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terça-feira, novembro 19, 2024

TUBERCULOSE BOVINA

Autor: Mychelle Silva dos Santos

INTRODUÇÃO

Este trabalho destina-se à pesquisa de uma doença mundialmente conhecida e de interesse veterinário.

A tuberculose bovina é uma zoonose de evolução crônica causada pelo Mycobacterium bovis, que se caracteriza pelo desenvolvimento progressivo de granulomas (tubérculos), podendo se localizar em qualquer órgão. 2, 5

O confinamento tem grande importância na difusão da doença no rebanho, por isso a maior prevalência no gado leiteiro. 3 Outros fatores, são as condições ambientais que levam os animais a terem um comportamento promíscuo, já nos bovinos de corte as épocas de seca ou enchentes, onde os animais costumam se concentrar em um determinado local. 5

Com relação à saúde pública, a tuberculose é responsável por parte das infecções humanas, principalmente pelo consumo do leite cru. 3 Por isso é importante a pasteurização. Outros grupos de maior exposição à doença são os tratadores de rebanhos infectados e trabalhadores da indústria de carne. 5

ETIOLOGIA

As micobactérias são organismos da família Mycobacteriaceae, do gênero Mycobacterium . São bacilos curtos aeróbicos, imóveis, considerados gram-positivos, não esporulam, não possuem cápsula e são ácido-álcool resistente.4, 5Possui característica tintorial, nos gêneros Mycobacterium e Nocardia, que em alguns casos torna difícil a diferenciação. Mas tuberculose é o termo usado para a doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, M. bovis e M. avium, agentes etiológicos da tuberculose humana, bovina e aviária respectivamente. 5 O M.bovis é patogênico para praticamente todos os mamíferos, inclusive o homem, além de ser a causa mais comum de tuberculose em bovinos. 2, 5 Em outras espécies animais, o M. avium pode ser responsável por uma proporção considerável dos casos de tuberculose. 2

PATOLOGIA

A tuberculose bovina é uma enfermidade de evolução crônica, caracterizada pela formação de lesão do tipo granulomatoso, de aspecto nodular denominado tubérculo. 5 O microorganismo normalmente penetra através das vias respiratórias. 3 Ao atingir o alvéolo o bacilo é capturado por macrófagos, sendo seu destino determinado pelos seguintes fatores: virulência do microrganismo, carga infectante e resistência do hospedeiro. 5 Normalmente, depois de englobados pelos macrófagos, produzem inflamação granulomatosa composta de células e líquido. 4 Estes nódulos iniciais podem permanecer estacionários, porém podem tornar-se inflamatórias progressivas formando lesões secundárias, cujo centro apresenta necrose, com material caseoso semi-sólido, podendo apresentar-se calcificado. 4 A combinação de lesões no local de ingresso e nos linfonodos locais é denominada complexo primário. A partir daí, ocorre à disseminação pós-primária até diversos órgãos. Em ruminantes a moléstia é progressiva. 3, 2

EPIDEMIOLOGIA

A tuberculose ocorre em todos os países do mundo e é da maior importância em bovinos leiteiros. 2 Os animais infectados são a fonte usual, e o microrganismo ocorre em gotículas exaladas, no escarro, fezes, leite, urina, corrimento vaginal, sêmen e nódulos drenantes. 3 A doença pode ocorrer em todas as espécies, incluindo o homem, e é de importância por razões de saúde pública, bem como seus efeitos prejudiciais na produção animal. 2 O leite é via de infecção comum. A estabulação e a aglomeração aumentam a disseminação. A tuberculose bovina é importante zoonose, por causa da disseminação pelo leite. 3 O homem é sensível às infecções pelos três tipos principais de micobactérias, o M. tuberculosis, M. bovis e a M. avium, embora os bacilos da tuberculose tipo mamífero sejam mais patogênicos. 4, 5 A infecção pelo M. tuberculosis, agente etiológico da tuberculose humana, também evolui para a tuberculose em algumas espécies animais, como primatas em cativeiro, cães, e gatos que convivem com o homem, o suíno alimentado com restos de alimentos e, curiosamente, o papagaio. Nos bovinos, a infecção pelo M. tuberculosis causa apenas sensibilização alérgica passageira, que desaparece dentro de 6 a 8 meses, afastada a fonte de contágio.5

Vias de infecção: A tuberculose em um rebanho é introduzida principalmente pela aquisição de animais infectados, propagando-se independente de sexo, raça ou idade, sendo que alguns fatores podem contribuir para que a enfermidade se propague, destacando-se o manejo, as instalações inadequadas e, principalemnete, a estabulação que propicia o contao estreito e frequente entre os animais.5

Aproximadamente 90% das infecções pelo M. bovis ocorre pela via respiratória através da inalação de aerosóis contaminados com o microorganismo, que em estábulos ao abrigo da luz podem sobreviver em grandes expectorações durante vários meses, em em gotículas, de 3 a 18 dias. A via de contaminação digestiva ocorre principalmente em bezerros alimentados com leite de vacas com mastite tuberculosa ou por água e forragens contaminadas. Apesar de 5% das vacas apresentarem tuberculose genital, somente 1% dos bezerros manifestam tuberculose congênita. Pode ocorrer contaminação sexual nos casos de epidimite e metrite tuberculosa. 5

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA

Alguns sinais gerais normalmente são evidentes, por exemplo, bovinos com extensas lesões tuberculosas do tipo miliar são clinicamente normais, porém, se apresentar emagrecimento progressivo não associado a outros sinais deve-se sempre levantar suspeita. Também a falta de apetite e oscilação da temperatura. A condição de pelagem é variável, podendo estar áspera ou macia. Animais acometidos tendem a se tornar mais dóceis e sem energia, mas os olhos se mantém brilhantes e alertas. Estes sinais gerais costumam tornar-se mais pronunciados após o parto. 2

Na maioria das vezes, a tuberculose tem um curso crônico e limitado a um só órgão, por exemplo o pulmão. O processo é lento e clinicamente inaparente, inclusive alguns animais podem passar toda sua vida útil sem a sintomatologia evidente, constituindo uma ameaça potencial para o resto do rebanho.1

O comprometimento dos pulmões, caracteriza-se por uma tosse crônica, devido à broncopneumonia, esta tosse ocorre vez ou outra e é deprimida, entrecortada e produtiva e com a evolução da doença, quando a maior parte dos pulmões foi destruída, torna-se aparente uma dispnéia com taquipnéia e respiração profunda. 2

Os sinais mais comuns de acometimento alimentar são causados pela pressão de linfonodos aumentados sobre os órgãos vizinhos, como o timpanismo ruminal recidivante e, depois, persistente. São raras as diarréias.2

A mastite tuberculosa é da maior importância devido ao perigo para a saúde pública, pela disseminação da doença para bezerros e pela dificuldade de diferenciá-la de outras formas de mastite. Seu achado característico é uma induração e hipertrofia acentuadas que envolvem primeiro a parte superior do úbere nos quartos posteriores.2

DIAGNÓSTICO

1. ALÉRGICO:

Os métodos de diagnóstico utilizados são os diretos e os indiretos. Os primeiros são os que determinam a presença no animal do agente etiológico, e seus componentes ou de seus produtos derivados. A bacteriologia e a histologia correspondem a esta categoria. Os métodos indiretos determinam a resposta do animal ao agente etiológico. Essa resposta pode ser humoral (produção de anticorpos circulantes) ou celular (medida por linfócitos e macrófagos), tal como a reação tuberculina.5

Para diagnóstico de rotina da tuberculose bovina, a tuberculinização é o método, rápido, seguro, econômico, podendo aplicar-se também com resultados satisfatórios em suínos, caprinos e ovinos. Em equinos, cães e gatos tuberculina e pouco satisfatório.5

A tuberculinização é uma prova na qual se pesquisa a sensibilização dos animais às tuberculo-proteínas específicas, podendo ser feita por diferentes vias e em vários locais, entretanto o método preconizado para diagnóstico de rotina é a intradérmica nas suas três modalidades, caudal, cervical simples ou comparada.5

Existe ainda outros 2 tipos que caíram em desuso por serem métodos muito trabalhosos e sujeitos a várias interferências, são eles, tuberculinização subcutânea e a tuberculinização oftálmica.5

A tuberculinização intradérmica é a via de inoculação mais eficiente, podendo a inoculação ser feita por métodos e locais diferentes:5

1.1.Tuberculinização intradérmica na prega ano-caudal: A poderá ser feita na prega ano-caudal quando não de dispuser de instrumental necessário para executá-la no pescoço ou escápula. A inoculação da tuberculina poderá ser feita em quaisquer dos lados da prega recomenda-se no entanto utilizar o mesmo lado para facilitar a leitura. Aplica-se a tuberculina por via intradérmica usando-se de preferência seringa calibrada para doses de 0,1ml. A inoculação é preferida quando a formação de uma pápula no local. A leitura é feita após 72 horas da inoculação usando métodos subjetivos:5

REAÇÃO NEGATIVA: Quando não há alteração evidente no local da inoculação.5

REAÇÃO SUSPEITA: Quando há tumefação local discreta.5

REAÇÃO POSITIVA: Quando há reação local igual ou maior que o tamanho de uma azeitona ou quando há tumefação difusa da prega inoculando, cujo volume atinja o dobro do tamanho do oposto.5

1.2 Tuberculinização intradérmica na região da escápula: Prefere-se esta região pela facilidade de acesso, pois na maioria dos estábulos os animais são contidos pelo sistema de canzil ou corrente, dificultando a inoculação na região caudal. Nesta região a sensibilidade é similar à cervical, podendo utilizar-se da tuberculização simples ou comparada:5

1.2.1Tuberculinização simples: Em teste de rotina ou triagem, é preferível, a prova intradérmica simples à prova caudal pela maior sensibilidade e facilidade de inoculação. Outra vantagem da prova simples em relação em um rebanho, pois as reações de várias provas podem ser comparadas através das medidas das reações em exames anteriores. Utilizando somente PPD bovina, a inoculação é feita na frente ou atrás da espinha da escápula. O local é demarcado depilando-se uma área de aproximadamente 4 cm2 utilizando-se lâmina de barbear. Não é recomendado desinfetar o local para evitar irritação. A espessura da dobra da pele no local de inoculação é mensurada com auxílio de um paquímetro apropriado antes da inoculação e as medidas anotadas em formulário.5

A inoculação é feita por via intradérmica no centro da área demarcada com seringa automática calibrada para doses de 0,1 ml. A inoculação é perfeita quando forma uma pápula no local. A interpretação da reação é feita 72 horas após a inoculação.5

1.2.2.Tuberculinização comparada: Em propriedades onde ocorrem reações suspeitas e/ou fracamente positivas com características de reações inespecíficas procede-se a inoculação simultânea de PPD aviária e PPD bovina, 6 a 8 semanas após a primeira inoculação simples, para excluir dúvidas. Existem rebanhos onde a média da espessura para as reações positivas, oscila em torno de 4 mm.5

A sensibilização alérgica inespecífica apresenta geralmente ligeira tumefação, bastante circunscrita, consistência firme, com pouco resposta dolorosa.5

Na tuberculinização subsequente, após 60 dias, aparecem animais que não mais reagem, e outros que se mostram negativos, passam a reagir. A tuberculinização comparada com tuberculina aviária e bovina nestes rebanhos, mostra, reações iguais ou maiores para tuberculina aviária, pois raramente a tuberculina bovina reage mais que a tuberculina aviária.2,3,5

A inoculação deverá ser nas regiões anterior e posterior na espinha da escápula, sendo que os locais de inoculação deverão estar distantes aproximadamente 15 cm um do outro. Deve-se usar como norma inoculação da tuberculina aviária na posição cranial e a tuberculina bovina na posição caudal. A interpretação das reações deverá ser feita 72 horas após a inoculação das tuberculinas.5

Em resumo, a conduta na aplicação do teste em bovinos deve observar:

Reagentes positivas falsas (reagentes sem lesões macroscópicas) que podem ocorrer por:

Animais sensibilizados para outros alérgenos micobacterianos. Estes podem incluir animais infectados com tuberculose humana ou aviária, animais com lesões locais mínimas causadas por micobactérias relativamente apatogênicas.
Animais sensibilizados a outros alérgenos que podem ser bacterianos, p. ex., Nocardia farcinicus, em bovinos com mormo ou não.2
Reações negativas falsas podem ocorrer por:

Casos avançados de tuberculose;
Casos iniciais até seis semanas após a infecção;
Vacas que pariram dentro das seis semanas precedentes;
Animais dessenbilizados pela administração de tuberculina durante os 8 a 60 dias precedentes;
Bovinos idosos.2
Os reagentes considerados como inespecíficos devem ser retestados pelo teste comparativo na região cervical 7 dias após a resposta do teste da prega da cauda.2

2. CLÍNICO:

Possui valor relativo, pois o animal pode estar infectado, com foco localizado, e apresentar-se clinicamente sadio, situação em que é difícil convencer o criador, visto que, a seu julgamento, animal tuberculoso é o animal caquético. È importante o exame clínico na erradicação da tuberculose de um rebanho, pois os animais que têm uma infecção evoluída, generalizada, apresentam paralelamente um decréscimo da sensibilização alérgica. No teste alérgico, em geral eles reagem pouco, as vezes chegando mesmo à anergia.5,2 A importância do exame clínico é evidente em animais que têm uma tuberculose evoluída e que se manifesta por meio de alguns sintomas clínicos como tosse seca, curta e repetitiva. Ainda como fator a ser analisado pelo clínico, quando se observa o rebanho caminhando em uma caminhada, os tuberculosos geralmente vêm atrás dos demais, demonstrando cansaço e baixa capacidade respiratória. Outros sinais clínicos podem aparecer como, por exemplo, linfadenomegalia localizada ou generalizada.5

3. ANATOMOPATOLÓGICO:

As dificuldades que o diagnóstico macroscópico pode apresentar ao patologista e ao inspetor de carnes se devem principalmente a muitos processos inflamatórios granulomatosos, como os produzidos por Corynebacterium pyogenes, em actinomicoses, coccidiomicoses e actinobacilose, inclusive lesões causadas por larvas de parasitos. Também as lesões carcinomatosas podem ser confundidas com as tuberculosas.5

Conhecida a patogenia da enfermidade, o patologista ou o inpetor buscará as lesões produzidas pelo M.bovis na infecção primária e nos orgãos que servem de porta de entrada do bacilo. Em bovinos deve-se prestar especial atenção a pulmões e glanglios mediastínicos, intestinos e glânglios hepáticos.5

O complexo primário pode apresentar-se como nódulo cujo tamanho varia entre ervilha e uma noz, de aspecto caseoso, de cor vítreo ou amarelado, localizado no parênquima do pulmão ou na parede intestinal.5

Pode-se encontar situações em que bovinos tuberculino positivos não apresentem lesões visíveis à necrópsia:

Os animais podem estar em estágios iniciais da doença, o que dificulta a localização das lesões.
As lesões localizadas nas partes do corpo que geralmente não examinadas durante o trabalho de inspeção de carnes.
Animais que tenham tido contato com outras micobactérias, que não o M. bovis, normalmente lesões discretas ou invisíveis a olho nu.5
3.1.Inspeção em Tuberculose Bovina

Estabelicida a etiopatologia da enfermidade, o médico veterinário inspetor deve considerar a extensão, o desenvolvimento, o estado evolutivo e a natureza das alterações morfológicas, assim como estado geral da carcaça, para proceder o descarte parcial ou total do animal sacrificado.5

Em regulamentos de inspeção de carnes para consumo humano deve-se descartar totalmente a carcaça nos seguintes casos:

Quando apresenta lesões generalizadas a tuberculose está generalizada quando a distribuição das lesões só pode ter originado pela entrada de bacilos na corrente sanguínea.
Quando na inspeção ante mortem o animal apresentar febre, associada a lesão tuberculose ativa descoberta no exame post-morten.
Quando é observado caquexia associado aos sintomas mencionado anteriormente.
Quando são encontradas lesões em músculos ou tecidos inter-musculares, ossos, articulações ou ganglios linfáticos, como resultado da drenagem de músculos, ossos ou articulações.
Quando as lesões são comuns a órgãos e tecidos da cavidade torácica ou abdominal.
Quando as lesões são múltiplas, agudas e ativamente progressivas. Em bovinos, a enfermidade afeta principalmente o sistema respiratório. A carcaça pode ser aprovada para consumo depois da eliminação das partes afetadas, se as lesões estão localizadas e circunscritas aos sítios primários de infecção, tais como gânglios linfáticos cervicais, brônquios e mediátinicos, não tendo progredido além dos gânglios linfáticos mesentéricos.5
3.2 Envio de amostras para diagnóstico histopatológico

A amostra é remetida em solução de formaldeído a 10%, acondicionada em frascos, observando a proporção de uma parte de material para 10 partes de formaldeído.5

4. BACTERIOLÓGICO:

A presença de lesões macroscópicas granulomatosas na inspeção de uma carcaça e sua confirmação histológico permite o diagnóstico de tuberculose. Entretanto, só pode ser realizada mediante o estudo do cultivo. 5

4.1 Cultura:

O diagnóstico bacteriológico possui o inconveniente de grande tempo (4 semanas) que o M. Bovis demora para crescer. Porém, em certos casos, esse diagnóstico é de grande valia pois somente através da cultura podemos descobrir a etiologia do foco.5

Situações onde a análise completa das bactérias são necessárias:

Confirmação da presença de infecção tuberculosa em bovinos de um país ou região onde não foi comprovada anteriormente;
Estudo de animais – tuberculino positivos, nos quais não se observam lesões macroscópicas semelhantes à tuberculose. (amostras de gânglios do trato respiratório e intestinal);
Confirmação da presença de infecção em animais tuberculino-positivos, com ou sem lesões macroscópicas, de uma propriedade considetada livre da doença;
Pesquisa de micobactérias em amostras de leite e outros produtos de origem animal;
Necrópsias de animais com reações inespecíficas, nos quais são encontradas lesões suspeitas de tuberculose.5
As amostras suspeitas de tuberculose que normalmente são remetidas ao laboratório bacteriológico são gânglios, fragmentos de órgãos ou produtos de origem animal. Para os bovinos consideram-se especialmente os gânglios do trato respiratório, mediastínicos, bronquiais e pulmonares. Outro órgão que se deve observar é o fígado.5

5. Outros Métodos De Diagnóstico:

Encontram-se em avaliação algumas provas in vitro, que poderão ser empregadas como provas complementares à prova tuberculínica, como instrumento de vigilância epidemiológica ou confirmação de diagnóstico.5

São basicamente de três tipos:

Baseadas na resposta humoral: ELISA;
Baseadas em resposta celular: INTERFERON GAMMA;
Baseadas em “epifenomenos”: GLUTARALDEÍDO;
Reação em cadeia de polimerase: PCR.5

CONTROLE

O controle e a erradicação da tuberculose bovina vêm sendo focalizados com ênfase em quase todo o mundo. Os métodos dependem de muitos fatores, mas o teste e a prática de sacrifício são os únicos meios pelos quais a erradicação definitiva é conseguida. 2,5

No homem, a prevenção da infecção por M. bovis se resume na pasteurização do leite, na vacinação com BCG e principalmente no controle e erradicação da tuberculose bovina.1

Para um melhor controle da infecção deve-se observar os seguintes cuidados:

Todos os animais com mais de 3 meses de idade devem ser testados;
No teste inicial deve ser feito um exame clínico minucioso, para assegurar que não existem casos avançados que darão reações negativas ao teste;
Devem ser instituídas medidas de higiene tão logo o primeiro grupo de reagentes seja removido. (cochos limpos e desinfetados pelo calor, vasilhames de água esvaziados e desinfetados, etc);
Caso se constate a existência da doença, todos os outros animais da propriedade deverão ser examinados, também os tratadores pois podem ser fonte de infecção;2

TRATAMENTO

Devido ao progresso alcançado no tratamento da tuberculose humana com certas drogas como a isoniazida, combinações de estreptomicina e ácido para-aminossalicílico e outros ácidos, o tratemento dos animais tuberculosos tem merecido alguns estudos e há revindicações no sentido de se testar a eficácia da isoniazida, administrada por via oral e por longo tempo, tanto para tratamento como para profilaxia.2

A isoniazida foi descoberta em 1945 e apresenta-se sob a forma de um pó cristalino branco, inodoro, solúvel em água e de baixa palatabilidade. 5

No início do uso da isoniazida, em bovinos era feita a aplicação por via subcutânea dos animais recém infectados, na dose de 10mg/kg de peso vivo e nos altamente infectados a droga pura e cristalina por via oral, na dose de 25 mg/kg de peso vivo, nas primeiras 60 doses em dias consecutivas e outras 60 em dias alternados, obtendo-se eficiência terapêutica de 93,28%, certificada através da dessensibilização alérgica durante dois anos e quatro meses.5

Recentemente foi adotado um esquema contrário ao anterior, desde o início, o medicamneto é fornecido aos animais por via oral em doses aproximadamente 25mg/kg peso vivo em dias alternados, em 3 dosagens por semana, perfazendo um total de 80 doses, correspondendo a pouco mais de 6 meses.5

Netse tratamento intermitente , obtem-se uma percentam de cura maior do que o tatamento contínuo devido a manutenção da ação bactericida da isoniazida através de administração de altas concentrações; a droga penetra bem em material caseoso, porém a droga é, inicialmente, mais elevada no plasma e nos músculos que no tecido infectado, mas este retém o medicamento por um longo tempo em quantidades bem acima das requeridas, justificando sua administração intermitente.5

Este regime de tratamento representa um grande benefício ao produtor, pois permite reduzir em um terço o gasto com isoniazida, além da considerável redução na mão de obra, sendo que, o tratamento apresenta um custo de aproximadamente 5 a 10% do valor comercial do animal, dependendo da produção deste.5

CONCLUSÃO

A erradicação completa da tuberculose não foi realmente obtida em país algum. Em muitos, um estado de erradicação virtual existe há anos, mas ocorre recidivas mínimas. A matança dos reagentes à tuberculina torna-se excessivamente onerosa, principalmente em países subdesenvolvidos, onde as taxas de prevalência da doença são altas e as verbas destinadas ao controle das enfermidades escassas. 1,2,5

Tendo em vista estes fatores, fica evidente a necessidade do controle contínuo dos rebanhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ACHA N., Pedro e SZYFRES, Boris.

ZOONOSIS Y ENFERMEDADES TRANSMISIBLES COMUNES AL HOMBRE Y A LOS ANIMALES, 2ª Edição.

Tuberculosis Zoonotica

(Organizacion Panamericana de la Salud)

Local: Editora, Ano.

Páginas 691 à 696.

2. TEXTOS DA INTERNET.

Febre Aftosa

Coordenadoria de Defesa Agropecuária

http://cati.sp.gov.br/dda/aftosa.htm

[email protected]

IMA – Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária

Portaria nº 121, de 29 de março de 1993.

http://www.agridata.mg.gov.br/12196.htm

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