Autor: Vanessa Bottoni
Introdução
A infestação parasitária é um sério problema de saúde para cavalos de todas as idades. O organismo do cavalo serve de hospedeiro para muitos parasitas. As larvas dos vermes podem ser encontradas nas pastagens, estábulos, cocheiras e em qualquer outro local contaminado com fezes de eqüinos (embora algumas larvas possam ser transportadas por insetos).
A infestação acontece quando as larvas são ingeridas pelo cavalo enquanto pasteja e
então encontram seu caminho dentro do organismo do animal, onde se instalam, crescem e se tornam vermes adultos. Durante toda a vida, o cavalo está sujeito a infestações. Dependendo do tipo e do número de vermes em seu corpo, o cavalo pode se tornar anêmico ou sofrer destruição de tecidos, obstruções intestinais, bloqueio de vasos sangüíneos e outros sérios distúrbios de saúde. Isso acontece porque os vermes acabam competindo com o cavalo pelos nutrientes de sua dieta, levando-o a uma diminuição de performance e capacidade no trabalho, reprodução e crescimento.
Estrongilos
Os Estrongilos são os mais importantes e os mais comuns de todos os parasitas internos dos eqüinos. Parasitam cavalos de todas as idades, exceto poldros até aos 6 meses. Strongylus estão divididos em duas categorias:
Grandes Estrongilos.
Pequenos Estrongilos
Grandes Estrongilos
Os Grandes Estrongilos, são mais perigosas que os pequenos, devido, principalmente,as suas migrações no organismo do hospedeiro. Este grupo de parasitas é composto pelos Strongylus Vulgaris, Strongylus Edentatus e Strongylus Equinus. Estes parasitas têm provavelmente morto mais cavalos através dos séculos do que bactérias, vírus, fome, invernos rigorosos ou qualquer outra causa.
Pequenos Estrongilos
Os Pequenos Estrongilos, até à 20 anos, foram classificados no género Trichonema, a partir de 1975, foram reagrupados, por Lichtenfels em 4 géneros, na sub-família: Cyathostominae (Cyathostomus, Cylicocyclus, Cylicodontophorus e Cylicostephalus), somando-se depois outros 2 (Gyalocephalus e Poteriostomum). O número de espécies é enorme, superando 40, mas existem dificuldades na sua classificação, ainda dos adultos das 10-12 espécies mais frequentes.
MORFOLOGIA – Apresentam cápsula bucal desenvolvida com coroa radiada, variando a quantidade de dentes de acordo com a espécie. A variação de tamanho é de 9 a 25 mm.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO – Equinos e asininos.
LOCAL DE PARASITISMO – Intestino grosso, principalmente ceco e colo.
CICLO – Verme adulto no intestino do HD. Fezes são eliminadas contendo ovos do parasita com L1 (larvas de primeiro estágio). Ocorre eclosão do ovo e liberação de L1. As larvas L1 evoluem à L2 (L1 e L2 são rabditóides). As larvas L2 evoluem à L3 (L3 são
filarióides). O HD ingere capim com L3. As L3 chegam ao intestino grosso, penetram na parede podendo causar cólicas e diarreias, bem como perda de mobilidade, apetite e peso. Na parede ficam em forma de nódulo. No nódulo evoluem para L4 e finalmente L5. Como L5, voltam à luz do órgão e desenvolvem-se até vermes adultos.
TRANSMISSÃO – Ingestão de pastagens contaminadas com L3.
PATOGENIA :
Vermes adultos provocam anemia e edema.
Ulcerações a nível de mucosa intestinal.
Enterite catarral.
Dificuldade de absorção e diarréia.
Invasões secundárias por bactérias nas lesões.
DIAGNÓSTICO – Exame de fezes pelo método de Willis; cultura de larvas e posteriormente a utilização do método de Baerman.
TRATAMENTO – Existem vários fabricantes de vermífugos bastante conhecidos. Quase todos eles se apresentam em bisnagas com conteúdo pastoso ou em forma de gel. Estas bisnagas possuem graduação indicando a dosagem de acordo com o peso do animal. Existem vermífugos com cinco tipos básicos de drogas anti-helmínticas: benzoimidazóis (mebendazol, thiabendazol, canbendazol, fenbendazol, oxfendazol e oxibendazol); organofosforatos (dichlorvos e trichlorfon; piperazinas (associadas ou não ao dissulfeto de carbono e a fenotiazínicos); carbamatos (pomoato de pirantel e tartarato de pirantel) e ivermectin.