laterais do leito colocadas no lugar, devem ser dadas explicações a fim de eliminar os temores e as tensões. Visto que as pessoas idosas não gostam de ser apressadas, deve ser permitido tempo bastante na preparação um tratamento. Todo esforço deve ser realizado para ajudar ao paciente mais velho a sentir confiança naqueles responsáveis pela prestação dos cuidados.

O Atendimento de Saúde ao Idoso.

O envelhecimento como já sabemos é marcado por perdas e desilusões, porem por mais que o envelhecimento seja individual, o ser humano é social e sofre as influencias da sociedade. A vida não é unicamente biológica, a qualidade de vida e, conseqüentemente a qualidade do envelhecimento é extremamente relacionada com a visão que os mesmos possuem da sociedade onde ele esta inserido.

Tratamento ao Paciente Idoso.

A equipe gerontológica, é um desafio crescente no mundo atual. Á medida que mais pessoas idosas se tornam parte da clientela da equipe, todos os recursos científicos e humanísticos estão abertos. Não somente há problemas médicos e necessidades de cuidados múltiplos que devem ser tratados simultaneamente, mas problemas psicológicos e sócios- econômicos que também devem ser atendidos. Em geral, um paciente idoso requer 20% mais tempo de cuidados de saúde e de assistência geral do que um paciente mais jovem.

Quando nos aproximamos de uma pessoa idosa e frágil com doenças múltiplas que necessitam de varias formas de tratamento, é necessário mais do que a extensão habitual de avaliação, julgamento clínico e competência desta equipe. A equipe gerontológica requer compreensão da condição humana aumentada por compaixão, paciência e respeito. Ao mesmo tempo, podem ser obtidas grandes recompensas interagindo e aprendendo com as pessoas que acumulam uma experiência de toda uma vida adaptando-se e lutando de maneira bem sucedida com importantes crises sociais, econômicas e pessoais. O principio fundamental na abordagem do paciente idoso é reconhecer e respeitar a individualidade e a singularidade da pessoa.

A Política do idoso em Nossa Sociedade

A Política do Idoso

Atualmente a política do idoso oferece inúmeros benefícios aos idosos, infelizmente a grande maioria destes benefícios ainda não são possíveis à grande parcela da população idosa, por inúmeros motivos, tais como:

Falta de informação;
Pouca divulgação, etc.
Diversos benefícios nem sequer saíram do papel, devem ser reivindicadas com a força e poder da ação da população idosa e dos nossos políticos.

Iremos citar alguns dos mais importantes direitos e benefícios do idoso, como à saúde, educação, lazer, etc.

Depois de anos de discussão, finalmente foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado no dia 1º de outubro de 2003, pelo presidente da República, a Lei 10.741/03, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso.

Trata-se de Legislação moderna, na mesma linha da Lei de Ação Civil Pública, do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código do Consumidor.

A aprovação do Estatuto do Idoso demonstra preocupação da sociedade brasileira com o seu novo perfil populacional. O Brasil não é mais um país de jovens, mas um país em acelerado processo de envelhecimento. Esse perfil populacional exige do Estado e da sociedade ações efetivas voltadas à garantia dos direitos fundamentais das pessoas envelhecidas.

Importante observar que no início do século XX a expectativa de vida da população brasileira era apenas de 33 anos. Nesse contexto, portanto, a velhice não se colocava como questão social relevante, até mesmo porque o número de velhos era pequeno e a velhice era tratada como questão doméstica, do mundo privado.

Com o aumento da expectativa de vida da população (hoje já se aproxima dos 70 anos) e a conseqüente organização dos idosos, que passaram a lutar por um sistema de aposentadoria capaz de garantir-lhes dignidade, por um sistema de saúde adequado, por espaços de lazer, por leis mais duras contra atos de violência contra eles praticados nos próprios lares, a questão do envelhecimento transformou-se em questão pública.

Todo esse movimento estimulou o Legislativo a construir, com a decisiva colaboração da sociedade civil, um conjunto de normas voltadas a dar efetividade aos dispositivos constitucionais que garantem dignidade a todo ser humano, independentemente de sua idade.

Dentro de uma cultura jurídica em que as leis valem mais que a Constituição, quando o racional seria o contrário, elaborou-se o Estatuto do Idoso, o qual – é o que se espera – deve contribuir decisivamente para um mais amplo conhecimento e respeito dos direitos fundamentais dos idosos.

Por outro lado, é importante que se diga que o Estatuto do Idoso não irá eliminar instantaneamente de uma vez por todas e para sempre todas as discriminações e violências praticadas contra os idosos. O Estatuto apresenta-se apenas como mais uma ferramenta – muito importante, diga-se de passagem – de um processo voltado à construção de um espaço em que a dignidade da pessoa humana ocupe espaço de eminência.

No Brasil, apesar de a Constituição de 1988 determinar que o respeito à pessoa humana deva ser a principal conduta das autoridades e dos cidadãos, a grande maioria da população continua abandonada e privada dos seus direitos fundamentais. Por isso, não adianta pensar que a proteção aos idosos através de uma lei especial irá resolver os problemas desse segmento populacional. As carências e os sofrimentos dos idosos não começam na velhice. O velho sofrido e aviltado em sua dignidade é, na maioria das vezes, resultado de uma infância abandonada, de uma adolescência desprezada, de uma vida adulta marcada pelo desemprego.

Antes essa observação, vê-se que o Estatuto do Idoso não eliminará todas as violências e privações as quais os idosos estão submetidos.

As normas registradas no estatuto do Idoso consoante as quais as pessoas com mais de 60 anos têm direito à vida, à liberdade, ao respeito , à dignidade, aos alimentos, à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à profissionalização, à previdência, à assistência, à habitação, ao transporte não são suficientes para garantir concretamente esses direitos. Se os idosos não tiverem consciência de que esses direitos existem e que as autoridades e demais cidadãos devem agir no sentido de afirmá-los, de nada terá adiantado todo o esforço para sua elaboração e vigência. A lei por si só não é capaz de mudar a realidade. Ela necessita da disposição de todos no sentido de cumpri-la.

As medidas de proteção também são insuficientes para garantir que os idosos não mais serão vítimas de violência, contudo se constituem em previsão importante para evitar abusos e vacilações do Poder Judiciário no sentido de punir aqueles que maltratam as pessoas envelhecidas.

O papel do Ministério Público inscrito de forma tão clara no Estatuto do Idoso representa um avanço importante na luta pela afirmação da dignidade da pessoa humana, mas não suficiente se o Poder Judiciário não se comprometer com esse processo, inclusive por meio da criação de Varas Especializadas para atendimento das demandas dos idosos.

Por fim, esperava-se que o legislador impusesse penas severas contra aqueles que violentam os idosos em sua dignidade e contra parentes que se apropriam indevidamente de suas rendas. Lamentavelmente isso não aconteceu. Observa-se no Estatuto do Idoso enorme complacência do legislador com aqueles que vulneram os direitos fundamentais dos idosos, na medida em que inscreveu como norma o dispositivo consoante o qual os crimes punidos com até quatro anos de prisão devem ser tratados como de menor potencial ofensivo.

Ora, os crimes de menor potencial ofensivo não podem ser definidos de forma distinta por cada nova legislação penal, por mais específica que seja, sob pena de causar distinções iníquas, não agasalhadas pela Constituição. Por outro lado, alterar a todo momento o que se deve entender por crime de menor potencial ofensivo só traz instabilidade para a sociedade, na medida em que norma posterior mais benéfica sempre será invocada para poupar de punição autores contumazes de condutas delituosas.

A lei 9.099/95 em seu art. 61 estabeleceu crimes de menor potencial ofensivo aqueles cuja pena privativa de liberdade é de até um ano. Com o advento da Lei dos Juizados Federais Criminais, os tribunais de todo País têm entendido que referidos crimes passaram a ter nova definição, alcançando todos aqueles cuja pena privativa de liberdade não ultrapassa dois anos.

Com o art. 94 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), os acusados de prática de crime contra pessoas com mais de 60 anos, cuja pena não seja superior a quatro anos de prisão passam a gozar de tratamento privilegiado em relação aqueles acusados de crimes cuja pena é maior de dois anos.

Argumento de que os crimes previstos no Estatuto do Idoso são específicos e sem paralelo não pode subsistir porquanto o instituto crime de menor potencial ofensivo não pode ter várias definições.

Não parece razoável entender como crimes de menor potencial ofensivo aqueles com grande poder devastador sobre a dignidade dos idosos. Por conta disso, o art. 94 da lei 10.941/03 merece ser declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

Casas

de Repouso

Portaria nº 810/89

Aprova normas e os padrões para o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições destinadas ao atendimento de idosos, a serem observados em todo o território nacional.

O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições considerando:

O aumento da população de idosos no Brasil;
A associação do processo de envelhecimento a condições sociais e sanitárias que demandam atendimento específico;
A necessidade de estabelecerem-se normas para que o atendimento ao idoso em instituições seja realizado dentro de padrões técnicos elevados, resolve:
I- Ficam aprovadas as normas e os padrões para o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições destinadas ao atendimento de idosos, a serem observados em todo o território nacional.

II- O órgão competente da Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde, se articulará com as Secretarias de Saúde, a fim de orienta-las sobre o exato cumprimento e interpretação das normas aprovadas.

Definição

Consideram-se como instituições específicas para idosos os estabelecimentos, com denominações diversas, correspondentes aos locais físicos equipados para atender pessoas com 60 ou mais anos de idade, sob regime de internato ou não, mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado e que dispõem de um quadro de funcionários para atender às necessidades de cuidados com a saúde, alimentação, higiene, repouso e lazer dos usuários e desenvolver outras atividades características da vida institucional.

Organização

Administração

Estatutos e Regulamentos

Toda instituição de atenção ao idoso deve ter um estatuto e regulamentos onde estejam explicitados os seus objetivos, a estrutura da sua organização e, também, todo o conjunto de normas básicas que regem a instituição.

Direção Técnica

As instituições para idosos devem contar com um responsável técnico detentor de título de uma das profissões da área de saúde, que responderá pela instituição junto à autoridade sanitária.

As instituições que tem entre as suas finalidades prestar atenção médico-sanitária aos idosos devem contar em seu quadro funcional com um coordenador médico.A designação de especialização em geriatria e gerontologia deve obedecer às normas da Associação Médica Brasileira (AMB).

Funcionamento

Alvará

Todas as instituições específicas para idosos devem efetuar o registro no órgão sanitário competente a nível estadual ou municipal, ou no órgão correspondente no Distrito Federal.

Até a data da vigência desta Portaria, será concedido registro, em caráter precário, às instituições existentes, que não se enquadram nas normas aqui estabelecidas, sendo concedido prazo de até 12 meses para as adaptações imprescindíveis, a critério da autoridade sanitária.

A partir da vigência destas normas, só será concedido registro às instituições que se adequarem às presentes disposições.

As instituições que se propõem ao atendimento de pacientes (clínicas e hospitais geriátricos), deverão atender prioritariamente ao disposto na Portaria 400, do Ministério da Saúde de 06 de dezembro de 1977.

O alvará de funcionamento poderá ser cassado pela autoridade sanitária a qualquer momento, desde que haja infringência às normas estabelecidas por esta Portaria.

Registro de Informações e Dados

Registro de Admissão

As instituições deverão manter um registro atualizado das pessoas atendidas, constando de nome completo, data de nascimento, sexo, nome e endereço de um familiar ou do responsável, caso o atendimento não se deva à decisão do próprio idoso.

Além dos dados acima devem ser anexadas ao registro informações demonstrando a capacidade funcional e o estado de saúde do indivíduo, a fim de adequar os serviços às necessidades da pessoa a ser atendida. Serão anotados neste registro todos os fatos relevantes ocorridos no período de atendimento relacionados à saúde, bem estar social, direitos previdenciários, alta e/ou óbito.

Prontuário

As instituições que se propõem a atender o idoso enfermo devem manter o prontuário de atendimento contendo descrição da evolução dos pacientes, ações propedêuticas e terapêuticas.

Relatórios

As instituições deverão produzir e manter arquivado um relatório mensal, que poderá ser exigido a qualquer momento pela autoridade sanitária competente, contendo o nome dos internos, um sumário da situação de cada um no que se refere à saúde e as necessidades sociais e também informações de caráter administrativo.

Área Física e Instalações

A área física destinada a atender os idosos deve ser planejada levando-se em conta que uma parcela significativa dos usuários apresenta ou pode vir a apresentar dificuldades de locomoção e maior vulnerabilidade a acidentes, o que justifica a criação de um ambiente adequado. Assim sendo, é exigível:

As instituições específicas para idosos deverão funcionar, preferencialmente em construções horizontais de caráter pavilhonar. Quando dotadas de mais de um plano e não dispuserem de equipamento adequado como rampa ou elevador para a circulação vertical, estas instituições só poderão atender pessoas imobilizadas no leito e com problemas locomotores ou psíquicos, no pavimento térreo.
Os prédios deverão dispor de meios que possibilitem o rápido escoamento, em segurança, dos residentes, em casos de emergência, de acordo com as normas estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros ou, quando inexistir essa corporação no local, pela Coordenadoria de Defesa Civil do Município.
Acessos

Os acessos ao prédio deverão possuir rampa com inclinação máxima de 5%, largura mínima de 1,50m, dotada de guarda-corpo e corrimão, piso revestido com material não derrapante, que permita o livre rolamento de cadeiras de rodas, inclusive.

Exige-se que existam no mínimo dois acessos independentes, sendo um deles para os idosos e outro para os serviços.

Portas e Esquadrias

As portas externas e internas devem ter uma luz de 0,80m no mínimo, dobradiças externas e soleiras com bordas arredondadas. Portas de correr terão os trilhos embutidos na soleira e no piso, para permitir a passagem de nível, especialmente para cadeira de rodas.

As portas dos sanitários devem abrir para fora, e devem ser instaladas de forma a deixar vãos livres de 0,20m na parte inferior.

As maçanetas das portas não deverão ser do tipo arredondado ou de qualquer outra forma que dificulte a abertura das mesmas.

Circulação Interna

Horizontal

Os corredores principais das instituições a serem instaladas, após a entrada em vigor desta Portaria, deverão ter largura mínima de 1,50m. Exige-se que todas as instituições já existentes ou que venham a ser criadas equipem os corredores com corrimão em ambos os lados, instalados a 0,80m do piso e distantes 0,05m da parede.

Não se permite a criação de qualquer forma de obstáculos à circulação nos corredores, incluindo bancos, vasos e outros móveis ou equipamentos decorativos.

Circulação Vertical

Escadas

As escadas devem ser em lances retos, com largura mínima de 1,20m, dotadas de corrimão em ambos os lados não devendo existir vão livre entre o piso e o corrimão. Os espelhos do primeiro e do último degraus devem ser pintados de amarelo e equipados com luz de vigília permanente.Exige-se que as escadas tenham portas de contenção com molas e travas leves, que as mantenham em posição fechada.

Rampas

Devem obedecer às especificações descritas no item “acesso” e devem ser instaladas em todos os locais onde exista mudança de nível entre 2 ambientes.

Elevadores e Monta-Cargas

Obedecerão às Normas estabelecidas na Portaria n° 400, do Ministério da Saúde, de 06 de dezembro de 1977.

Instalações Sanitárias

Os sanitários deverão ser separados por sexo e obrigatoriamente equipados com barras de apoio instaladas a 0,80m do piso e afastadas 0,05m da parede, tanto no lavatório, como no vaso sanitário e no “box” do chuveiro. Devem ser instalados no mesmo pavimento onde permanecerem os idosos atendidos.

Vaso Sanitário

Deve ser instalado sobre um sóculo de 0,15m de altura, na proporção de 1 vaso sanitário para cada 6 pessoas. No caso das paredes laterais ao vaso sanitário serem afastadas, deverá ser instalada em ambos os lados do vaso uma estrutura de apoio em substituição às barras instaladas na parede.

Chuveiro

Deve ser instalado em compartimento (box) com dimensões internas compatíveis com banho em posição assentada, dotado obrigatoriamente de água quente e na proporção de 1 chuveiro para cada 12 leitos.

Bacia Sanitária (BIDET)

Quando existente, deve ser instalada sobre um sóculo de 0,15m de altura, e equipada com a mesma estrutura de apoio descrita para o vaso sanitário.

As banheiras de imersão só serão permitidas nas salas de fisioterapia.

Iluminação, Ventilação, Instalações Elétricas e Hidráulicas

Deverão obedecer aos padrões mínimos exigidos pelo código de obras local.

É obrigatória a instalação de luz de vigília nos dormitórios, banheiros, áreas de circulação, no primeiro e no último degraus da escada.

Áreas Mínimas

Dormitório

A medida linear mínima dos dormitórios é de 2,5m.

A área mínima para um dormitório é de 6,5m² quando equipado com apenas 1 leito, e de 5m² por leito para até 4 leitos, sendo este o número máximo recomendável por dormitório.

Aquelas instalações já existentes com dormitórios tendo acima de 4 leitos deverão seguir as normas em vigor do Ministério da Saúde para enfermarias.

É expressamente vetado o uso de camas tipo beliche, camas de armar ou assemelhadas e a instalação de divisórias improvisadas que não respeitem os espaços mínimos ou que prejudiquem a iluminação e a ventilação, conforme estabelecido pelo código de obras local.

A distância mínima entre dois leitos paralelos deve ser de 1,0m e de 1,50m entre um leito e outro fronteiriço. Recomenda-se que a distância mínima entre o leito e a parede que lhe seja paralela deva ser de 0,50m.

Sala Para o Serviço de Nutrição e Dietética

É constituída por cozinha, refeitório e despensa, sendo que o refeitório poderá também servir como sala para a realização de atividades recreativas e ocupacionais, com área mínima de 1,5m² por pessoa para instituições com capacidade para até 100 pessoas.

Área de Recreação e Lazer

Todas as instituições deverão contar com área destinada à recreação e ao lazer, inclusive de localização externa, com área mínima de 1m² por leito instalado.

Área para Atividades de Reabilitação

Aquelas instituições que se propõem a executar ações visando a reabilitação funcional e cognitiva deverão possuir instalações específicas com área mínima de 30m² e dotadas de pia com bancada, sanitário próximo, mobiliário e equipamento específicos estipulados por profissionais legalmente habilitados, inscritos no conselho de profissionais da área respectiva.

Limpeza e Higienização

As dependências deverão ser mantidas em perfeitas condições de higiene e asseio.

Todo o lixo deverá ser acondicionado em sacos plásticos apropriados, conforme norma técnica da ABNT. Deverá ser prevista lixeira ou abrigo de lixo externo à edificação para armazenamento dos resíduos até a coleta municipal.

Tipos de Materiais de Construção

As paredes e tetos deverão possuir revestimento lavável de cores claras, permitindo limpeza e desinfecção. Não é permitida a instalação de paredes de material inflamável com o objetivo de dividir ambientes.

Os revestimentos dos pisos devem ser preferencialmente monocromáticos e de material de fácil limpeza e antiderrapante, nas áreas de circulação, banheiros, refeitórios e cozinha.

Mobiliário e Equipamentos Básicos

A disposição do mobiliário deve possibilitar fácil circulação e minimizar o risco de acidentes e incêndio.

Nas instalações sanitárias e na cabeceira de cada leito ocupado por residente com dificuldade de locomoção, deverá ser instalado um botão de campainha ao alcance da mão.

É desejável a instalação de telefone comunitário para uso dos idosos.

Recursos Humanos

As instituições para idosos em geral devem contar com:

assistência médica
assistência odontológica
assistência de enfermagem
assistência nutricional
assistência psicológica
assistência farmacêutica
atividades de lazer
atividades de reabilitação (fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia)
serviço social
apoio jurídico e administrativo
serviços gerais
O dimensionamento da equipe multiprofissional necessária à assistência ao idoso institucionalizado deverá se basear:

a) nas necessidades da população atendida;

b) na disponibilidade de recursos humanos regionais ou locais;

c) nos critérios dos respectivos conselhos regionais de profissionais.

Assim, mostramos a formação estrutural, física, arquitetônica e profissional desta clínica de repouso pública “localizada” na Cidade de Santo André, ABC Paulista.

Planta Física – Casa de Repouso.

Esta planta física mantém normas e regras acima descritas.

Pesquisa de Campo

Complementações sobre à Área Física da Clínica de Repouso

O imóvel ocupado pela Clinica de Repouso foi modernizado, com a eliminação das escadas e a instalação de rampas e corrimãos em todas as áreas disponibilizadas aos clientes. O local é aprazível, de fácil acesso e tem jardins que permitem o seu uso pelos nossos idosos.

Possui dez (10) quartos – suítes, contando com um total de treze (13) leitos fixos. Além disso a clínica possui duas (2) salas espaçosas e amplas, uma copa e uma cozinha, quatro (4) banheiros, um (1) salão para recreação e atividades físicas e uma área livre bastante agradável e arejada.

Os suportes não visíveis ao visitante, a casa é equipada com o mais moderno sistema de gás atualmente disponível no mercado, dotado de tanque estacionário, abastecido diretamente pelo caminhão tanque do fornecedor e todas as paredes e portas possuem barras de segurança até mesmo nos dormitórios e banheiros. Como a clinica é térrea e plana não temos nenhuma escada, mas em todas as entradas temos rampas, para os clientes que utilizam cadeiras de roda.

Possuímos onze (11) extintores/hidrantes, distribuídos estrategicamente em toda área física na clínica e duas (2) saídas de emergência.

Em fase de construção, brevemente, será instalado um local destinado à meditação e reza, que será configurado pela construção de pequena capela e de uma área rústica para uso dos idosos nos dias de calor, de forma a permitir seu contato com a natureza sem expô-los às conseqüências danosas dos raios solares.

Implementamos um Plano de Prevenção aos Riscos Ambientais – PPRA, permitindo com isto que nossa instituição sofra a avaliação externa por engenheiros e técnicos ligados à medicina do trabalho e desta forma garantir a permanente melhora da qualidade ambiental de nossa instituição.

Como a Clinica é uma instituição pública, os gastos para reforma e compra de materiais, equipamentos e mobílias, são cedidos pela prefeitura e gerenciado pelo administrador e o médico, que são responsáveis pela clínica. Inicialmente para a reforma e inauguração da clinica o investimento foi de aproximadamente R$ 100.000,00 (cem mil reais) e atualmente o repasse de verba é de acordo com os gastos da instituição. Atualmente a grande maioria dos funcionários (21) são contratados devido concurso público e temos aproximadamente três (3) funcionários contratos para serviços temporários.

Legenda

Extintores

e Hidrantes.

Quadro de Funcionários

A clinica conta com vinte e três (24) funcionários, sendo:

Dois (2) Médicos
Manhã, Tarde e Noite

Dois (2) Enfermeiros
Manhã, Tarde e Noite

Um (1) Diretor Administrativo
Manhã e Tarde

Um (1) Assistente Social
Manhã e Tarde

Um (1) Psicólogo
Manhã e Tarde

Dois (2) Fisioterapeutas
Manhã, Tarde e Noite

Um (1) Fonoaudiólogo
Manhã e Tarde

Um (1) Nutricionista
Manhã e Tarde

Um (1) Profº de Educação Física
Manhã e Tarde

Quatro (4) Aux. de Enfermagem
Manhã, Tarde e Noite

Dois (2) Téc. de Enfermagem
Manhã, Tarde e Noite

Dois (2) Cozinheiros
Manhã, Tarde e Noite

Um (1) Ajudante Geral
Manhã e Tarde

Um (1) Faxineiro
Manhã e Tarde

Uma (1) Lavadeira
Manhã e Tarde

Um (1) Aux. de Manutenção
Manhã e Tarde

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