Religião brasileira que nasce no Rio de janeiro, nos anos 20, a partir da mistura de crenças e rituais africanos e europeus. Derivada do candomblé, considera que o universo é povoado de entidades espirituais, os guias. Estes entram em contato com os homens através de um iniciado (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam por meios de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira.
Segundo pesquisa realizada em 1994 pelo instituto DataFolha, cerca de 900 mil brasileiros declaravam-se seguidores da umbanda. Já a Federação Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Fenatrab) estima em 70 milhões o número de pessoas que têm ligação com as religiões afro-brasileiras, que incluem a umbanda e o candomblé.
As raízes umbandistas encontram-se em duas religiões trazidas da África pelos escravos: a cabula, dos bantos, e o candomblé, da nação nagô, do qual herda os orixás. Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo, criando a identificação de orixás com santos. Outra influência é o espiritismo Kardecista, que acredita na possibilidade de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual a partir de sucessivas vidas na Terra. A umbanda incorpora ainda ritos indígenas e práticas mágicas européias.
As principais autoridades são os pais e mães-de-santo, que incorporam as entidades e presidem as sessões realizadas no terreiro (o templo). Abaixo deles estão os filhos e filhas-de-santo, que também são médiuns, e seus auxiliares.
As entidades umbandistas organizam-se em dois grupos, a da “direita” e o da “esquerda”. O grupo da direita divide-se em sete linhas, presididas pelos orixás. Na esquerda há cinco linhas, presididas pelos exus, que agrupam guias considerados espíritos menos desenvolvidos, como as pombas-giras. As entidades da direita e da esquerda podem fazer “trabalhos” para ajudar os seres humanos. Os guias da direita só realizam trabalhos “bons”, já os da esquerda são usados para fazer mal a outras pessoas.