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terça-feira, dezembro 3, 2024

Vidas Secas de Graciliano Ramos

O Romance Vidas Secas do autor Graciliano Ramos constitui e colabora muito para nosso estudo sobre diversas formas, de interpretarmos o nordestino. O escritor sempre preocupado com o aspecto social fez parte da geração de 30 com diversos escritores preocupados também com essa questão “social” de analisar o homem.

Observando o Romance dividido em 13 capítulos com seus personagens centrais: Sinhá Vitória, Fabiano, Menino Mais Novo, Menino Mais Velho e Baleia, notamos a existência da falta de comunicação e linguagem por parte da família, que se torna um processo constante de grunhidos, gestos e vários monólogos como a melhor atitude de expressão em busca de uma colocação existencial como seres humanos, que na verdade ocorriam falsas esperanças porque não se sentiam pessoas e sim bichos, vivendo em constante desentendimento sem um entender o outro, com o narrador onisciente integrando-se ao leitor através da tradução verbal, no contexto em que se encontram as personagens, sem metas de vida e fugindo da seca e desgraça.

Estas, vivendo no plano social e existencial, levando em consideração o seu psicológico nos mostrando a verdadeira realidade da região do Nordeste, onde muitos tentam a vida na sorte e muitos não conseguem se integrar na sociedade por não terem diálogos e boa comunicação na forma de se expressar pela língua; tornando-se uma verdadeira critica social a nós, o escritor no Romance demonstra claramente que o Nordeste continuará a mandar pelo Brasil principalmente, a cidades grandes: Muitos homens bichos, pessoas brutas e fortes.

Biografia:

Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das suas que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico “Infância”, assim se referia a seus pais: “Um homem sério, de testa larga (…), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (…), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura”.

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