USO DO G E DO J
Não consigo entender porque duas letras diferentes ainda são aplicadas ao mesmo som, a tecnologia evolui mas a burrice dos donos das palavras permanece a mesma a cada geração. Bom, depois das críticas, e de inúmeras possibilidades de sugestões de modificações na língua, vamos a uma dica… Para evitar confusão.
Use G em:
– Palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio.
Exemplos: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio.
– Palavras terminadas em -gem.
Exemplos: ferrugem, selvagem, massagem, mixagem.
– Palavras derivadas de outras que já sejam grafadas com G.
Exemplos: tingir – tingido – tingimento
Use J em:
– Palavras de origem tupi (indígena) e africana. (Engraçado que “indígena” se refere a índios, mas se grafa com G…)
Exemplos: biju, canjarana, canjica, jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jibóia, pajé. (Exceção: Sergipe.)
– Verbos terminados em -jar ou -jear.
Exemplos: arranjar, despejar, sujar, viajar, trajar, ultrajar, granjear, gorjear, lisonjear.
– Palavras derivadas de outras já grafadas com J.
Exemplos: granja – granjeiro, laje – lajeado, etc.
Tome cuidado com o verbo viajar e o substantivo viagem (e talvez, alguns outros). Nas palavras terminadas em -agem, grafamos com G (como em viagem: “A viagem foi boa.”). Mas os verbos terminados em -jar são grafados com J (senão ficaria
/gar/, como em /garfo/, eis mais uma burrice da língua que permanece até os dias de hoje). Então, do verbo viajar, derivam suas formas, viajei, viajaram, etc. Da mesma forma, por ser derivada do verbo (na verdade, por ser uma forma conjugada do verbo), a palavra “viajem” com sentido de verbo, fica com J: “Compre os ingressos, para que eles viajem.”. Nesse caso, viajem vem de viajar, que já é com J, por ser um verbo terminado em -jar.
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Idéia baseada e ampliada de:
CAMPEDELLI, Samira Yousseff & SOUZA, Jésus Barbosa. Português – Literatura, produção de textos e gramática. 3. ed. São Paulo, Saraiva, 2000.